O Beco Cabo Agostinho, uma discreta passagem que resguarda a história da cidade, tem seu início no antigo “Larguinho,” um nome popular para a pequena bifurcação que se forma no encontro da Rua Ricardo Franco com o Beco Torto, hoje conhecida como Rua 21 de Abril, seguindo em direção à Rua 7 de Setembro. Característico por sua simplicidade, o beco permanece quase inalterado ao longo dos anos e mantendo o charme de um passado que se reflete nas pedras e paredes de seus arredores.
O nome “Cabo Agostinho” faz referência a um personagem peculiar da história cuiabana: um homem que servia como “Correio” entre Cuiabá e a Corte do Rio de Janeiro. Em tempos de comunicação incerta e demorados deslocamentos, Cabo Agostinho enfrentava com coragem e perseverança as distâncias do sertão, transportando cartas e notícias que uniam os habitantes de Cuiabá aos destinos distantes. Essa narrativa foi eternizada pelo escritor Rubens de Mendonça no livro Ruas de Cuiabá, onde Mendonça registra as palavras do professor Ezequiel Pompeu Ribeiro de Siqueira, autor do Hino a Cuiabá, que, em 1962, compôs a letra que celebra a cidade.
Assim, o Beco Cabo Agostinho é mais que uma passagem estreita e isolada — ele simboliza a memória de um tempo em que o contato com o exterior era uma conquista. Para os cuiabanos, cada canto do beco ecoa a história de um homem que, atravessando o desconhecido, levou e trouxe relatos e novidades, eternizando seu nome nas ruas que um dia percorreu.
Photographia
Complementando a missão de preservar a memória histórica de Cuiabá, o projeto Photographia surge como uma iniciativa cultural da central de documentação de dados do Almanaque Cuyabá. Dedicado a resgatar imagens históricas da cidade, o Photographia compila e seleciona ilustrações de domínio público e créditos a fotógrafos, editores, colecionadores, e instituições culturais. Através dessa coleção, a história da cidade ganha vida em detalhes visuais, perpetuando a memória de Cuiabá para futuras gerações.