Herê Fonseca: referência na arte da cenografia

Ele cresceu no atelier do pai, onde deu vida às suas primeiras esculturas. Formado em Artes Plásticas, Herê Azevedo da Fonseca (Alfenas, MG – 1975) estudou também Artes Visuais na Universitat Politecnica da Catalunya, Barcelona, Espanha, e na Pinacoteca Miguel Dutra, em Piracicaba (SP). Desenhista e objetista, morou no Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES), tendo chegado a Cuiabá em 2009. Na capital mato-grossense, participou de exposições coletivas no Museu de Arte e Cultura Popular (MACP) entre 2012 e 2013, e da Mostra de Arte Contemporânea de Artistas Mato-grossenses, no Palácio da Instrução (2013). Nestes mesmos espaços realizou mostras individuais, além de ter se apresentado no Sesc Arsenal e realizado uma série de intervenções para o projeto Setembro Freire (2010). É reconhecido ainda pelo trabalho com cenografia, tendo participado dos curtas-metragens “Bolhas de sabão desmancham no ar” e “Licor de Pequi”. Desenvolve esculturas aéreas em movimento, esculturas estáveis, tempera sobre papel, acrílico sobre tela, murais, esculturas em argila, máscaras, empapelamentos e pinturas em seda e objetos. Atualmente o artista vive em Sorocaba (SP).

Gervane de Paula, marcado pela inquietude e irreverência

Sua trajetória artística teve início em 1976, quando ingressa no Ateliê Livre da Fundação Cultural. No ano seguinte, Gervane de Paula (Cuiabá-MT, 1961), participa da exposição coletiva Panorama da Arte Jovem de Cuiabá, no Museu de Arte e Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP/UFMT), a primeira de muitas outras para as quais seria convidado na instituição. Integrante da terceira geração de artistas mato-grossenses, expande sua atuação na década de 1980, quando participa de várias exposições em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF), bem como de várias edições do Salão Jovem Arte de Mato Grosso e de uma mostra coletiva em Los Angeles, nos Estados Unidos (EUA), em 1989. Nos anos 1990, segue por cidades como Campo Grande (MS) e Seattle (EUA). Pintor, desenhista, objetista e animador cultural, é reconhecido pela inquietude e irreverência. Assim, sua obra tem natureza nas culturas de massa, popular e religiosa, tratadas com o realismo e a provocação da crítica social. Para além das tintas e telas, utiliza também madeira, zinco e frascos de perfume em parte de suas obras.  Em mais de quatro décadas de atuação, possui diversos prêmios.

Dinalva Oliges, autora do projeto ‘Pintando o 7’

Reconhecida por suas habilidades artísticas desde a época da escola, a rondonopolitana Dinalva Oliges chegou a ensinar a um grupo de amigas sobre artesanato durante a adolescência. A proximidade com a técnica, aliada à reciclagem de materiais, fez com que driblasse a escassez de produtos e desenvolvesse novas possiblidades para sua criação. Por este caminho, chegou à pintura. Nos anos 1990 teve aulas da técnica óleo sobre tela e depois de técnica acrílica sobe tela com diferentes profissionais, ingressando oficialmente nas artes plásticas em 1998. Passa então a dedicar-se principalmente às telas, marcadas pelas cores intensas e pela presença de flores. Em 2002, criou o projeto Pintando o 7, na Eletronorte de Cuiabá, no qual ministrou aulas de pintura para colaboradores e dependentes. No ano seguinte, abriu seu próprio atelier em Brasília (DF), onde vive atualmente. Entre a Capital Federal e Cuiabá participou de diversas mostras coletivas e individuais, tendo exposto seus trabalhos no Salão Jovem Arte e em instituições como o Fórum Civil, Palácio Paiaguás, Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Teatro Nacional.

Dalva de Barros, a “pintora repórter de Cuiabá”

Aos 23 anos a jovem Dalva Maria de Barros (Cuiabá-MT, 1935) começa seus estudos em pintura por meio de um curso por correspondência do Instituto Universal Brasileiro. Em 1960 vai para São Paulo (SP), onde ingressa no curso livre de pintura na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). Intensifica sua produção a partir de 1962 e, entre 1968 e 1970, estuda na Escola de Belas-Artes, no Rio de Janeiro (RJ). No ano seguinte, já em Mato Grosso, divide o tempo entre a pintura e o artesanato. De 1976 a 1980 foi supervisora no Ateliê Livre da Fundação Cultural de Mato Grosso e, de 1981 a 1996, deu aulas no Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Graduada também em Matemática, é responsável pela formação de diversos artistas plásticos importantes. Considerada pela crítica de arte como a “pintora repórter de Cuiabá”, tem trabalho marcado pelas cenas de rua, vistas panorâmicas e fatos corriqueiros. Utilizando-se do realismo, registra também paisagens, retratos e interiores. Realizou exposições individuais e coletivas em Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Daniel Pellegrim, foco na subjetividade e imaginação

Vindo do Paraná para Mato Grosso, forma-se em Direito em 1998, tornando-se, posteriormente, produtor cultural, em Cuiabá. No mesmo ano, Daniel Pellegrim (Marialva, Paraná, 1975),  participa pela primeira vez do Salão Jovem Arte Mato-grossense e do Salão Plástica Amazônia. Em 2001, promove oficinas de gravura em metal, serigrafia e arte digital na Capital, estendendo seu trabalho ao desenho, pintura, gravura, instalações e arte computacional. O artista possui mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e explora os territórios da subjetividade e da imaginação, bem como o caráter experimental da arte. Sendo assim, busca autonomia e a valorização do inconsciente, sem ignorar neologias e tendências contemporâneas. Suas principais referências artísticas são Jean Dubuffet, Hans Arp, Juan Miró e Edvard Munch. Em 2003 muda-se para Chapada dos Guimarães, onde abre uma galeria e, em 2004 assume a Secretaria de Turismo, Cultura e Meio Ambiente da cidade. Em 2008, fecha a galeria e inaugura o Estúdio Pellegrim. Em 2010, realiza exposição individual em Curitiba (PR) e no ano seguinte muda-se para Brasília, DF. Atualmente, vive e trabalha em Fortaleza (CE).

Clovis Irigaray: a arte que celebra a temática indigenista

Este artista demonstrou inclinação às artes desde cedo. A carreira de Clovis Irigaray (Alto Araguaia, MT – 1949) começa em 1968 com a exposição Cinco Artistas de Mato Grosso, que passa pela galeria do Cine Bela-Artes de São Paulo (SP) e pelo XXIII Salão Municipal de Belo Horizonte (MG). Integrante da segunda geração de artistas mato-grossenses, é um dos grandes representantes da pintura moderna no Estado. Em 1974 participa da Bienal Nacional de São Paulo, e, em 1975, da XXIV edição do Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde é consagrado com o prêmio aquisição no VI Salão Paulista de Arte Contemporânea. A partir deste período imerge na temática indigenista com enfoque hiper-realista, elementos que marcariam a maior parte de sua produção futura. Fez parte da exposição Panoramas das Artes de Mato Grosso, no Museu de Arte e Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e de diversas outras por diferentes estados do Brasil. Em 2013, foi nomeado embaixador das artes pela Academia Francesa de Artes, Letras e Cultura e também foi convidado para expor seu trabalho no Museu do Louvre, em Paris.