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Coloiado: djuntos no djeito cuiabano de falar

Coloiado(a) é uma expressão típica do linguajar cuiabano que vai além de simplesmente significar “junto” ou “próximo”. Ela carrega um sentido de proximidade íntima, quase inseparável, seja no aspecto físico, seja no laço de afinidade ou parceria. No contexto cultural de Cuiabá, coloiado representa aquele estar lado a lado com alguém, seja para compartilhar momentos de camaradagem, planejar juntos ou simplesmente estar junto de forma natural e espontânea. Quando se diz que  “Os soldados do quartel estão coloiados com Maria Taquara”, não é apenas a ideia de estarem próximos; há um subtexto de companheirismo, cumplicidade e, muitas vezes, uma colaboração mútua. É como se a expressão marcasse a união com uma pitada de coloquialismo afetivo, algo que só o calor cuiabano sabe inspirar. Coloiado é estar junto com propósito, seja ele explícito ou implícito, mas sempre com uma boa dose de pertencimento e afeto. Mais do que uma palavra, coloiado reflete um espírito coletivo, uma essência de convivência tão cara à identidade cuiabana. É a manifestação linguística de um valor profundamente humano: a proximidade calorosa que cria e fortalece laços, transformando o simples ato de estar junto em uma celebração da amizade e da comunidade.

Digoreste: O excepcional no linguajar cuiabano

Digoreste é um adjetivo impregnado da alma e do sotaque cuiabano, usado para exaltar algo ou alguém de excelência indiscutível. Não é apenas “ótimo” ou “bom”; é um termo que carrega a força do orgulho regional, um elogio caloroso e sincero, como o abraço de quem vive sob o sol de 40 graus cuiabano. Digoreste vai além do comum. Quando se diz que “o guri é digoreste pra pegá manga”, não se fala apenas de habilidade, mas de um domínio quase artístico, uma maestria que beira o espetacular. É um reconhecimento popular e afetuoso, que traduz o que há de melhor em pessoas, situações ou objetos. Seu uso é versátil: pode-se dizer que uma comida típica, como a mojica de pintado, é digoreste; que um pôr do sol refletido no Rio Cuiabá é digoreste; ou mesmo que alguém que dança o cururu e o siriri com paixão e talento é, sem dúvida, digoreste. O termo sintetiza a vivacidade e a singularidade de um modo de falar que é, por si só, um patrimônio cultural. Em essência, ser digoreste é ser excepcional à luz dos olhos cuiabanos, com a força de quem vive a tradição com a alma ‘tcheia‘ de história.

Edgard Telles Ribeiro: conheça o novo imortal da ABL

Edgard Telles Ribeiro, escritor e diplomata, foi eleito para a Cadeira 27 da Academia Brasileira de Letras com 28 dos 39 votos possíveis. Natural de Valparaíso, no Chile, e naturalizado brasileiro, é autor de 15 livros, incluindo o finalista do Prêmio Jabuti, Jogo de Armar (2023), e premiado com Olho de Rei (2006) e O Punho e a Renda (2015). Com uma longa trajetória na diplomacia cultural, chefiou o departamento cultural do Itamaraty entre 2002 e 2005, além de atuar como professor de cinema na Universidade de Brasília (UnB) e estudar cinema na UCLA. A Cadeira 27, anteriormente ocupada pelo poeta Antonio Cicero, já foi de figuras como Joaquim Nabuco e Eduardo Portella. Entre os concorrentes à vaga, Tom Farias foi o segundo mais votado, com seis votos. Segundo o presidente da ABL, Merval Pereira, a experiência literária e cultural de Telles Ribeiro será um grande aporte para a Academia.

Dólar dispara

Apesar de intervenções do Banco Central (BC), o dólar fechou em alta, atingindo R$ 6,094 (+0,99%), maior valor nominal desde a criação do real. A bolsa de valores também caiu 0,84%, encerrando aos 123.560 pontos, o menor nível desde junho. Logo após a abertura do mercado, o BC vendeu US$ 1,6 bilhão das reservas internacionais e outros US$ 3 bilhões em operações com recompra, mas a moeda americana seguiu em alta. Fatores internos e externos influenciaram os mercados. No Brasil, a votação do pacote de corte de gastos gerou expectativas, enquanto o governo liberou R$ 7 bilhões em emendas para viabilizar o avanço da proposta. Externamente, o mercado monitora a reunião do Federal Reserve sobre os juros nos EUA e declarações de Donald Trump sobre sobretaxas a produtos brasileiros, que aumentaram a pressão sobre o câmbio. (com AB)

“Vôooote!”, descubra o significado deste emblemático termo cuiabano

Entre as inúmeras expressões tradicionais que ainda vibram com intensidade na fala dos cuiabanos de “tchapa e cruz”, uma se destaca com brilho singular: o emblemático e carregado de significado “vôte!”. Esta exclamação, quase um brado da alma, emerge com espontaneidade para expressar repulsa, aversão ou até mesmo um espanto desmedido. Em situações inesperadas ou desconcertantes, é comum ouvir algo como: “Vôôôte! Deus me livre desse sujeito com cara de capeta!” – uma frase que, com seu tom dramático, encapsula o humor, o susto e a vivacidade tão características da cultura cuiabana. Basta um momento de surpresa ou desagrado, e lá vem o costumeiro “vôôôôôôte!”, acompanhado daquele eco arrastado, quase teatral, que lhe confere ainda mais intensidade e personalidade.

Cena Onze: Formação e expressão cultural de MT

A Associação Cultural Cena Onze, fundada em 1989 em Cuiabá, se consolidou como um importante pilar da cena artística da região. Ao longo de sua trajetória, o grupo encenou dezenas de espetáculos e formou mais de 2 mil alunos em diversas áreas, como teatro, dança, música, artesanato e pintura. Em 2016, o Cine Teatro Cuiabá passou a ser administrado pela Associação, por meio de um Termo de Colaboração firmado com a Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso, transformando-se em um espaço vital para a cultura local. Além de abrigar mostras de cinema, espetáculos de teatro, dança e música, o Cine Teatro Cuiabá é a sede da MT Escola de Teatro, um centro de excelência na formação das artes cênicas. Os cursos são realizados em parceria com a Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), reconhecida internacionalmente na América do Sul, tendo como diretor-executivo o renomado ator e dramaturgo Ivam Cabral, além da SP Escola de Teatro, e o Governo do Estado de Mato Grosso. Esse conjunto de esforços visa fortalecer e expandir as possibilidades de formação e expressão artística, consolidando ainda mais o Cine Teatro Cuiabá como um centro cultural de referência.

Senado aprova texto-base da reforma tributária

O Senado Federal aprovou, na tarde desta quinta-feira (12), o texto-base da regulamentação da reforma tributária. Foram 49 votos favoráveis e 19 contrários. A regulamentação da reforma trata das regras de incidência dos novos impostos sobre o consumo: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), em nível federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de nível estadual/municipal. Além disso, haverá o Imposto Seletivo (IS), o chamado “imposto do pecado”, que é uma sobretaxa aplicada sobre determinados produtos e serviços considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Pela manhã, o texto, relatado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), havia sido aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), antes de seguir para o plenário. Agora, os senadores seguem votando diversos destaques ao texto principal, que podem alterá-lo. Uma dessas alterações, por exemplo, foi a exclusão de armas de fogo e munições do Imposto Seletivo. A emenda com essa exclusão já havia passado na CCJ, mas uma outra foi reapresentada, em plenário, para que esses itens voltassem a ser sobretaxados. A medida era defendida pelo relator e senadores da base governista, mas não obteve os 41 votos necessários. Com isso, armas e munições não pagarão tributo adicional. Outro item excluído do “imposto do pecado” foram as bebidas açucaradas, como sucos e refrigerantes industrializados. Foi mantida no parecer de Braga, e confirmada em plenário, a isenção para 22 produtos da cesta básica, incluindo carnes e queijos. Os senadores seguem analisando os destaques. Ao final da votação, o projeto voltará à Câmara dos Deputados, que poderá manter ou retirar pontos aprovados pelos Senado, dando a palavra final sobre a regulamentação. (AB)

CNJ determina nova certidão de óbito para mortos pela ditadura

Parentes de pessoas mortas pela ditadura cívico-militar (1964-1985) no Brasil poderão pedir nova versão da certidão de óbito nos cartórios de registro civil. No novo documento deverá constar como causa mortis a seguinte informação: “morte não natural, violenta, causada pelo Estado a desaparecido no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política no regime ditatorial instaurado em 1964.” A determinação é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que tem, entre outras atribuições, a de regrar e fiscalizar o funcionamento dos cartórios que prestam serviço delegado pelo poder público. O ato normativo foi aprovado por todos os conselheiros do CNJ reunidos nesta terça-feira (10), data em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 76 anos. Para o presidente do CNJ e também presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, a medida “é um acerto de contas legítimo com o passado.” Segundo Barroso, “um período muito triste” e iniciado com um golpe de Estado. “As pessoas questionam o termo golpe, mas este é o nome que, em ciência política e na teoria constitucional, se dá à destituição do presidente da República por um mecanismo que não esteja previsto da Constituição”, explicou Barroso. O ministro aponta o caráter simbólico da decisão: “embora nunca tenha havido um pedido formal de desculpas, estamos tomando as providências possíveis para a reparação moral dessas pessoas.” A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, concorda com Barroso e diz: “esta é mais uma retomada pela dignidade daqueles que tiveram seus direitos negados, aviltados e forçosamente roubados.” Para Macaé, todos têm direito à verdade, e as instituições democráticas precisam ser sistematicamente defendidas. O reconhecimento da morte causada pelo Estado em época da ditadura foi proposto ao CNJ pela pasta chefiada por Macaé Evaristo. Têm direito a pedir uma nova versão da certidão de óbito familiares de 434 pessoas tidas como mortas ou desaparecidas, conforme o relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV). A CNV foi instituída no governo da presidenta Dilma Roussef e funcionou entre 18 de novembro de 2011 e 16 de dezembro de 2014. A comissão era formada por um colegiado de sete pessoas com a atribuição de investigar violações de direitos humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. Apesar do reconhecimento das mais de quatro centenas de mortes durante a ditadura cívico-militar, a CNV não avançou na identificação dos assassinatos dos indígenas. Entidades de direitos humanos estimam que podem ter ocorrido mais de 8 mil assassinatos nessa população. (Agência Brasil)

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