Mari Bueno: arte inspirada pela essência da Região Amazônica

A artista chegou ao norte de Mato Grosso aos três anos de idade, junto com sua família, que buscava melhores condições de vida. A memória afetiva da infância de Mari Bueno (Marechal Cândido Rondon – PR, 1971), principalmente os cheiros, as formas, as paisagens da região e os costumes dos moradores locais viriam a permear a iconografia de suas obras. Filha de uma artesã, começa a realizar suas primeiras exposições, de forma amadora, em 1992. À época cursava Letras, se profissionalizando nas artes plásticas pela necessidade de dedicar-se exclusivamente à atividade. Suas telas retratam características da região amazônica, tendo como temas as questões indígena e ambiental, mostrando a fauna e flora. Além disso, a muralista contemporânea especializou-se em Arte Sacra, tendo pintado murais em igrejas de todo o Brasil. As características de seu trabalho lhe garantiram participação em exposições em museus, galerias e salões da América, África e Europa e dos Estados Unidos. Dentre as mais de 20 premiações recebidas, destacam-se Menção Especial, Academia Anglo-italiana de Arte, Museu Chianciano, Siena, Itália, em 2012; e em 2013, Menção Especial na Bienal de Londres, Inglaterra, e Hour Concour na Carroussel do Louvre, na França.
Márcio Aurélio: a essência do cerrado retratada em suas telas

Pintor, objetista e desenhista, o artista cuiabano Márcio Aurélio dos Santos (Cuiabá – MT, 1955) reaproveita elementos e materiais corriqueiros para transformar e dar vasão à sua arte, retratando, principalmente, a essência do cerrado em suas telas. Considerado um dos expoentes da segunda geração de artistas mato-grossenses, frequentou o Ateliê Livre da Fundação Cultural de Mato Grosso. Assim como muitos artistas que começaram nesse período, participa do Salão Jovem Arte Mato-grossense, tendo se destacado nas edições de 1977 e 1978, quando é reconhecido com vários prêmios. A partir de 1979 é convidado para diversas exposições coletivas e realiza outras individuais, em Cuiabá, Chapada dos Guimarães, São Paulo (SP) e Campo Grande (MS). Em 2016 retorna às origens, apresentando uma série de obras relacionadas ao cerrado, na exposição Reflexões Telúricas, em Chapada dos Guimarães. Além das telas, o artista tem um vasto trabalho desenvolvido a partir da manipulação de descarte, utilizado como crítica a sociedade de consumo como latas, arames, pedaços de madeiras, plástico e telhas, entre outros.
Marcelo Velasco, detalhes arquitetônicos e mobiliários

Integrante da segunda geração de artistas plásticos mato-grossenses, Marcelo Velasco (Cuiabá – MT, 1963) faz sua estreia em 1978, com incentivo da crítica de arte Aline Figueiredo e do artista Humberto Espíndola. Inicia seus trabalhos registrando o patrimônio arquitetônico de Cuiabá. Na década de 1980, participa de diversas exposições coletivas no Museu de Arte e Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP-UFMT). Entre 1983 e 1987, trabalha como alegorista da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, no Rio de Janeiro. Também realizou ações artísticas como cenógrafo e aderecista em shows e espetáculos teatrais. Em 1985, forma-se em Educação Artística, na UnB. Além disso, faz também ilustrações de livros e cartilhas, e, em 2001, coordena um projeto de oficinas de gravura em metal, serigrafia e arte digital. Seu trabalho é conhecido por composições com elementos da cultura regional, com detalhes arquitetônicos e mobiliários bastante definidos. Em 2006 conclui o mestrado em Estudos de Linguagens na UFMT, onde, atualmente é doutorando em Estudos de Cultura Contemporânea. É professor do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), na área de Arte-educação.
Luis Segadas, autor a célebre pintura ‘Irreversível’

Mestre em Estudos de Cultura Contemporânea pela Universidade Federal de Mato Grosso (ECCO- UFMT), Luis Antonio Segadas (Rio de Janeiro – RJ, 1965) chega a Cuiabá em 2012 e atua entre os campos das artes gráficas, plásticas, design, cenografia, impressões, digitais e videoarte. Desenhista e caricaturista gráfico, é conhecido pela experimentação poética no ciberespaço. Uma de suas obras, “Irreversível”, foi selecionada para a etapa nacional do Festival Cultural BB 2011, na categoria pintura. Em 2013, participa de vários eventos em Cuiabá, como: Mostra de Arte Contemporânea de Artistas Mato-grossenses, sob a curadoria de Divino Sobral, e Salão de Arte de Mato Grosso, ambos no Palácio da Instrução, realizados pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC). No mesmo ano participa da exposição ‘In – dios – sincronias’, no Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT (MACP), e da curadoria do Circuito Cultural Setembro Freire, por meio da criação visual do evento e suas aplicações gráficas. Seu trabalho é marcado por características como: arte híbrida, arte em seu viés mais contemporâneo e arte em suas múltiplas facetas para experimentações.
Lara Donatoni, trabalho com tom sustentável e ambiental

Tendo a madeira como base de sua arte, Lara Donatoni Matana (Andradina – SP, 1969) iniciou os estudos em artes aos 22 anos, por meio de cursos livres e pesquisas individuais de materiais. À época buscava definir sua própria linguagem artística. Muda-se para Cuiabá, em 1983 e, a partir de 2000 passa a apostar nas poéticas em abstração formal, descobrindo diversas possibilidades na madeira, que viria a se transformar na base para suas criações. A matéria-prima, originada de descarte ou de troncos de árvores caídas, representa uma de suas principais propostas: o dever da conscientização ambiental pela sustentabilidade. Sendo assim, dedica-se ao estudo continuo de técnicas de escultura para atingir todas as possíveis formas, e algumas intangíveis, de trazer a arte natural existente em cada restolho de lenha que trabalha. Em 2007 entra para a Academia Brasileira de Belas-Artes, tendo, no ano seguinte, sua elevação de grau para a cadeira nº 2, cujo patrono é o pintor Henrique Bernardelli. Em Cuiabá, participou do Salão Jovem Arte Mato-grossense e idealizou a escultura do “Troféu Guará”, do Festival de Cinema Ambienta. Participou ainda de várias exposições coletivas e individuais em Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).
José Bertoloto, de “Iconografia das Águas: o rio e suas imagens”

Professor, pintor e crítico de arte, José Serafim Bertoloto (Cuiabá-MT, 1956) frequentou o Atelier Livre da Fundação Cultural e participou de edições do Salão Jovem Arte Mato-grossense, tanto expondo suas peças, quanto como crítico. Hoje atua como um dos curadores no Museu de Arte e de Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP/UFMT), onde trabalhou por 28 anos como historiador/pesquisador e diretor. Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), possui graduação em Licenciatura e é bacharel em História pela Universidade Federal de Mato Grosso (1985); mestrado em Artes pela Universidade de São Paulo (1992), especialização em Museu de Arte pelo MAC-USP (1998) e doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2003). É também professor-colaborador no programa de Pós-graduação em Estudos de Cultura Contemporânea – Área Interdisciplinar / Mestrado e Doutorado. Com vasta experiência, é especialista em teoria e crítica, atuando principalmente nos seguintes temas: poética, artes visuais, cultura popular, patrimônio artístico cultural e semiótica da arte e do design em Mato Grosso. Sua principal publicação é “Iconografia das Águas: o rio e suas imagens”.
José Pereira: a arte e a estética das revistas em quadrinhos

Considerado como um dos representantes da pintura naif no Estado, José Pereira da Silva (Correntina – BA, 1969) chegou a Mato Grosso aos sete anos de idade. Após 14 anos em Cuiabá, passa a frequentar os ateliês livres da extinta Fundação Cultural e do Museu de Arte e Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP/UFMT). Teve orientação artística dos artistas Nilson Pimenta e Osvaldina dos Santos. A partir destas vivências participa de várias edições do Salão Jovem Arte, de 1991 a 1995. Integra também algumas edições da Bienal Naif do Brasil, em Piracicaba (SP), bem como vários outros eventos de arte em Limeira e Itapetininga (SP), além de Cuiabá e Chapada dos Guimarães (MT), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e também em Chicago, nos Estados Unidos. Por influência de Nilson suas obras apresentam elementos da modernidade, sendo inspiradas também pelo trabalho do pintor baiano Carybe. As obras são marcadas ainda pela estética das revistas em quadrinhos e retratam casarios, festas de santos e sua paixão pelo futebol. Sem limitar-se aos elementos concretos, ele dá expressividade às telas ao inserir o elemento humano com cores das cenas urbanas.
José Augusto: paisagem pantaneira e amazônica

O potiguar José Augusto (Carnaúba dos Dantas, Rio Grande do Norte – RN) está em Mato Grosso há 50 anos, tendo passado por Chapada dos Guimarães e Sorriso, onde reside atualmente. Começou a pintar ainda na infância, aos sete anos. Aos 12 anos, já experimenta pintar obras em aquarela. Três anos depois inicia seus primeiros trabalhos em tinta a óleo, com inspiração em obras de pintores renascentistas, principalmente por conta da luz e das cores. Autodidata, é um dos representantes do estilo naturalista no Estado, destacando em sua obra a riqueza da paisagem pantaneira e amazônica, recorrentemente utilizadas como fontes de inspiração para a composição dos quadros. Nos anos de 1980, ingressa na Polícia Militar de Mato Grosso (PM-MT), sem abandonar, contudo, sua paixão pelas artes plásticas. Ao longo de sua trajetória artística, José Augusto pinta retratos, paisagens, cavalos, índios, naturezas mortas e também algumas obras com inspiração surrealista, mas, após morar em Chapada dos Guimarães, passa a trabalhar com telas naturalistas. O artista já expôs em Cuiabá, Paranatinga, Chapada dos Guimarães, Rondonópolis, Tangará da Serra e Sorriso, onde mantém seu ateliê.