Marilza Ribeiro, autora de ‘Meu Grito e ‘Corpo Desnudo’

Além de escritora, Marilza Ribeiro (Cuiabá-MT, 27/3/1934) é também facilitadora de biodança e desenhista. Começou a escrever poemas ainda aos 14 anos. Aos 17 tornou-se locutora de rádio, passando na sequência a produzir, escrever e narrar programas como Viajando Pela Pan Air e Caleidoscópio Feminino. Deixou sua cidade natal, Cuiabá, para viver por quase uma década em São Paulo (SP), onde graduou-se em psicologia pela Faculdade de Ciências e Letras de São Marcos. Sob a influência urbana e efervescência da capital paulista publicou seu primeiro livro, Meu Grito – Poemas Para Um Tempo de Angústia (1973). De volta a Cuiabá, mantém a produção literária e contribui também com textos para o jornal O Estado de Mato Grosso. Foi presidente da Associação de Mulheres de Mato Grosso e, por seu trabalho, recebeu homenagem na Literamérica (2006). Em seus versos vislumbra a sabedoria ancestral, tendo publicado obras como Corpo Desnudo (1981); Cantos para a terra do sol (1997); A Dança dos Girassóis (2004); Palavras de Mim (2005); Acordes para Uma Menina Cantar (2016) e Balaio Amarelo (2016), que recebeu o Prêmio Mato Grosso de Literatura daquele ano.
Lorenzo Falcão, autor de livros de poemas ‘Mundo Cerrado’

O escritor, cronista, prosador e poeta Lorenzo Falcão (Niterói-RJ, 1958) chega a Cuiabá na década de 1970. Embora tenha concluído a graduação em Educação Física e passado pela faculdade de Engenharia Civil, dedicou-se ao jornalismo. Foi repórter e editor em importantes veículos de comunicação do Estado, como o Diário de Cuiabá e a TV Assembleia Legislativa, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). É fundador do Tyrannus Melancholicus, site que mapeia a cena cultural mato-grossense e nacional, com foco especial em literatura. Venceu a segunda edição do Prêmio Mato Grosso Ação Cultural e foi um dos premiados no concurso Adeptus de Literatura, por seu poema Cachorro. Ao lado de outros escritores locais, criou o selo editorial Arcada voltado a autopublicações. Ativista cultural desde a década de 1980, publicou o livro de contos Motel Sorriso (2002), a revista independente de poesia Diferente (2005) e os livros de poemas Mundo Cerrado (2011), Duplex (2018) e Distribuidora Falcão (2019). Por seu trabalho ocupa, desde 2018, a cadeira nº 12 da Academia Mato-Grossense de Letras (AML).
Maria de Arruda Müller: A Alma da Educação Brasileira

Professora e poetisa, Maria de Arruda Müller (Cuiabá-MT, 9/12/1898 — Cuiabá-MT, 4/12/2003) participou ativamente na política, educação, literatura e cultura regionais. Diplomada pela Escola Normal Pedro Celestino, ingressou no magistério aos 16 anos, como auxiliar, e só deixou as salas de aula aos 96, por questões de saúde. Integrou o grupo feminino que criou o Grêmio Literário Júlia Lopes e que, por quase meio século, veiculou a revista A Violeta. Na década de 1930, ao lado de outras companheiras, deu início a um movimento em prol do voto feminino, ocasião em que conclamou as mulheres mato-grossenses a se inscreverem como eleitoras. Fundou ainda o Abrigo dos Velhos e das Crianças de Cuiabá e a Sociedade de Proteção à Maternidade e Infância de Cuiabá. Em 2002 foi reconhecida pelo Ministério da Educação como “A Professora do Brasil”. Sócia honorária do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT) e membro da Academia Mato-grossense de Letras (AML), publicou, em 1972, Família Arruda, Cuiabá ao Longo de 100 anos, em parceria com Dunga Rodrigues e, em seu centenário de vida, Sons Longínquos. Além disso, colaborou com diversos jornais de Mato Grosso, como O Cruzeiro e A Cruz, e também com revistas regionais e nacionais.
Manoel de Barros, poeta dos pássaros e da natureza

Um dos mais aclamados poetas brasileiros da contemporaneidade, Manoel Wenceslau Leite de Barros (Cuiabá-MT, 19/12/1916 — Campo Grande-MS, 13/11/2014) mudou-se com a família, ainda na infância, para uma propriedade rural em Corumbá (MS). Dali, seguiu para o colégio interno em Campo Grande (MS), aos 13 anos, e depois para a faculdade de direito no Rio de Janeiro (RJ). Viveu ainda na Bolívia, no Peru e, durante um ano, em Nova York, onde estudou cinema e pintura no Museu de Arte Moderna. Na década de 1960 voltou para Campo Grande, onde passou a viver como criador de gado, sem nunca deixar de escrever. Embora seu primeiro livro, Poemas Concebidos Sem Pecado, tenha sido publicado em 1937, o trabalho começou a ser valorizado nacionalmente a partir de sua descoberta por Millôr Fernandes, na década de 1980. Além de reconhecimento, Manoel de Barros conquistou vários dos maiores prêmios literários do Brasil, como o Jabuti, em 1987, com “O guardador de águas”. Foi também premiado pela Academia Brasileira de Letras (ABL). Sua vasta bibliografia conta com obras como Face Imóvel (1942); Concerto a Céu Aberto para Solos de Aves (1993); Livro Sobre Nada (1996); e Escritos em Verbal de Ave (2011), dentre outros.
Lucinda Persona, a natureza como pano de fundo das obras

A escritora de “Roteiro da poesia brasileira’, Lucinda Nogueira Persona (Arapongas – PN) chega a Cuiabá em 1965, ingressando, logo em seguida, no curso de Biologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). É mestre em Histologia e Embriologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e foi professora na UFMT e na Universidade de Cuiabá (Unic). A ligação com a natureza, assim como a poesia, a acompanha desde a infância, servindo como pano de fundo para sua produção. Desde 2014 ocupa a cadeira nº 4 da Academia Mato-grossense de Letras (AML) e assina obras como Por Imenso Gosto (1995); Ser Cotidiano (1998); Sopa Escaldante (2001); Leito de Acaso (2004); Tempo Comum (2009); Entre Uma Noite e Outra (2014); e O Passo do Instante (2019). É também autora de contos e crônicas, tendo colaborado com diferentes jornais e revistas do Estado. Pelo relevante trabalho, recebeu o Prêmio Cecília Meireles da União Brasileira de Escritores (UBE). Seus poemas também aparecem em antologias, como, por exemplo, “Roteiro da poesia brasileira: Anos 90”, com seleção e prefácio de Paulo Ferraz, publicado em São Paulo. Além disso, os versos da poetisa são, recorrentemente, escolhidos como tema de trabalhos acadêmicos.
Luciene Carvalho, pura declamação a serviço do bom texto

Escritora e poetisa, Luciene Carvalho (Corumbá-MS, 1968) envolveu-se com a poesia ainda na infância. Criada em Cuiabá, deixou a Capital para estudar em Ribeirão Preto (SP), retornando em seguida para a graduação na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Escritora e poetisa, coloca a declamação a serviço do texto, unindo, em suas apresentações, figurino, efeitos cênicos e trilha sonora para trazer vida a ele. Em 1992 seus poemas a levaram ao primeiro e terceiro lugares no Festival Livre de Arte e Música Popular (Flamp), na UFMT. Em 1993, fica em segundo lugar no mesmo evento e, em 1994, publica seu primeiro livro: Desafios Poéticos. Assina, na sequência: Conta-gotas; Sumo da lascívia; Aquelarre ou o livro de Madalena; Caderno de caligrafia; Teia; Devaneios poéticos: coletânea; Insânia; Ladra de flores; e Dona, dentre outros. Pela relevância de suas obras, foi reconhecida com prêmios e condecorações e tem sido recorrentemente referenciada em publicações científicas. Além disso ocupa, desde 2015, a cadeira nº 31 da Academia Mato-grossense de Letras (AML), entidade que atualmente preside. Como diretora, Luciene participou dos documentários Congo de Nossa Senhora do Livramento; Fronteiras do Imponderável e Filhos de São Benedito: nos ombros do andor.