Servidores do Fórum de Cuiabá participam de roda de conversa sobre o autismo

Na tarde desta terça-feira (16), servidores e servidoras do Fórum de Cuiabá participaram de uma roda de conversa sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA). O médico neurologista José Alexandre Junior, a psicóloga especialista em neuropsicologia Giany Ghattas e o servidor Washington Vasconcelos compartilharam suas experiências e vivências relacionadas ao transtorno enquanto pessoas que lidam com o TEA em seus cotidianos.
 
A juíza Renata do Carmo Evaristo Parreira, membro da Comissão de Acessibilidade do Tribunal de Justiça de Mato Grosso acompanhou o evento e destacou a iniciativa da instituição em promover uma roda de conversa e promover a inclusão de pessoas neurodiversas no ambiente de trabalho e na sociedade.
 
“Muitas vezes, as pessoas já passaram por muitos episódios de bullying e sofrimento até conseguir entender que o seu comportamento é reflexo de um transtorno. Por isso, conscientizar e sensibilizar os servidores também é uma forma de promover a inclusão”, explicou a magistrada.
 
Atualmente lotado na 4ª Vara Cível de Cuiabá, o analista judiciário Washington Vasconcelos emocionou a todos com seu relato de diagnóstico tardio e pai de uma menina autista. Ele falou sobre os desafios enfrentados para conseguir compreender o universo de neurodesenvolvimento de sua filha e como essas descobertas foram responsáveis pela confirmação de que ele também é uma pessoa neurodiversa.
 
“Para mim, falar sobre o TEA é uma missão. A gente precisa combater o preconceito e a gente só consegue combatê-lo através de mais informação e mais acolhimento. Eu fui diagnosticado aos 44 anos e a minha filha aos 7 anos de idade. Receber esse laudo foi como retirar um fardo das minhas costas. Há muitas situações em nossa vida que a gente não entende porque você age dessa maneira. Às vezes, eu agia com impulsividade e hoje eu entendo que essas reações não adequadas e que são consideradas incorretas acontecem por causa do autismo”, disse Washington.
 
O médico neurologista José Alexandre Borges de Figueiredo Júnior abordou os aspectos clínicos relacionados ao transtorno. Em sua fala, ele reforçou que as características do desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades estão presentes desde a infância.
 
Além disso, explicou que o TEA é um transtorno heterogêneo, podendo atingir pessoas dos sexos masculino e feminino, possui múltiplas manifestações clínicas e que não há um padrão específico de herança genética, o que significa que vários genes são responsáveis pelo aparecimento do transtorno.
 
“Quanto mais conhecimento a gente puder proporcionar para as pessoas relacionados aos quadros neurológicos de pessoas que tenham o transtorno do espectro autista, a gente consegue reconhecer os sintomas precocemente, entender a dor dessas pessoas e a gente pode se colocar à disposição e ajuda-los para que a gente possa ter um convívio mais harmonioso”, ponderou o neurologista.
 
A psicóloga Giany Ghattas, especialista em neuropsicologia, explicou sobre os testes que são realizados para identificação e rastreio comportamental de pessoas neurodiversas. Ela abordou também a necessidade de crianças e adultos procurarem os profissionais especializados para obtenção do diagnóstico correto.
“Neuropsicólogos e neurologistas trabalham em sintonia. Somente depois de todos os teste e consultas necessárias que o diagnóstico é fechado. Por isso, estar aqui, neste espaço é muito importante para sensibilizar as pessoas sobre a necessidade de um corpo clínico para avaliar as pessoas que podem estar no espectro”, pontuou a psicóloga.
 
#Paratodosverem
Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Descrição de imagem: Foto 01: Seis pessoas em pé, posando para a foto. São quatro mulheres e dois homens. Foto 02: Homem fala ao microfone, ele é o servidor Washington, um homem de pele preta, cabelos curtos e que usa uma camiseta azul, com mangas que possuem quebra-cabeça coloridos e com os dizeres: “Autismo. Incluir, aprender, amar”. Ele também está usando os cordões de girassol (que significa deficiência oculta) e o cordão de quebra-cabeça (que significa pessoa com transtorno do espectro autista). Foto 03: médico neurologista José Alexandre Junior fala ao microfone e expõe um slide com o símbolo do autismo, o laço de quebra-cabeça. Ao lado do laço está escrito “Autismo” e “Dr. José Alexandre de Figueiredo Junior, neurologista”. Foto 04: Psicóloga Giany Ghattas fala ao microfone. Ela é uma mulher de pele clara, cabelos longos, usa uma camisa verde de tom claro e um relógio dourado.
 
Laura Meireles / Foto: Ednilson Aguiar
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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