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Forte de Coimbra, guardião das fronteiras do Império

Em meio às disputas territoriais que marcaram o século XVIII, o Presídio de Nova Coimbra foi erguido como um marco estratégico da presença portuguesa na América do Sul. Sob o comando do capitão Mathias Ribeiro da Costa, a construção teve início em 13 de setembro de 1775, não no local originalmente designado por Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres – o Fecho dos Morros –, mas cerca de quarenta léguas rio acima, no Estreito de São Francisco Xavier, à margem direita do Rio Paraguai.

A Fundação de Nova Coimbra

O presídio foi concebido com o propósito de proteger a fronteira luso-espanhola na região que hoje delimita o Brasil de Paraguai e Bolívia, reforçando a soberania portuguesa sobre o território em disputa. Sua localização no médio curso do Rio Paraguai foi escolhida estrategicamente, não apenas pela facilidade de acesso, mas também pelo potencial de incentivar o povoamento e a integração da região à Capitania de Mato Grosso.

A fortificação desempenhou um papel crucial até 1872, sendo palco de inúmeras ações defensivas durante os períodos de instabilidade e guerra, que marcaram os limites ocidentais do Império brasileiro.

Arquitetura e Estratégia

O Presídio de Nova Coimbra foi edificado com características militares adaptadas ao relevo do local. Construído sobre um barranco às margens do rio, sua planta irregular refletia a necessidade de adaptação ao terreno e às exigências defensivas da época.

O complexo inclui:

  • Capela: Um espaço dedicado à fé, que também simbolizava a presença cultural e religiosa portuguesa.
  • Casa de pólvora: Estrategicamente isolada, para evitar explosões em caso de ataque ou acidente.
  • Alojamentos e pátios internos: Elementos essenciais para abrigar os soldados e manter o funcionamento diário do presídio.
  • Muralhas e baluartes: Equipadas com canhões navais, proporcionando defesa contra invasões por terra e pelo rio.

Importância Estratégica e Declínio

O presídio consolidou a presença portuguesa na região, contribuindo para a segurança das fronteiras e para a expansão da ocupação ao longo do Pantanal. Sua localização foi vital para o controle das rotas fluviais e para a defesa contra avanços espanhóis, bem como para a manutenção do domínio português sobre o Rio Paraguai.

No entanto, com o passar do tempo e a redefinição das fronteiras políticas após o fim das disputas com a Espanha e os conflitos subsequentes, o papel militar de Nova Coimbra diminuiu. O local foi gradualmente desativado como fortificação estratégica.

A Preservação como Patrimônio Histórico

Em 1983, foi lançado o plano para transformar o local em um Parque Histórico-Turístico, resgatando a memória e o valor cultural do presídio. O projeto visa preservar e destacar o legado arquitetônico e histórico da fortificação, incluindo seus baluartes, canhões de marinha, capela e estruturas internas.

O Forte de Coimbra, como é conhecido atualmente, representa um testemunho do esforço português em proteger suas fronteiras e fomentar o desenvolvimento de uma região de importância geopolítica. A fortaleza permanece como símbolo de resistência e de adaptação às adversidades da época, além de integrar o rico patrimônio histórico-cultural do Brasil.

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