Memória de Bairros

Os escritores José Pedro Rodrigues Gonçalves e Moacyr Freitas e sua obra Lavapés, publicada pela editora Entrelinhas, busca recuperar a história de Cuiabá, na metade do século XX, pela imagem de uma fonte de água, sepultada por concreto e asfalto na atual praça Clóvis Cardoso .

Que a destreza em dar apelidos às pessoas é perceptível no cuiabano, todo mundo já sabe. Agora muitos nem se atentaram para a sua criatividade em denominar bairros.

Existem poucos adjetivos iniciados com as letras X e Z na língua portuguesa. Menos ainda nomes de bairros começados com essas letras. Mas há características positivas e elogios a pessoas como xodó (amor, namorado); xará (companheiro, amigo); xonguila (bonito, usado em Moçambique); zeloso, zelosa; zen; zelador, zeladora; zelante e zero bala, entre outros.

A professora e escritora Neila Barreto, membro da Academia Mato-grossense de Letras e atual presidente do Instituto Histórico e Geográfico, cita que o rio Cuiabá está ligado à história da vila e da cidade às quais deu nome. Nas várias versões da história, o rio homônimo foi roteiro de aventuras esplendorosas, de epopeias trágicas e grandiosas, de práticas cotidianas quase …

Dezenas de bairros cuiabanos foram batizados por seus primeiros moradores de forma surpreendente, valorizando os aspectos da fauna e flora como jardins, parques, cores e animais.  Na região norte, por exemplo, as cores ganham brilho: Vila Rosa, Serra Dourada, Lagoa Azul, Colina Verde e Barreiro Branco, além de Ouro Fino e Morada do Ouro.

Existem bairros cuiabanos nos quais seus apelidos ou abreviações assumiram a nomenclatura oficial. É o caso, dos CPAs 2, 3 e 4. A sigla não tem nada a ver com moradia. Significa Centro Político e Administrativo, construído antes do núcleo habitacional. Já o CPA 1, na verdade, tem outro nome: Morada da Serra, escolhido em plebiscito realizado pelo então presidente …