Vítimas de violência também precisam vencer machismo estrutural

Já parou para pensar o que leva uma mulher, que foi vítima de violência doméstica e familiar cometida pelo marido ou companheiro, não querer ser atendida em uma delegacia por uma profissional mulher? Algumas vítimas  chegam à unidade policial acreditando que somente um homem teria a condições necessárias para resolver o seu problema.

A situação, já vivenciada pela delegada Jannira Laranjeira, coordenadora de enfrentamento à violência contra a mulher e vulneráveis da PJC, foi um dos exemplos reais citados durante a jornada de entrevista da campanha #JuntosPorElas, nesta quinta-feira (07), para demonstrar como o machismo estrutural está presente no nosso dia a dia. O programa contou ainda com a participação da promotora de Justiça e pesquisadora Lindinalva Correia Rodrigues.

“A diferença entre mulheres e homens nasce desse machismo estrutural. Conforme nosso modelo civilizatório, a mulher foi ganhando papel menos importante, enquanto o homem ficava com o mais importante, colocando-o como o grande protagonista”, destacou a promotora de Justiça.

Segundo ela, a situação explica o motivo de mulheres não ocuparem cargos mais relevantes e também não conseguirem se eleger, mesmo representando 52% dos eleitores no Brasil. “Ainda vivemos como se estivéssemos atrás dos homens e não ao lado deles. Junto com o protagonismo do homem vem todas as demais mazelas, inclusive a violência contra a mulher”, observou Lindinalva Correia Rodrigues.

Para a delegada Jannira Laranjeira, o esclarecimento e a informação são importantes instrumentos no enfrentamento ao machismo estrutural. “Existem violências que são invisíveis e muitas vezes a vítima não se reconhece como vítima. O machismo também não está restrito ao homem, existem muitas mulheres que reproduzem esse comportamento na educação dos filhos, por exemplo”, observou.

Entre as violências consideradas invisíveis, a delegada citou a divisão de tarefas dentro de casa que, na maioria das vezes, fica a cargo apenas das mulheres. Destacou ainda outros exemplos como a objetificação do corpo da mulher no mercado publicitário e os julgamentos relacionados à forma de como a mulher se veste.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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