Carlos Lopes: arte inspirada na iconografia de Mato Grosso

Artista plástico, ceramista e gravador começou a pintar ainda na infância, mesmo período em que chegou a Cuiabá. Na adolescência se apresentou por conta própria a Benedito Nunes, que o convidou para frequentar o Ateliê Livre, da extinta Fundação Cultural. Lá, entre 1979 a 1985, aprendeu noções de desenho, pintura e história da arte, tendo Dalva de Barros como professora. Seu trabalho, marcado pela diversidade, repetições e contrastes, é também caracterizado pela utilização de diferentes materiais na busca por novas texturas e cores. Sendo assim, possui obras produzidas a partir de experimentações com madeira, papelão, tinta a óleo para parede, carvão, grafite, lápis de cor e pigmentos feitos com fragmentos de rochas encontradas em Chapada dos Guimarães. Pautado pela iconografia mato-grossense, busca no dia a dia elementos para suas composições. Participou de várias edições do Salão Jovem Arte de Mato Grosso, estando, por quatro vezes, na lista de vencedores. Carlos integra a 2ª geração da Arte Mato-grossense e obteve o prêmio Estímulo no I Salão Mato-grossense de Artes Plásticas em 1989. Além disso, realizou inúmeras exposições coletivas e individuais.
Benedito Nunes: temática urbana e paisagem do cerrado

Ele começa a pintar em 1978, aos 22 anos, quando começa a frequentar o Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Na década 1980, Benedito Nunes(Cuiabá –MT, 1956 – Cuiabá- MT, 2020) se consolida como um dos principais representantes do impressionismo no Estado, destacando-se pela utilização de linguagem artística marcada, sobretudo, pela experimentação. Nesse período, participa de exposições no Museu de Arte de São Paulo (MASP), no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), além de várias mostras individuais e coletivas em Mato Grosso. Seus trabalhos são caracterizados pelo apelo urbano e periférico da cidade, dialogando, eventualmente com paisagens do Cerrado. Pintor e desenhista, é conhecido ainda por registrar as sonoridades, mesclando ao seu estilo elementos futuristas e regionais. Em 2006, realiza a exposição “Barulhismo no Cerrado”, com obras produzidas a partir de diferentes materiais, pensadas para aguçar os sentidos. Faleceu em março de 2020, deixando como legado vasta produção espalhada no Brasil, na Europa e no Estados Unidos.
Bené Fonteles: Ordem do Mérito Cultural

Nascido às margens do rio Caetés, José Benedito Fonteles, o Bené Fonteles (Bragança – PA, 1953), um dos afluentes da baía de Marajó, inicia sua carreira em 1971, expondo no 3º Salão Nacional de Artes Plásticas do Ceará, onde também atua como jornalista. Durante as décadas de 1970 e 1980, integra diversas exposições coletivas, nacionais e internacionais, ligadas à arte postal e a pesquisas de novos meios de expressão. Nesse período, participa de quatro edições da Bienal Internacional de São Paulo. Entre 1983 e 1986 dirige o Museu de Arte e de Cultura Popular da Universidade Federal do Mato Grosso (MACP/UFMT). Na década de 1980, envolve-se em projetos e movimentos voltados à preservação ecológica. Em 1991, muda-se para Brasília, onde mantém atuação como ativista ecológico e organizador de eventos artísticos. Artista plástico, jornalista, editor, escritor, poeta e compositor, em 1997, organiza a montagem da sala especial do artista baiano Rubem Valentim, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA). Entre os livros que publica, destacam-se O Livro do Ser (1994) e O Artista da Luz (2001). Em 2003 lança o CD Benditos, e, no mesmo ano, recebe da Presidência da República a comenda Ordem do Mérito Cultural.
Babu 78: produção entre murais, pinturas e icônicas ilustrações

O desenhista grafiteiro e artista visual Babu 78 tem no nome de batismo Adão Silva Segundo (Cuiabá-MT, 1979). Conhecido desde a infância por sua habilidade com o desenho, profissionalizou-se no início dos anos 2000 e hoje atua também como arte-educador em oficinas de grafite. Atualmente, sua produção é dividida entre os murais de rua e as pinturas e desenhos e ilustrações produzidas em seu estúdio, na Capital. Seu trabalho, reconhecido em todo o país e no exterior, foi exposto na Blaze Gallery, em São Paulo (SP); na “A Casa do Parque”, em Cuiabá, e no Sesc Amazônia das Artes, em Palmas (TO), além de Rondônia (RO), Teresina (PI), Macapá (AP) e Boa Vista (RR). Em 2018 ganhou o 2º lugar do prêmio online PIPA 2018, considerado uma das principais premiações da arte contemporânea brasileira. Babu também participou de diversas mostras coletivas, entre elas: “Projeto Liberdade Assistida”, Galeria Silva Freire OAB-MT, em Cuiabá (2015); “Irigaray Arte Cidade”, no Palácio da Instrução, em Cuiabá (2016); e 25º Salão Jovem Arte Mato-grossense, no Palácio da Instrução, Cuiabá (2016). Suas obras chegaram ainda a países como Argentina, Chile, Peru e Finlândia.
Ana Ruas: arte contemporânea e assuntos transdisciplinares

Da infância e juventude no interior do Rio Grande do Sul, entre São João da Urtiga, Lagoa Vermelha e Passo Fundo, onde cursou Artes Plásticas, Ana Ruas (Machadinho-RS, 1966) seguiu, em 1988, para Campinas e São Paulo (SP). Por lá viveu até 1996, mudando-se então para Campo Grande (MS). Em seu trabalho aborda, sobretudo, perspectivas acerca do lugar habitado, do espaço e da luz do Centro-oeste. A artista é responsável pela criação da fachada do Museu de Arte e de Cultura Popular, da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP/UFMT), em 2014. Foi contemplada com Prêmio PIPA – Voto Popular, em 2015, e também recebeu o prêmio FUNARTE Mulheres nas Artes Visuais, em 2013. Em 2019 telas de sua coleção “Floresta Encatanda” foram expostas no programa Encontro, da rede Globo. Além de sua produção individual, Ana Ruas provoca intercâmbios sobre arte contemporânea e assuntos transdisciplinares, tendo produzido trabalhos com a coparticipação de crianças, por exemplo. Fundou, em 2011, o Ateliê Aberto, na capital sul-mato-grossense, onde acolhe, reúne e hospeda críticos de arte, estudantes, curadores e artistas.
Almira Reuter: pintura em acetato com toques de aquarela

Criada entre Bahia e Minas Gerais, Almira Reuter de Miranda (Nanuque-MG, 1946) mudou-se para Mato Grosso na década de 1960, chegando primeiro a Cáceres e, em seguida, estabelecendo-se em Cuiabá. Em 1986, já na Capital, começou a pintar e, três anos depois, estreava no Festival de Inverno de Belo Horizonte (MG). Na década seguinte, integrou diversas edições do Salão Jovem Arte de Mato Grosso. No ano 2000 realizou uma exposição individual intitulada “Reminiscências de Cuyabá”, cujas telas inspiraram uma série temática de cartões telefônicos com tiragem de 15 mil reproduções. Autodidata, não possui estudo formal sobre pintura. Seu trabalho, classificado como expressionista, tem como base a pintura sobre acetato, remetendo a aquarelas sobre tecido. Outras técnicas e materiais também já foram utilizados pela artista em diferentes fases, como saco de estopa, seda, chitão, filó, barbante, aço, papel, metal e barro. Como resultado destes experimentos, tornou-se uma das pintoras mais premiadas do Estado, realizando exposições Brasil afora e em outros países, como Inglaterra e Estados Unidos. Atualmente, mora em Salvador (BA) e aposta em novos métodos com a pintura digital.