Por Bento Andreato – 11/12/2018
“Perdi a minha aliança!”, exclamou Didi, o meio-campista da seleção brasileira, interrompendo abruptamente o treino da equipe às vésperas da Copa do Mundo de 1958. A notícia espalhou-se rapidamente, e o Maracanã, palco dos maiores momentos do futebol mundial, viu-se transformado em um cenário improvável para uma busca frenética. Didi não quis saber de desculpas e, com um senso de urgência incomum, pediu aos colegas de time que se ajoelhassem no gramado para ajudá-lo a procurar o anel de casamento perdido.
Horas se passaram, e o sol começou a se pôr, mas a aliança seguia desaparecida. O treino transformou-se em uma verdadeira missão de resgate, com os jogadores exaustos, mas comprometidos, vasculhando cada centímetro do campo. Mesmo assim, não havia sinal do precioso item. A cena foi capturada por câmeras e, no dia seguinte, os jornais estamparam a imagem dos jogadores, ajoelhados e desesperados, como uma das mais peculiares histórias do futebol brasileiro.
Quando o dia seguinte chegou, a esposa de Didi, Guiomar, apareceu no hotel, tendo visto nas notícias a busca de seu marido. Com uma atitude serena, ela o tranquilizou, dizendo: “Não se preocupe, compramos uma mais bonita.” A perda da aliança, afinal, não foi motivo para crise, mas sim um ponto de reflexão sobre o relacionamento do casal. No entanto, a história não deixou de alimentar rumores. Alguns acreditaram que Didi havia orquestrado toda a cena como uma desculpa para justificar a perda da joia em circunstâncias duvidosas. Fato ou ficção, o episódio da “caçada à aliança” ficou eternizado como uma das anedotas mais curiosas daquela época, misturando o drama pessoal com o inusitado do futebol.