Neila Barreto, a escritora das Águas e suas narrativas

Especialista em Didática, Metodologia do Ensino Superior e Ciências Políticas pelas universidades de Educação, em Fátima do Sul (MS), Presidente Venceslau (SP) e Univag (MT), Neila Barreto (Rosário Oeste – MT, 21/01/1955) emprestou sua comunicabilidade a diversas funções. Na juventude ingressa na Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso (Sanemat) e, a partir daí, atua como secretária, instrutora e assessora de imprensa, dentre muitos outros. Mestre em História pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a autora também é jornalista e membro titular da cadeira nº 19 da Academia Mato-grossense de Letras (ABL). Das numerosas publicações, destacam-se: A Água e o Corpo; A Torneira e a Água; Água Sagrada e Chafariz; Educação pela Água; Água de Beber, Proseando com Lacínio, resgate de História; Rio Cuiabá: Feliz ou Infeliz? e São João e a Água. Atualmente, Neila pesquisa a história do saneamento no Estado. Além disso, assina o Projeto Histórico do Memorial da Água – em fase de implantação nas Estações de Tratamento de Água I e II, respectivamente nas Avenidas Presidente Marques e São Sebastião, do Museu do Morro da Caixa d`Água Velha; e do Parque das Águas, na Captação do Ribeirão do Lipa, em Cuiabá. Entrar no blog da Neila

Marília Beatriz, do enigmático ‘O Mágico e o Olho Que Vê’

Considerada uma das fundadoras da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Marília Beatriz de Figueiredo Leite (Rio de Janeiro-RJ, 3/09/ 1941 – Cuiabá –MT, 1/07/2020) formou-se em Direito pela Universidade do Estado da Guanabara (UERJ) e mestra em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), era ligada também às áreas da arte, tendo exercido as funções de escritora, poeta e teatróloga. Filha do advogado Gervásio Leite (o Vavázio), chegou a advogar no Rio de Janeiro, além de Mato Grosso. Conhecida por sua intensa militância cultural, era membro da Academia Mato-grossense de Letras (AML) desde 2015, entidade da qual, assim como o pai, foi presidente. Participou e coordenou vários grupos artísticos, além de proferir palestras sobre estes temas em inúmeros eventos. Sua produção contempla apresentações de livros, organização de obras artísticas e literárias, colaboração em periódicos e autoria de artigos, bem como prêmios e distinções por sua contribuição ao setor. Faleceu em Cuiabá, aos 76 anos, deixando para o Estado incomensurável legado, eternizado por obras como O Mágico e o Olho Que Vê (1982); De(Sign)Ação: arquigrafia do prazer (1993); e Viver de Véspera (2018).

Madalena Machado, de ‘O Homem da Pós-Modernidade’

Doutora em Teoria Literária pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Madalena Aparecida Machado, tem pós-doutorado em Literatura Brasileira pela Universidade Sorbonne, na França. Professora do curso de Letras da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), é também autora de obras como O Homem da Pós-Modernidade: A Literatura em Reunião e A Literatura de Ricardo Dicke: Intervenções Críticas. Resenhou célebres publicações de contos dos autores Severino Queirós, Cesário Prado e J. Terra (pseudônimo de Prado) em jornais como A Cruz, Correio do Estado e O Matto Grosso, entre outros. A partir de trabalhos como estes, delimita importantes perspectivas sobre contistas mato-grossenses, que demonstram, a seu ver, pelo arranjo literário, a dimensão humana captada na sociedade local no início do século XX. Atualmente coordena o Núcleo de Pesquisa em Literatura Manoel de Barros e é líder do grupo de pesquisa ‘Literaturas Na Interface Entre O Clássico e O Contemporâneo’, cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento científico e Tecnológico (CNPq) desde 2008. Seus estudos têm levado o nome de Mato Grosso a outros estados do Brasil e a países como o México, onde apresentou trabalho em 2017.

José Barnabé de Mesquita, escritor de maior versatilidade

José Barnabé de Mesquita (Diamantino – MT, 7 de março de 1855 – Cuiabá – MT, 22 de junho de 1961) é amplamente reconhecido como o escritor de maior versatilidade de sua época e um dos mais prolíficos literatos de Mato Grosso. Órfão na juventude, precisou trabalhar no comércio de Diamantino para se sustentar enquanto se dedicava aos estudos. Após mudar-se para Cuiabá, continuou sua formação no Liceu Salesiano São Gonçalo, concluindo o curso de Ciências e Letras em 1907. Com o objetivo de se formar advogado, partiu para o Sudeste e ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo. Sua carreira literária foi multifacetada, transitando com maestria entre o jornalismo, a crônica, o conto, o romance e a poesia. A paixão pela escrita começou com a coluna Notas Paulistas, publicada no jornal O Comércio, sob a direção de Estevão de Mendonça. Influenciado pela filosofia europeia dos livres pensadores e do agnosticismo, embora de sólida formação católica, Barnabé se dedicou a diversas vertentes literárias e intelectuais. Com menos de 30 anos, tornou-se presidente do então Centro Mato-grossense de Letras, futura Academia Mato-grossense de Letras (AML), instituição da qual esteve à frente por 40 anos, de sua fundação em 1921 até sua morte em 1961. Sua contribuição para a literatura mato-grossense é imensurável, consolidando-o como uma das figuras mais influentes e prolíficas da história literária do estado.

João Moreira, autor de ‘Mato Grosso e Sua História’

O autor da célebre obra ‘Períodos Conturbados da Política Mato-grossense’, João Moreira de Barros (Cuiabá-MT, 3/03/1914 – Paranaíba – MS, 11/04/1987) concluiu o curso primário na Escola Modelo Barão de Melgaço, e secundário no Liceu Cuiabano. Deixou a Capital para ingressar na Faculdade de Direito de Niterói, onde graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1938. De volta a Mato Grosso, exerceu, anos mais tarde, o cargo de procurador-geral do Estado e ministro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Autor de diversos livros que abordam, principalmente a política e a história do Estado, ocupou a cadeira n° 34 da Academia Mato-grossense de Letras (AML). Assina, por exemplo, Mato Grosso e Sua História; O lado Pitoresco das Eleições, 1973; Aspectos da Revolução de 64 Vistos de um Canto de Jornal (1973); Cuiabá de hoje, 1984;  e Períodos Conturbados da Política Mato-grossense (1985). A produção estendeu-se ainda ao jornalismo, tendo o autor colaborado com vários jornais da Capital, dentre eles Tribuna Liberal, Diário de Cuiabá, O Estado de Mato Grosso e O Combate. Por sua participação na turma de aspirantes de 1942, foi condecorado com o título de Honra ao Mérito, concedido pelo Ministério do Exército. Faleceu na cidade de Paranaíba-MS, vítima de acidente automobilístico.

João Carlos, de ‘História do Divino Espírito Santo’

A carreira intelectual de João Carlos Vicente Ferreira (Santa Cecília do Pavão – PR, 1954) tem início ainda no Paraná, seu estado natal. Imerso no universo jornalístico, chega a Cuiabá em 1990, assumindo, na sequência, a direção do jornal O Estado de Mato Grosso. Considerado eminente personalidade da área cultural, tornou-se membro do Instituo Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT), sendo eleito presidente da instituição por quatro vezes. Foi ainda diretor cultural da Fundação Júlio Campos, além de ter idealizado e instituído o projeto Memória Viva, que visava recuperação, registro e divulgação da memória dos municípios mato-grossenses. São de sua autoria publicações como: Mato Grosso – Política Contemporânea, 1993; Do Índio ao Algodão – História de Campo Verde, 2011; História do Divino Espírito Santo, 2015; e Seo Fiote – Um Homem de Palavra, 2017. A reconhecida trajetória no setor o levou aos cargos de conselheiro do Conselho de Cultura do Estado, entre 2000 e 2003, secretário de Estado de Cultura, entre 2004 e 2008, presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, em 2007,  e diretor-executivo do site Portal MT, entre 2006 e 2016. Desde setembro de 2015 é editor e redator da revista mensal LUME MT.