Wender Carlos, arte com traços simples e cenários do cotidiano

A paixão pela arte começou em 1992, aos 11 anos, no Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), durante oficina ministrada pelo artista plástico Nilson Pimenta, por quem foi orientado posteriormente. O trabalho de Wender Carlos (Cuiabá – 1977) foi marcado pelo traço simples, remete a cenários e temáticas ligados à Cuiabá tradicional, retratando assim a pesca, o garimpo e o cotidiano. Participou de várias exposições em Mato Grosso, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Amapá. Além disso, foi o criador do projeto Labor, no qual, ao lado de outros cinco artistas plásticos, retratava o serviço braçal nas mais variadas ações, como, por exemplo, os roçadores, catadores de papelão e lixeiros, entre outros, e sensibilizar os governantes na busca de melhorias na qualidade de vida desses trabalhadores. Participou da 2ª Bienal Brasileira de Arte Naif, em Piracicaba (SP); do Salão Unama de Pequenos Formatos, em Belém (PA); do 8º Salão de Artes da Cidade de Itajaí (SC), e esteve presente na coletiva Artistas em Tela, realizada em Cuiabá. Além disso, em 2011, participou da exposição Cores da Copa, em Cuiabá. Ele também é professor de História da rede pública estadual.
Wander Melo, retrato da fauna, flora e Pantanal

Pintor e desenhista o artista Wander Melo(Rondonópolis – MT, 1962) foi revelado pelo III Salão Jovem Arte Mato-grossense, realizado em Cuiabá em 1978. Participou de diversas edições do evento, recebendo prêmio destaque na XVIII delas. Também fez parte do XI Salão de Artes Plásticas do Mato Grosso do Sul, onde recebeu menção honrosa. Em 1998 integrou a exposição “Retratando Mato Grosso”, na fundação Unesco em Porto, Portugal. Já em 2000 fez parte da mostra “Artistas do Século”, no Museu de Arte e de Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP/UFMT). Nesse mesmo ano realizou sua primeira exposição individual, ”Cabral e Convidados”, com 50 trabalhos a revisitar assuntos do momento brasileiro atual. O trabalho também foi apresentado na Uniceub, em Brasília, em 2000. Suas obras foram expostas em diversas cidades do Brasil, uma delas, inclusive, chegou à 27ª Bienal de São Paulo (SP). Sua temática expressa preocupação tanto com os problemas sociais como ecológicos, pois retrata cenas da flora e fauna do Pantanal mato-grossense. Também registra temas do cotidiano: fatos corriqueiros ou históricos. Em relação à forma, sua pintura às vezes rompe com a tridimensionalidade cartesiana.
Vitória Basaia, pigmentos naturais e reciclados

Jornalista, artista plástica e animadora cultural, Vitória Basaia (Rio de Janeiro – RJ, 1951) radicou-se em Mato Grosso em 1981. Inicia-se nas artes plásticas como autodidata. Além de pintora, gravurista, conceitualista e escultora, desenvolve pesquisas com pigmentos naturais e materiais recicláveis desde 1985. A partir de 1990 sua pesquisa tem sido difundida por programas da UFMT, em oficinas que visam à melhoria do ensino no interior. Em 1992 inicia o projeto Galeria do Povo, fazendo interferências urbanas, com murais em caixa alta, em fachadas de casas, lojas, muros, feiras e clubes, com o propósito de levar a arte às ruas. É uma das raras artistas “brut” do Brasil. Trabalha com materiais da natureza (tintas feitas com terras da Chapada dos Guimarães, nos arredores de Cuiabá) ou reciclando rejeitos como madeiras achadas nas ruas, latas e plásticos. Participou de diversas edições do Salão Jovem Arte Mato-grossense e de exposições individuais e coletivas, como no Salão Mecab (PR); Salão de Arte Contemporânea de Campo Grande (MS). Bienal de Arte Contemporânea de Cataguases (MG); e Cores do Brasil–Galeria Virtual-São Paulo (SP), dentre outros. Sua casa, com um acervo de mais de mil obras, é aberta ao público fazendo parte de vários roteiros para visitação.
Victor Hugo: características pelo expressionismo

No início de sua carreira, na década de 1980, o artista plástico Victor Hugo dos Santos(Uberlândia – MG, 1949) restringia sua temática às mulheres cuiabanas. Depois disso passa a pintar diversos retratos de personalidades, sendo uma das obras mais conhecidas desta fase a representação do papa João Paulo II. Entre 2000 a 2003, coordena um dos principais eventos de arte de Mato Grosso: o Salão Jovem Arte, tendo recebido prêmios pelos serviços prestados. Suas obras se caracterizam pelo expressionismo, ao retratar também belezas naturais de Chapada do Guimarães e outras paisagens locais. Também trabalha com ilustrações, tendo contribuído com livros sobre educação ambiental. Além disso, atua na área de gestão cultural, participando como Conselheiro de Cultura, de 2003 a 2005. Um de seus trabalhos mais recentes é o Projeto Fauna Mataviva – a arte em defesa dos animais do Pantanal, Amazônia e Cerrado, com exposições a céu aberto nos parques da cidade, no Ibirapuera, em São Paulo (SP), Central Parque, Nova Iorque, Nova Jersey e Washington, nos Estados Unidos. Expôs ainda em Lima, Peru, e Munique, Alemanha. Em 2019, recebeu o título de Embaixador da Cultura Cuiabana.
Valques Pimenta: traços inspirados na arte-educação

Filho do artista Nilson Pimenta, Valques Rodrigues da Costa (Cuiabá – 1982) começa a pintar aos seis anos. Em 1990, sob orientação do pai, passa a frequentar o Ateliê Livre da UFMT, e aos nove anos expôs no Centro de Arte Primitiva de Brasília. Desde 1991 participa de várias edições do Salão Jovem Arte Mato-grossense, tendo ganhado o Prêmio Aquisição em 2002. Já em 1998 integrou a Bienal Naïfs do Brasil, em Piracicaba (SP). Atua também na área de arte-educação, orientando, entre 1999 a 2005, alunos da Escola (Caic) Sol Nascente. Foi ainda voluntário no Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), orientador no Espaço Silva Freire e na Associação Criança Feliz (Acrife). Além disso, elabora projetos de artes-plásticas. No ano de2000, uma de suas obras foi exposta na Bienal de São Paulo (SP). Com obras vendidas para compradores de outros estados e países, volta a participar da Bienal Naifs do Brasil, em 2006 e 2010. Além disso, participa de eventos, e várias outras exposições em Cuiabá, Goiânia (GO) e em Londres, Inglaterra, no King’s College Campus. A partir de 2018, após o falecimento do pai, começa a assinar como Valques Pimenta, para homenageá-lo.
Valdivino Miranda, autor da notável tela ‘Amor de peixe’

Em 1990 o artista plástico Valdivino Miranda (Itiquira – MT) começou sua trajetória profissional depois de frequentar o Ateliê Livre, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde aprendeu com artistas mais experientes, como Nilson Pimenta. Valdivino é natural de Itiquira e desde jovem nutre paixão pela pintura. Seus trabalhos de maior destaque são marcados pela recorrência de figuras zoomorfizadas. Sendo assim, as imagens expressam mudança e transformação: de um mesmo tronco com forma animal surgem vários braços e pernas alongadas e entrelaçadas com várias cabeças humanas. As telas também flertam com a cultura e as paisagens mato-grossenses. Ao longo da carreira participou de diversas exposições e bienais do circuito nacional, entre elas a Bienal Naifs do Brasil, em Piracicaba (SP), na edição de 2010. O artista também foi premiado no XIX Salão Jovem Arte Mato-grossense, em 2000, e teve três pinturas selecionadas para a edição de 2013, sendo elas: “Amor de peixe”, “Amamentação do ser marinho” e o “Beijo do polvo”. Também integrou exposições no Salão de Arte Contemporânea de Pernambuco (PE), no Museu de Arte Moderna da Bahia (BA); e do Salão Unama de Pequenos Formatos, em Belém (PA).
Sitó, artista aclamado pela releitura da ‘Santa-Ceia’

Acompanhado pela esposa e também artista plástica Alzerina Nascimento, Antônio Pereira da Silva Sitó (Ceará, 1931 – Cuiabá –MT, 2012), conhecido como Sitó, chegou a Rondonópolis em 1958. Em 1974 chega a Cuiabá, onde passa a ter contato com o movimento de artes plásticas encabeçadas pelo Museu de Arte e Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP/UFMT) e, posteriormente, pela Fundação Cultural. Além de pintar ele também projetava violões, violinos, e outros instrumentos musicais, tendo trabalhado também como ferreiro, lavrador e metalúrgico. Assim, a pintura surgiu em sua vida como alternativa para ganhar a vida. Católico fervoroso, consagrou-se ao fazer sua releitura da “Santa Ceia”, rebatizada como “Ceia mato-grossense”, na qual foram utilizados o caju, o pequi e outros elementos da região. O artista trabalhava mergulhado no ateliê-oficina de luteraria, onde tintas, pincéis e parafusos, telas e violas convivem sem maiores complicações. Representante do estilo naif, alcançou reconhecimento local e nacional por seu trabalho, no qual as representações humanas assumiam a centralidade. Foi ainda presidente da Associação Mato-grossense dos Artistas Plásticos, tendo falecido em dezembro de 2012, aos 81 anos.
Sebastião Silva, arte com uso de madeira, tinta, carvão e objetos

Cuiabano do bairro Pedregal, Sebastião Silva (Cuiabá – 1970) transita, desde criança, pelo universo dos desenhos e das cores. Em 1981, aos 12 anos de idade, começa a frequentar o Atelier Livre da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde foi orientado por Aline Figueiredo e Nilson Pimenta. Também graduado em História na mesma instituição, faz parte da terceira geração de artistas plásticos do Estado. Pintor, desenhista e escultor autodidata, aposta em diferentes materiais e técnicas para se expressar-se. Exemplos disso são trabalhos criados a partir de madeira, guache, tinta acrílica, carvão, cinzas e objetos variados. Seu baú iconográfico guarda referências que variam entre elementos da fauna, flora e cultura popular mato-grossense, além de denúncias contra a extração ilegal de madeira e o desmatamento. Participou de exposições coletivas e individuais em locais como Museu de Arte e de Cultura Popular (MACP) da UFMT; Salão Jovem Arte Mato-grossense; no Museu de Arte de São Paulo (Masp) em São Paulo (SP); Museu de Arte Brasileira em Brasília (DF); Bienal Naïfs do Brasil no Sesc Piracicaba (SP) e Brazilian Naïfs Art From The Sesc Collection, em Chicago (EUA).