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Dalva de Barros, a “pintora repórter de Cuiabá”

Aos 23 anos a jovem Dalva Maria de Barros (Cuiabá-MT, 1935) começa seus estudos em pintura por meio de um curso por correspondência do Instituto Universal Brasileiro. Em 1960 vai para São Paulo (SP), onde ingressa no curso livre de pintura na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). Intensifica sua produção a partir de 1962 e, entre 1968 e 1970, estuda na Escola de Belas-Artes, no Rio de Janeiro (RJ). No ano seguinte, já em Mato Grosso, divide o tempo entre a pintura e o artesanato. De 1976 a 1980 foi supervisora no Ateliê Livre da Fundação Cultural de Mato Grosso e, de 1981 a 1996, deu aulas no Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Graduada também em Matemática, é responsável pela formação de diversos artistas plásticos importantes. Considerada pela crítica de arte como a “pintora repórter de Cuiabá”, tem trabalho marcado pelas cenas de rua, vistas panorâmicas e fatos corriqueiros. Utilizando-se do realismo, registra também paisagens, retratos e interiores. Realizou exposições individuais e coletivas em Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Daniel Pellegrim, foco na subjetividade e imaginação

Vindo do Paraná para Mato Grosso, forma-se em Direito em 1998, tornando-se, posteriormente, produtor cultural, em Cuiabá. No mesmo ano, Daniel Pellegrim (Marialva, Paraná, 1975),  participa pela primeira vez do Salão Jovem Arte Mato-grossense e do Salão Plástica Amazônia. Em 2001, promove oficinas de gravura em metal, serigrafia e arte digital na Capital, estendendo seu trabalho ao desenho, pintura, gravura, instalações e arte computacional. O artista possui mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e explora os territórios da subjetividade e da imaginação, bem como o caráter experimental da arte. Sendo assim, busca autonomia e a valorização do inconsciente, sem ignorar neologias e tendências contemporâneas. Suas principais referências artísticas são Jean Dubuffet, Hans Arp, Juan Miró e Edvard Munch. Em 2003 muda-se para Chapada dos Guimarães, onde abre uma galeria e, em 2004 assume a Secretaria de Turismo, Cultura e Meio Ambiente da cidade. Em 2008, fecha a galeria e inaugura o Estúdio Pellegrim. Em 2010, realiza exposição individual em Curitiba (PR) e no ano seguinte muda-se para Brasília, DF. Atualmente, vive e trabalha em Fortaleza (CE).

Clovis Irigaray: a arte que celebra a temática indigenista

Este artista demonstrou inclinação às artes desde cedo. A carreira de Clovis Irigaray (Alto Araguaia, MT – 1949) começa em 1968 com a exposição Cinco Artistas de Mato Grosso, que passa pela galeria do Cine Bela-Artes de São Paulo (SP) e pelo XXIII Salão Municipal de Belo Horizonte (MG). Integrante da segunda geração de artistas mato-grossenses, é um dos grandes representantes da pintura moderna no Estado. Em 1974 participa da Bienal Nacional de São Paulo, e, em 1975, da XXIV edição do Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde é consagrado com o prêmio aquisição no VI Salão Paulista de Arte Contemporânea. A partir deste período imerge na temática indigenista com enfoque hiper-realista, elementos que marcariam a maior parte de sua produção futura. Fez parte da exposição Panoramas das Artes de Mato Grosso, no Museu de Arte e Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e de diversas outras por diferentes estados do Brasil. Em 2013, foi nomeado embaixador das artes pela Academia Francesa de Artes, Letras e Cultura e também foi convidado para expor seu trabalho no Museu do Louvre, em Paris.

Clínio Moura: obras que retratam a espiritualidade

Ceramista e marinheiro, é um dos mais celebrados artistas da comunidade ribeirinha de São Gonçalo, em Cuiabá. Desde criança, Clinio Moura (Várzea Grande-MT,1928), viveu entre artesãos que faziam trabalhos manuais, cada um usando técnicas conforme seus gostos peculiares, em que retratavam suas alegrias e tristezas. Na mocidade tornou-se marinheiro, subindo e descendo o rio Cuiabá, andando nas lanchas que transportavam os produtos da região. Em um destes percursos conheceu Binina Moraes, artesã com quem se casou. Com ela aprendeu a arte de manusear argila, transformando-a em peças originais, nas quais caracteriza sua família. Passou então a ensinar a seus filhos vivendo todos, até hoje, da renda do artesanato, ao tempo que contribuem para a cultura de Mato Grosso e sobretudo para a cultura cuiabana. A produção é marcada, sobretudo, pela religiosidade da família, expressada em representações de santos. Clinio participou da mostra coletiva “Santeiros e imaginários”, em 1977, no Paço das Artes, em São Paulo. Também fez parte do projeto “Panorama das artes plásticas em Mato Grosso no século XX”, realizada de 17 de dezembro de 2003 a 17 de janeiro de 2004, no Studio Centro Histórico, em Cuiabá.

Carlos Lopes: arte inspirada na iconografia de Mato Grosso

Artista plástico, ceramista e gravador começou a pintar ainda na infância, mesmo período em que chegou a Cuiabá. Na adolescência se apresentou por conta própria a Benedito Nunes, que o convidou para frequentar o Ateliê Livre, da extinta Fundação Cultural. Lá, entre 1979 a 1985, aprendeu noções de desenho, pintura e história da arte, tendo Dalva de Barros como professora. Seu trabalho, marcado pela diversidade, repetições e contrastes, é também caracterizado pela utilização de diferentes materiais na busca por novas texturas e cores. Sendo assim, possui obras produzidas a partir de experimentações com madeira, papelão, tinta a óleo para parede, carvão, grafite, lápis de cor e pigmentos feitos com fragmentos de rochas encontradas em Chapada dos Guimarães. Pautado pela iconografia mato-grossense, busca no dia a dia elementos para suas composições. Participou de várias edições do Salão Jovem Arte de Mato Grosso, estando, por quatro vezes, na lista de vencedores. Carlos integra a 2ª geração da Arte Mato-grossense e obteve o prêmio Estímulo no I Salão Mato-grossense de Artes Plásticas em 1989. Além disso, realizou inúmeras exposições coletivas e individuais.

Benedito Nunes: temática urbana e paisagem do cerrado

Ele começa a pintar em 1978, aos 22 anos, quando começa a frequentar o Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).  Na década 1980, Benedito Nunes(Cuiabá –MT, 1956 – Cuiabá- MT, 2020) se consolida como um dos principais representantes do impressionismo no Estado, destacando-se pela utilização de linguagem artística marcada, sobretudo, pela experimentação. Nesse período, participa de exposições no Museu de Arte de São Paulo (MASP), no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), além de várias mostras individuais e coletivas em Mato Grosso. Seus trabalhos são caracterizados pelo apelo urbano e periférico da cidade, dialogando, eventualmente com paisagens do Cerrado. Pintor e desenhista, é conhecido ainda por registrar as sonoridades, mesclando ao seu estilo elementos futuristas e regionais. Em 2006, realiza a exposição “Barulhismo no Cerrado”, com obras produzidas a partir de diferentes materiais, pensadas para aguçar os sentidos. Faleceu em março de 2020, deixando como legado vasta produção espalhada no Brasil, na Europa e no Estados Unidos.

Bené Fonteles: Ordem do Mérito Cultural

Nascido às margens do rio Caetés, José Benedito Fonteles, o Bené Fonteles (Bragança – PA, 1953), um dos afluentes da baía de Marajó, inicia sua carreira em 1971, expondo no 3º Salão Nacional de Artes Plásticas do Ceará, onde também atua como jornalista. Durante as décadas de 1970 e 1980, integra diversas exposições coletivas, nacionais e internacionais, ligadas à arte postal e a pesquisas de novos meios de expressão. Nesse período, participa de quatro edições da Bienal Internacional de São Paulo. Entre 1983 e 1986 dirige o Museu de Arte e de Cultura Popular da Universidade Federal do Mato Grosso (MACP/UFMT). Na década de 1980, envolve-se em projetos e movimentos voltados à preservação ecológica. Em 1991, muda-se para Brasília, onde mantém atuação como ativista ecológico e organizador de eventos artísticos. Artista plástico, jornalista, editor, escritor, poeta e compositor, em 1997, organiza a montagem da sala especial do artista baiano Rubem Valentim, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA). Entre os livros que publica, destacam-se O Livro do Ser (1994) e O Artista da Luz (2001). Em 2003 lança o CD Benditos, e, no mesmo ano, recebe da Presidência da República a comenda Ordem do Mérito Cultural.

Babu 78: produção entre murais, pinturas e icônicas ilustrações

O desenhista grafiteiro e artista visual Babu 78 tem no nome de batismo Adão Silva Segundo (Cuiabá-MT, 1979). Conhecido desde a infância por sua habilidade com o desenho, profissionalizou-se no início dos anos 2000 e hoje atua também como arte-educador em oficinas de grafite. Atualmente, sua produção é dividida entre os murais de rua e as pinturas e desenhos e ilustrações produzidas em seu estúdio, na Capital. Seu trabalho, reconhecido em todo o país e no exterior, foi exposto na Blaze Gallery, em São Paulo (SP); na “A Casa do Parque”, em Cuiabá, e no Sesc Amazônia das Artes, em Palmas (TO), além de Rondônia (RO), Teresina (PI), Macapá (AP) e Boa Vista (RR). Em 2018 ganhou o 2º lugar do prêmio online PIPA 2018, considerado uma das principais premiações da arte contemporânea brasileira. Babu também participou de diversas mostras coletivas, entre elas: “Projeto Liberdade Assistida”, Galeria Silva Freire OAB-MT, em Cuiabá (2015); “Irigaray Arte Cidade”, no Palácio da Instrução, em Cuiabá (2016); e 25º Salão Jovem Arte Mato-grossense, no Palácio da Instrução, Cuiabá (2016). Suas obras chegaram ainda a países como Argentina, Chile, Peru e Finlândia.

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