O crescimento demográfico trouxe desafios logísticos, especialmente no abastecimento de mantimentos e insumos, o que impulsionou as Monções, expedições fluviais que conjugavam esforços colonizadores e comerciais, desbravando rios e interligando territórios.
Em 9 de maio de 1748, uma Carta Régia desmembrou a Capitania de Mato Grosso da Capitania de São Paulo, instituindo-a como unidade administrativa autônoma. Suas fronteiras orientais foram fixadas, mas o território ocidental, onde se localizavam áreas sob domínio espanhol, permaneceu indefinido. Essa indefinição gerou preocupações explícitas em outra Carta Régia, expedida em janeiro de 1749, especialmente quanto à navegação e pesca no estratégico Rio Guaporé.
A liderança da nova capitania foi confiada a dom Antônio Rolim de Moura Tavares, nomeado Governador e Capitão-Geral em 22 de setembro de 1748. Após assumir o cargo em 1751, Rolim de Moura fundou, em 19 de março de 1752, a Vila Bela da Santíssima Trindade, planejada como a sede do governo e situada à margem direita do Rio Guaporé. A vila tornou-se o símbolo da administração colonial e da defesa do território frente às ameaças estrangeiras.
Com a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, a Capitania de Mato Grosso foi elevada à condição de Província do Império Brasileiro, adaptando-se ao novo contexto político nacional.
Ao longo de sua existência, a Capitania de Mato Grosso foi governada por figuras de destaque, que desempenharam papéis centrais na consolidação do território e no enfrentamento das adversidades fronteiriças. Entre os governadores e capitães-gerais, destacam-se:
- Dom Antônio Rolim de Moura Tavares
- Tenente Coronel João Pedro da Câmara
- Luís Pinto de Souza Coutinho
- Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres
- João de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres
- Caetano Pinto de Miranda Montenegro
- Manoel Carlos de Abreu Menezes
- João Carlos Augusto D’Oeynhausen de Gravenbourg
- Francisco de Paula Magessi Tavares de Carvalho
Esses líderes enfrentaram desafios variados, desde disputas territoriais com a Espanha até a estruturação administrativa e social de uma região remota, consolidando as bases da futura província que se tornaria essencial para a integração do território nacional.