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Corsíndio Monteiro: Direito e Cultura em perspectiva

Bacharel em Ciências e Letras e em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Rio de Janeiro, Corsíndio Monteiro (Cuiabá –MT, abril de 1919, Brasília – DF, 2007) atuou como magistrado em Mato Grosso e integrou, a partir de 1961, o Serviço Jurídico da União, em Brasília (DF). Para além do cargo na Secretaria de Planejamento da Presidência da República, assinou vasta obra literária versando, sobretudo, acerca do Direito e da cultura mato-grossense. Sob estes nortes publicou, dentre outros: Joaquim Ribeiro e a Folk-lore of Américas (1943); Acumulação de cargos (1965); Cultura mato-grossense (evocação sentimental 1972); O Escolhido (1984); O Arcebispo e as Flores (1986) e Menestréis da beleza, da liberdade, do Direito e da Justiça (1990). Pela notável produção, ocupou a cadeira de nº 10 da Academia Mato-grossense de Letras (AML). Também foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de Mato Grosso (IHGMT), da Academia de Letras de Brasília (ALB) e da Associação Nacional de Escritores (ANE), além de ter sido condecorado pelas Forças Armadas. Ao longo desta trajetória criou expressiva biblioteca particular, que, por vontade sua, foi doada à Casa Barão de Melgaço após seu falecimento.

O charmoso coreto que ficava na Praça Alencastro

Renascendo em esplendor após a reforma da icônica Praça Alencastro, promovida sob a administração de Mário Corrêa da Costa, o charmoso coreto que outrora embelezava o local foi transferido, em 1930, para a igualmente estimada Praça Ipiranga. Tal mudança conferiu ao novo espaço um status vibrante, tornando-o um palco privilegiado para manifestações artístico-culturais que celebravam a alma e a alegria do povo. A elegante estrutura, concebida em estilo clássico, carrega em suas origens o refinamento europeu: foi meticulosamente fabricada na cidade de Hamburgo, na Alemanha, e adquirida graças à visão do então intendente municipal, Avelino de Siqueira. Contudo, a transição não se deu sem perdas: as delicadas bacias de cobre que adornavam seu interior desapareceram, assim como os imponentes postes ingleses, cujos ornamentos em forma de cabeças de leão evocavam uma majestade há muito admirada. Ainda assim, o coreto permanece um símbolo da memória coletiva, ecoando histórias de épocas áureas e do fervor cultural que marcou gerações. Photographias é um projeto cultural de pesquisa da central de documentação de dados do Almanaque Cuyabá. A iniciativa visa resgatar imagens históricas da cidade homônima. As ilustrações selecionadas nesta Categoria são, em sua grande maioria, de domínio público; outras, creditadas à fotógrafos, editores, colecionadores, instituições e a plataformas digitais congêneres.

Estátua Presidente Médici e a pavimentação da rodovia

No km 9 da BR-163, na saída de Cuiabá em direção a Rondonópolis, ergue-se uma estátua em homenagem ao presidente Emílio Garrastazu Médici. A escolha do local simboliza a pavimentação da rodovia Cuiabá-Brasília, concluída em 1973 durante seu governo, um marco que motivou a instalação do monumento neste ponto estratégico da estrada. Médici foi presidente do Brasil durante o regime militar, período marcado por intensas violações de direitos humanos. Filiado à extinta Arena, seu mandato é amplamente reconhecido como um dos mais repressivos da ditadura, com práticas sistemáticas de tortura, desaparecimentos e assassinatos de opositores políticos. Estudos da Comissão Nacional da Verdade confirmaram que Médici tinha pleno conhecimento das atrocidades cometidas nos quartéis, onde milhares de presos políticos foram submetidos a violências indescritíveis. Relatórios, como o da Human Rights Watch, apontam que cerca de 20 mil pessoas foram torturadas sob o regime militar, e pelo menos 434 foram mortas ou desapareceram. Muitas famílias ainda buscam respostas sobre o paradeiro de seus entes queridos, cujas vidas foram ceifadas em um período sombrio da história brasileira. A memória desses tempos permanece viva como um alerta contra a repetição de tamanha brutalidade. Photographias é um projeto cultural de pesquisa da central de documentação de dados do Almanaque Cuyabá. A iniciativa visa resgatar imagens históricas da cidade homônima. As ilustrações selecionadas nesta Categoria são, em sua grande maioria, de domínio público; outras, creditadas à fotógrafos, editores, colecionadores, instituições e a plataformas digitais congêneres.

Estátuas das Quatro Estações

Inaugurada em 1922, a Praça da República, situada no Centro Norte de Cuiabá, é um marco histórico que testemunhou importantes capítulos religiosos, políticos e culturais do estado. Conhecida por muitos anos como Largo da Matriz, a praça foi palco de acontecimentos que moldaram a identidade cuiabana, consolidando-se como um espaço de relevância simbólica e social. Hoje, a Praça da República permanece como um ponto turístico de destaque, encantando visitantes e moradores com sua rica herança histórica. Entre os elementos que compõem o cenário, destacam-se as Estátuas das Estações, representando o verão, o inverno, o outono e a primavera. Essas figuras alegóricas, ainda pouco percebidas por muitos, são símbolos de um período de modernização em Cuiabá, quando a cidade buscava incorporar valores estéticos e culturais que expressassem sua conexão com o progresso e a renovação.

Bustos da Praça Alencastro

Construída em 1882, pelo presidente da província de Mato Grosso, coronel José Maria de Alencastro, a praça que leva seu nome abriga os bustos de Dante Martins de Oliveira, José Maria de Alencastro, João Ponce de Arruda, José Garcia Neto, Júlio Strubing Muller, Joaquim Duarte Murtinho, Eurico Gaspar Dutra, Francisco de Aquino Corrêa, Estevão Anastácio Monteiro de Mendonça e Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.  A praça fica em frente à prefeitura municipal de Cuiabá. Em referência a estas importantes figuras políticas mato-grossenses, os bustos foram produzidos a partir de uma mistura de cimento com fibra e pintados com tinta de coloração que imita o bronze. Recentemente foram alvo de depredação por vândalos, mas passaram por um processo de restauração e voltaram a ocupar a parte central da Praça.

Busto da Praça Doutor Alberto Novis

Erguido no final do Beco do Candeeiro, busto de Doutor Alberto Novis, na praça que leva o mesmo nome, homenageia o primeiro otorrinolaringologista de Mato Grosso. O médico prestou grandes serviços à população cuiabana e foi deputado de 1908 a 1912, tendo publicado diversos artigos e sendo reconhecido também como jornalista. A praça que hoje abriga seu busto já foi o casarão de dona Euphrosina Hugueney de Mattos, comerciante de produtos importados. Depois sediou o jornal “O Social Democrata” e era o local onde o então ministro e senador Filinto Müller atendia a população quando vinha a Cuiabá. No espaço, também funcionou o Armazém Amui e outros estabelecimentos comerciais que marcaram esta época. Em 1970 a residência ficou abandonada e, com o passar dos anos, começou a ruir, dando surgimento à praça.

Monumento Maria Mendes

Na Praça Sávio Brandão, em frente ao 44º Batalhão de Infantaria Motorizado, na Avenida Lava Pés, se destaca uma estátua de uma mulher sentada sobre um punho com uma pomba. A homenageada, Maria Mendes, era uma escrava já idosa, que guardava um lenço cheio de moedas de prata entre os seios, que segundo ela, pretendia,  comprar a liberdade. Maria juntava moedas cortando lenha para senhores e moradores de onde hoje é o bairro Duque de Caxias. A notícia de que ela carregava consigo o dinheiro se espalhou pela cidade, o que não demorou muito para ser assassinada por um escravo. No entanto, o homem não encontrou as moedas e contentou-se em roubar a lenha. Pouco depois, o criminoso foi descoberto e não se sabe o que aconteceu com o assassino.  Porém, a memória de Maria foi honrada em uma cruz, que foi levantada no lugar do crime, na Avenida Lava Pés. Anos depois, a cruz foi realocada para a praça e, mais tarde, a vítima ganhou uma estátua do artista Joilson Santana.

Estátua do Beco do Candeeiro

A Praça Senhor dos Passos, localizada na cabeceira da Rua 7 de Setembro, em Cuiabá, abriga uma obra marcante assinada pelo escultor Jonas Corrêa: uma estátua em memória da chacina do Beco do Candeeiro, ocorrida em 1998. Este trágico episódio tirou a vida de três adolescentes — Adileu Araújo, de 13 anos, Reginaldo de Magalhães, de 15, e Edgar de Almeida, de 16 — brutalmente assassinados a tiros no local. Os jovens foram vítimas de disparos efetuados com uma pistola, e o caso gerou grande comoção pública. O principal suspeito, um policial militar, foi levado a julgamento em 2014, mas acabou absolvido das acusações. A estátua permanece como um doloroso lembrete da violência que marcou a história da cidade, simbolizando a luta por justiça e a memória das vítimas.

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