A história do “banho” dado em Samuel Gonçalves na Praça Alencastro é um episódio curioso que reflete a efervescência cultural e política de Cuiabá nos anos 1930. Em 1938, o jornal estudantil “A Voz do Norte”, dirigido por Benoni Lima e Francisco Nonato, era um espaço ativo de discussão. Samuel Gonçalves, sob o pseudônimo “Caramurus”, escreveu o artigo “Infelizmente Assim”, que provocou os alunos do Liceu Cuiabano devido às suas críticas ácidas à sociedade local.
Em resposta, os estudantes, numa atitude irreverente, cercaram Gonçalves na praça e o jogaram no chafariz, enquanto ele se dirigia a um baile de paletó branco. Sentindo-se desrespeitado, Samuel registrou a ocorrência na polícia. Após a investigação, ficou decidido que, apesar da afronta, o ato não configurava crime. O chefe de Polícia, Antônio Ries Coelho, arquivou o caso, e o “banho” se tornou uma lenda urbana.
A Praça Alencastro, palco desse episódio emblemático, permanece como o cenário de um ato que encapsulou o espírito irreverente da juventude da época e a efervescência da crítica social, ao mesmo tempo em que se torna um símbolo das tensões políticas e culturais que definiram aquele momento histórico de Cuiabá.