Em setembro de 1979, a menina Rachel Coelho Menezes de Souza, conhecida como Rachel Clemens, marcou a memória dos brasileiros ao se recusar dar a mão ao general João Baptista de Oliveira Figueiredo, então presidente do Brasil, durante um encontro em Belo Horizonte.
No dia em que mulheres vão às ruas protestar contra Jair Bolsonaro, candidato à presidência que defende o regime militar, relembre a história da menina que se tornou um símbolo não só do desgaste da ditadura, já em seus últimos anos, como daqueles que fizeram resistência a ela.
À época da foto, Rachel tinha apenas 5 anos. Seu gesto, no entanto, carregava menos intenção política originalmente do que a ele foi atribuído naquele contexto de tensões sociais.
Em entrevista ao “Jornal da Globo”, em 2011, Rachel contou que estava ansiosa para falar com o general. No dia anterior, seu pai lhe disse que iria almoçar com o presidente e ela havia insistido para que a mãe a levasse para vê-lo.
[blockquote align=”none” author=”RACHEL CLEMENS”][/blockquote]”Virei pra ele: ‘você sabia que você vai almoçar com meu pai hoje’? Aí todo mundo ficava assim: ‘dá a mão pra ele, dá a mão pra ele’. Eu detestei. Detesto que me mandem fazer as coisas. Não dei a mão porque eu não queria dar a mão pra ele, eu queria dar um recado pra ele”, relembrou.Anos depois, segundo a “Globo Minas”, ela se formaria em comércio exterior, faria pós-graduação no Instituto Tecnológico da Aeronáutica e trabalharia em vários países. Rachel morreu aos 40 anos em 2015 e deixou uma filha.