A expressão “pagar o pato” tem raízes em uma história contada na obra Facetiae do italiano Giovanni Bracciolini (1380-1459), um dos personagens centrais do Renascimento italiano, conhecido por sua contribuição à literatura e aos estudos clássicos. Na obra, Bracciolini narra uma história peculiar envolvendo um camponês que vendia patos e uma mulher que, ao invés de pagar pela mercadoria com dinheiro, propunha um pagamento em encontros sexuais com o vendedor.
A situação tomou um rumo inesperado quando o marido da mulher, que suspeitava de algo, surpreendeu os dois. Sem concordar com a proposta de pagamento original e, possivelmente, enfurecido com o ocorrido, o marido tomou a decisão de pagar o pato — mas, ao contrário da mulher, ele usou dinheiro para resolver a questão. A história termina com o homem pagando pela transação de forma convencional e encerrando o mal-entendido de maneira definitiva.
A expressão “pagar o pato”, portanto, surge nesse contexto como uma metáfora para a ideia de assumir a responsabilidade ou os custos de uma situação de forma involuntária, especialmente quando se está no lugar de alguém que deveria arcar com as consequências, mas acaba sendo o alvo da cobrança. Ao longo dos séculos, a expressão foi ganhando popularidade e hoje é comumente usada para indicar que alguém paga por algo que não causou ou que não era sua culpa.