A expressão cuiabaníssima “Até na orêia” é utilizada para ilustrar momentos de exagero absoluto, quando algo é vívido, consumido ou experimentado em tamanha abundância que ultrapassa qualquer limite razoável, evocando uma sensação de excesso quase palpável, e muitas vezes, cômica.
Como exemplo, veja este retrato: “Zé Bolo Flô, célebre por sua paixão insaciável pelos irresistíveis quitutes da Casa de Bem-Bem, entrega-se com tanta gula ao banquete que, ao final da comilança, parecia não haver mais espaço nem para o mais leve suspiro”. Seu estado estava tão empanturrado que dava a impressão de que a fartura se apoderava de seu corpo, subindo pelas orêias como se seu olhar não tivesse mais fim.