Ainda na época da escravidão, no final do século XIX, surgiu em Cuiabá uma mulher negra, por nome Bonifácia, que se transformou em figura lendária ao proteger e acobertar os escravos fugitivos, vítimas dos capitães da época. Era alforriada, curandeira e controlava o acesso aos quilombos.
Pesquisadores e historiadores, contudo, apontam que a trajetória desta personagem ainda é uma incógnita, dado à inexistência de registros sobre a sua vida. A maior parte do que se sabe foi passada de geração em geração de forma superficial, ou seja, sem fonte documental. Segundo relatos, a escrava alforriada viveu nas imediações do parque que leva o seu nome, mais precisamente na Avenida Lavapés. Ao longo do tempo, descobriu-se que, além de salvar escravos da perseguição, ela curava os doentes fazendo uso de plantas medicinais.
Na estátua, inspirada pelo artista Jonas Correa, é possível ver o retrato de Mãe Bonifácia em pé com um cajado possivelmente para representar o auxílio à locomoção devido a idade avançada. Aos seus pés, o homem caído exausto pela fuga na mata olha em sua direção com o braço segurando a sua mão como pedido de socorro e, prontamente, Bonifácia lhe concede a bênção. O monumento foi inaugurado no ano 2000, edificado na avenida Miguel Sutil.