Carlos Gomes de Carvalho: intelectualidade e política

Membro e ex-presidente da Academia Mato-grossense de Letras (AML), Sebastião Carlos Gomes de Carvalho (Aragarças – GO, 1948), mantém intensa atuação nos campos da intelectualidade e da política. É advogado, professor universitário e consultor jurídico ambiental com especializações em instituições brasileiras e de países como Espanha, França e Estados Unidos da América (EUA). Iniciou seus estudos no interior de Mato Grosso, em colégios da Congregação Salesiana, graduou-se em História na Universidade Federal de Goiás (UFG), em 1974, e em 1978, em Direito, pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O autor assina livros e ensaios nas áreas jurídica e de história, literatura e ecologia, muitos destes publicados em importantes revistas institucionais. Desde 2007 é reconhecido como Cidadão Cuiabano, título outorgado pela Câmara de Vereadores do Município. Atualmente, é doutorando em Filosofia e Sociologia pelas Universidades Jaume I, de Castelón de La Plana, e de Valência, na Espanha, e participa de simpósios, seminários e ciclos de estudos por diversas partes do país, ora como ouvinte, ora como conferencista.
Yasmin Nadaf: Voz e Memória das Mulheres de Mato Grosso

Ao longo de quatro décadas Yasmin Nadaf (Cuiabá – MT, 22/05/1961) vem pesquisando a literatura de Mato Grosso, divulgando-a em palestras, teses e ensaios para importantes publicações. Licenciada em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), é também especialista em Literatura Brasileira e mestre e doutora em Literatura de Língua Portuguesa, com pós-doutorado em Literatura Comparada, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pioneira dos estudos sobre mulheres influentes no Estado, estrou como escritora em 1993, com o lançamento do livro Sob O Signo de Uma Flor: Estudo de A Violeta, Publicação do Grêmio Literário Júlia Lopes. Na obra, descreve parte da história feminina no Brasil, inaugurando ainda as descobertas sobre a vida literária em Mato Grosso no âmbito das universidades brasileiras. Detentora de numerosos prêmios e condecorações, é membro da Academia Mato-grossense de Letras (ABL) desde outubro de 1995. Assina também obras como Diálogo da Escrita; Alagoanos na imprensa de Mato Grosso (2003); Presença de mulher: ensaios (2004); Estudos literários em livros, jornais e revistas (2009); e Páginas do Passado. Ensaios de literatura (2014) é produção referenciada no Brasil e no exterior.
Guilherme Dicke, autor de ‘A Chave do Abismo’

Filósofo, escritor, romancista, contista e artista plástico, Ricardo Dicke (Chapada dos Guimarães-MT, 1936 – Cuiabá- MT, 2008) iniciou os estudos em 1941, ano em que se muda para Cuiabá. Por volta de 1965 se estabelece no Rio de Janeiro (RJ), onde estuda pintura e desenho com Frank Skchaeffer (1917), Ivan Serpa (1923 – 1973) e Iberê Camargo (1914 – 1994), concluindo bacharelado em Filosofia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1971. Trabalhou como revisor no jornal O Globo entre 1973 e 1975 e, em 1977, publica o romance Caieira. Pela dissertação Conjunctio Oppositorum no Grande Sertão, se torna mestre em estética, em 1982. Quatro mais tarde edita o romance A Chave do Abismo, seguido por Último Horizonte, em 1988. Em 2004, é nomeado Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Sua obra configura um regionalismo ligado a Mato Grosso e às filosofias fenomenológicas de Heidegger e Merleau-Ponty, distanciando-o das canônicas vertentes nordestinas. Por características com esta, foi homenageado na feira literária Literamérica, em 2005, e vem sendo amplamente pesquisado e referenciado por outros autores como a professora Madalena Machado.
Pedro Casaldáliga,: “Nada possuir… e, …., nada matar”

Em 1968 o então padre Pedro Casaldáliga (* Balsareny, Barcelona, 16/2/1928 + 8 de agosto de 2020) muda-se para o Brasil para fundar uma missão claretiana no estado de Mato Grosso, região com um alto grau de analfabetismo, marginalização social e concentração fundiária. Foi nomeado administrador apostólico da prelazia de São Félix do Araguaia no dia 27 de abril de 1970. No ano seguinte o papa João Paulo VI o nomeia bispo prelado do mesmo município. Sua atividade pastoral está diretamente vinculada à defesa dos direitos humanos e às causas camponesas e dos mais pobres. Ainda na década 1970, ajudou a fundar o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Adepto da teologia da libertação, adotou como lema: “Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar”. Por estes posicionamentos foi, incontáveis vezes, ameaçado de morte. Foi poeta, autor de várias obras sobre antropologia, sociologia e ecologia, além de ter inspirado a produção de livros e filmes sobre sua vida. Em 2000, foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Acometido por mal de Parkinson, apresentou, em 2005, sua renúncia à Prelazia, não deixando de lado a combatividade, a franqueza e as convicções as quais defendeu até sua morte.
Neila Barreto, a escritora das Águas e suas narrativas

Especialista em Didática, Metodologia do Ensino Superior e Ciências Políticas pelas universidades de Educação, em Fátima do Sul (MS), Presidente Venceslau (SP) e Univag (MT), Neila Barreto (Rosário Oeste – MT, 21/01/1955) emprestou sua comunicabilidade a diversas funções. Na juventude ingressa na Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso (Sanemat) e, a partir daí, atua como secretária, instrutora e assessora de imprensa, dentre muitos outros. Mestre em História pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a autora também é jornalista e membro titular da cadeira nº 19 da Academia Mato-grossense de Letras (ABL). Das numerosas publicações, destacam-se: A Água e o Corpo; A Torneira e a Água; Água Sagrada e Chafariz; Educação pela Água; Água de Beber, Proseando com Lacínio, resgate de História; Rio Cuiabá: Feliz ou Infeliz? e São João e a Água. Atualmente, Neila pesquisa a história do saneamento no Estado. Além disso, assina o Projeto Histórico do Memorial da Água – em fase de implantação nas Estações de Tratamento de Água I e II, respectivamente nas Avenidas Presidente Marques e São Sebastião, do Museu do Morro da Caixa d`Água Velha; e do Parque das Águas, na Captação do Ribeirão do Lipa, em Cuiabá. Entrar no blog da Neila
Marília Beatriz, do enigmático ‘O Mágico e o Olho Que Vê’

Considerada uma das fundadoras da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Marília Beatriz de Figueiredo Leite (Rio de Janeiro-RJ, 3/09/ 1941 – Cuiabá –MT, 1/07/2020) formou-se em Direito pela Universidade do Estado da Guanabara (UERJ) e mestra em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), era ligada também às áreas da arte, tendo exercido as funções de escritora, poeta e teatróloga. Filha do advogado Gervásio Leite (o Vavázio), chegou a advogar no Rio de Janeiro, além de Mato Grosso. Conhecida por sua intensa militância cultural, era membro da Academia Mato-grossense de Letras (AML) desde 2015, entidade da qual, assim como o pai, foi presidente. Participou e coordenou vários grupos artísticos, além de proferir palestras sobre estes temas em inúmeros eventos. Sua produção contempla apresentações de livros, organização de obras artísticas e literárias, colaboração em periódicos e autoria de artigos, bem como prêmios e distinções por sua contribuição ao setor. Faleceu em Cuiabá, aos 76 anos, deixando para o Estado incomensurável legado, eternizado por obras como O Mágico e o Olho Que Vê (1982); De(Sign)Ação: arquigrafia do prazer (1993); e Viver de Véspera (2018).