À primeira vista, Psicopata Americano pode parecer uma cápsula do tempo, mas Patrick Bateman segue incrivelmente atual. Mesmo com avanços no debate sobre masculinidade tóxica e capitalismo, o personagem ainda ressoa como um arquétipo de poder e status.

A obra expõe como ideais ultrapassados continuam influenciando comportamentos. Homens criados sob o conceito de “superioridade masculina” sentem frustração ao não atenderem suas expectativas de domínio, muitas vezes canalizando isso em violência. Estudos mostram que esse padrão resulta em maior propensão ao bullying, comportamentos de risco e depressão, prejudicando não apenas as mulheres, mas os próprios homens.

Além disso, Bateman personifica o ideal capitalista extremo: ele busca a melhor aparência, os melhores restaurantes e a exclusividade absoluta. Sua obsessão pelo consumo e pelo status reflete uma cultura que, mesmo décadas depois, segue premiando ostentação e individualismo.

Ao satirizar os excessos de sua época, Psicopata Americano revelou vícios que a sociedade ainda não abandonou. A questão que permanece é: até quando continuaremos alimentando os Patrick Batemans da vida real?

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