Era 7 de março de 1880 quando, em uma solenidade marcada pela presença das principais autoridades da província, foi oficialmente instalado o Liceu Cuiabano, um marco no ensino público de Mato Grosso. A cerimônia, conduzida pelo presidente da província, Eneas Galvão, contou com a participação de figuras de destaque como o barão de Maracaju, o bispo dom Luis d’Amour e o diretor geral da instrução pública, doutor Dormevil José dos Santos Malhado. A inauguração, realizada no edifício destinado ao liceu, simbolizava um grande avanço na educação da capital, e uma carta formal foi redigida para registrar o evento.
A mensagem do governador aos deputados ressaltou a importância do Liceu, um estabelecimento que oferecia dois cursos fundamentais. O curso normal, voltado à formação de professores primários, abordava gramática, filosofia, literatura, pedagogia, matemática, geografia e história do Brasil. Já o curso de línguas e ciências preparatórias, mais abrangente, oferecia além das disciplinas do curso normal, latim, francês, inglês, filosofia racional e moral, retórica e história universal, preparando os estudantes para o ingresso nos cursos superiores do país.
O Liceu Cuiabano não apenas representava uma grande conquista para o ensino na província, mas também quebrava uma barreira que impedia as famílias de menores recursos de proporcionarem uma educação mais qualificada a seus filhos. O liceu se tornava uma oportunidade única para os jovens de Cuiabá se prepararem para o magistério ou avançarem para os estudos superiores, marcando uma nova era no desenvolvimento educacional de Mato Grosso.