Lucinda Persona, a natureza como pano de fundo das obras

A escritora de “Roteiro da poesia brasileira’, Lucinda Nogueira Persona (Arapongas – PN) chega a Cuiabá em 1965, ingressando, logo em seguida, no curso de Biologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). É mestre em Histologia e Embriologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e foi professora na UFMT e na Universidade de Cuiabá (Unic). A ligação com a natureza, assim como a poesia, a acompanha desde a infância, servindo como pano de fundo para sua produção. Desde 2014 ocupa a cadeira nº 4 da Academia Mato-grossense de Letras (AML) e assina obras como Por Imenso Gosto (1995); Ser Cotidiano (1998); Sopa Escaldante (2001); Leito de Acaso (2004); Tempo Comum (2009); Entre Uma Noite e Outra (2014); e O Passo do Instante (2019). É também autora de contos e crônicas, tendo colaborado com diferentes jornais e revistas do Estado. Pelo relevante trabalho, recebeu o Prêmio Cecília Meireles da União Brasileira de Escritores (UBE). Seus poemas também aparecem em antologias, como, por exemplo, “Roteiro da poesia brasileira: Anos 90”, com seleção e prefácio de Paulo Ferraz, publicado em São Paulo. Além disso, os versos da poetisa são, recorrentemente, escolhidos como tema de trabalhos acadêmicos.

Luciene Carvalho, pura declamação a serviço do bom texto

Escritora e poetisa, Luciene Carvalho (Corumbá-MS, 1968) envolveu-se com a poesia ainda na infância. Criada em Cuiabá, deixou a Capital para estudar em Ribeirão Preto (SP), retornando em seguida para a graduação na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).  Escritora e poetisa, coloca a declamação a serviço do texto, unindo, em suas apresentações, figurino, efeitos cênicos e trilha sonora para trazer vida a ele. Em 1992 seus poemas a levaram ao primeiro e terceiro lugares no Festival Livre de Arte e Música Popular (Flamp), na UFMT. Em 1993, fica em segundo lugar no mesmo evento e, em 1994, publica seu primeiro livro: Desafios Poéticos. Assina, na sequência: Conta-gotas; Sumo da lascívia; Aquelarre ou o livro de Madalena; Caderno de caligrafia; Teia; Devaneios poéticos: coletânea; Insânia; Ladra de flores; e Dona, dentre outros. Pela relevância de suas obras, foi reconhecida com prêmios e condecorações e tem sido recorrentemente referenciada em publicações científicas. Além disso ocupa, desde 2015, a cadeira nº 31 da Academia Mato-grossense de Letras (AML), entidade que atualmente preside. Como diretora, Luciene participou dos documentários Congo de Nossa Senhora do Livramento; Fronteiras do Imponderável e Filhos de São Benedito: nos ombros do andor.

Gabriel de Mattos: literatura e histórias em quadrinhos.

Arquiteto formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1984, Gabriel de Mattos concluiu o mestrado em Educação pela Universidade de Cuiabá (Unic) em 2000. Professor titular da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), pesquisa, majoritariamente, História da Arquitetura e Urbanismo. É conhecido por sua ligação com Mato Grosso, com a literatura brasileira e histórias em quadrinhos. Ao longo dos anos, além de livros, publicou contos e resenhas veiculados em diversos jornais e revistas, destacando-se, em paralelo, por seu trabalho como desenhista. Mesclando ficção e realidade, escreveu seu primeiro conto aos 15 anos, para, em seguida, publicar o Romance Preliminar (1978). Neste período surgiu material para o romance Geração da Virada, que revela perspectivas sobre a geração da década de 1970. Também são de sua autoria obras como Vertiginoso e Outros Contos (2010); Desmontando Os Quadrinhos – Histórias em Quadrinhos, Educação e Regionalidade (2009); República Transatlântica (2005); Quadricrônicas (2005); Doce Irresponsabilidade (2005); Destino Oeste (2005); Cuiabá: Duas Novelas (2003) e A Geringonça (2002). Atualmente, Gabriel faz doutorado em Estudos de Cultura Contemporânea na UFMT.

Eduardo Ferreira, precursor do audiovisual mato-grossense

Músico, compositor, escritor e cineasta, Eduardo Ferreira nasceu em Guiratinga, em 1961. De lá, mudou-se para Rondonópolis, Uberlândia (MG) e Rio de Janeiro (RJ), chegando a Cuiabá na década de 1980.  Ao longo deste período, estudou Arquitetura e Letras. Conhecido pela intensa atuação no setor cultural, é também um dos precursores do audiovisual mato-grossense.  Ainda na década de 80 fundou, em parceria com outros artistas, o grupo de arte litero-musical “Caxemir-Bouquê”, que realizava apresentações de música e poesia falada, tendo gravado 2 CDs.  Desde então, vem publicando poemas, crônicas, contos e resenhas em jornais, sites, revistas e livros de Mato Grosso. Dentre os inúmeros trabalhos destaca-se a novela Eu Nóia (2007). Além disso, roteirizou e dirigiu diversos curtas e documentários, foi diretor de TV, editor de jornal e articulador do site Overmundo. É um dos idealizadores do coletivo cultural Cidadão Cultura, espaço no qual publica com frequência. É,  atualmente, produtor e apresentador da Rádio Assembleia, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (89,5 FM), onde mapeia a música produzida no Estado.

Divanize Carbonieri, poeta de ‘Entraves e de ‘A ossatura do rinoceronte’

Graduada em Letras, Língua Inglesa e Portuguesa e Artes Plásticas, Divanize Carbonieri concluiu o doutorado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e dá aulas de Literaturas de Língua Inglesa na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). É também uma das editoras da revista literária digital Ruído Manifesto e integra o Coletivo Maria Taquara, ligado ao Mulherio das Letras. Professora, escritora e poetisa, assina livros de poesia como Entraves (2017), agraciado com o Prêmio Mato Grosso de Literatura; Grande depósito de bugigangas (2018), selecionado pelo Edital de Fomento à Cultura de Cuiabá/2017; A ossatura do rinoceronte (2020) e Furagem (2020), além da coletânea de contos Passagem estreita (2019), selecionada pelo Edital de Fomento à Cultura de Cuiabá/2018. Em 2018 chegou à final do Prêmio OFF Flip, na categoria poesias. Já na edição de 2019 ocupou a segunda colocação na categoria Conto. Também foi finalista no terceiro Concurso da Editora Lamparina Luminosa em 2016. Atua ainda como tradutora, tendo participado da tradução de “Hind Swaraj: autogoverno da Índia de Mohandas Gandhi” e “100 Grandes poemas da Índia”.

Cristina Campos, autora da célebre obra ‘O Falar Cuiabano’

Cristina Campos, nascida em Presidente Prudente (SP), encontrou em Cuiabá seu lar e inspiração, crescendo às margens do rio Coxipó, no histórico distrito do Coxipó do Ouro. Aprendeu a ler com a mãe antes mesmo de ingressar na escola, dando início a uma trajetória marcada pela paixão pela escrita. Entre 1983 e 1998, concluiu a graduação em Letras e o mestrado em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Posteriormente, em 2007, obteve o doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Dedicou sua carreira à educação, atuando como professora de Língua Portuguesa e Literatura no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – Campus Cuiabá (IFMT), onde também idealizou e produziu a publicação literária Dazibao. Esse projeto, fruto de laboratórios vivenciais, estimulava os alunos a explorar e criar literatura. Além disso, Cristina se destaca como revisora e organizadora de inúmeras obras. Reconhecida por suas pesquisas voltadas à cultura mato-grossense, Cristina ocupa, desde 2015, a cadeira nº 16 da Academia Mato-grossense de Letras (AML). Sua contribuição literária inclui obras de grande relevância, como Pantanal Mato-grossense: O Semantismo das Águas Profundas (2004), Conferência no Cerrado (2008), Manoel de Barros: O Demiurgo das Terras Encharcadas (2010) e O Falar Cuiabano (2014), consolidando-a como uma das mais importantes vozes da cultura regional.