As casas senhoriais cuiabanas e o Museu das Crianças

Elas estão localizadas no centro histórico de Cuiabá, com recursos do governo Federal, por meio do programa PAC – Programa de Aceleração do Crescimento para cidades históricas brasileiras. Não deixa de ser uma boa nova para os munícipes, crianças e para os turistas locais e outros ávidos em conhecer as belezas da cidade, por meio de turismo cultural.

Essa restauração torna mais visível à população local e aos turistas, uma perfeita celebração de saberes e modos de fazer, formas de expressão das edificações cuiabanas e lugares de memórias, se constituindo no que conhecemos com o nome de patrimônio cultural imaterial. Isto é, valores culturais que abrangem expressões culturais, tradições de um grupo que preserva e respeita a sua ancestralidade para as gerações futuras, a exemplo de, saberes, modos de fazer, formas de expressão, celebrações, festas, danças populares, lendas, músicas, costumes e outras.

Com essa atitude o governo municipal visa à salvaguarda e a proteção desses bens, de forma que cheguem devidamente preservados às gerações vindouras, e que possam ser objeto de estudo e fonte de experiências emocionais para todos aqueles que vierem pesquisá-los ou deles usufruam, como por exemplo, as crianças, as quais poderiam ser contempladas com um imóvel desse para ser transformada em Museu das Crianças. Um espaço contemplativo, mas, ao mesmo tempo, pedagógico e interativo. Um lugar de aprendizagem onde há vida! Onde se fazem perguntas; Onde se aprende como é por dentro e por fora; Onde se experimenta para ver o efeito e aprender; Onde respeitar não impede a brincadeira; Onde se descobrem e estimulam os valores humanos.

Cuiabá é uma cidade rica em termos culturais, onde a culinária, o dialético, o artesanato, formas de expressões, as pessoas hospitaleiras e as diferentes paisagens que encantam os cuiabanos e os “pau-rodados”, que são as pessoas que vieram de outros municípios ou estados e escolheram a capital mato-grossense para viver pode oferecer este presente às nossas crianças.

Segundo o historiador Lenine de Campos Póvoas essas casas de adobes ou de tijolos, quase sempre pintadas de cores vivas, encostadas umas às outras, no velho estilo peninsular com beirais trabalhados, portas e janelas abrindo-se diretamente sobre as ruas estreitas, de estreitas calçadas (…), com o tempo foram cedendo lugar aos edifícios destinados às sedes de hotéis, bancos, repartições públicas, lojas, galerias, etc.

Grandes residências foram sendo dividas e transformadas as suas fachadas, por entre elas foram surgindo construções de modernas arquiteturas, ruas alagadas, avenidas rasgadas, novos bairros, calçamentos de pedra cristal arrancada, instalados enormes postes de cimento para iluminação e outros. Hoje, a não ser em algumas ruas centrais, que pouco conservam de sua fisionomia colonial, ninguém reconhecerá, na Cuiabá de hoje, uma cidade nascida da corrida do ouro, contemporânea de Diamantina, de Mariana e de Ouro Preto (MG), em Sobrados e Casa Senhoriais de Cuiabá.

Tomara que o governo municipal seja vitorioso na corrida e busca do recurso. Tomara que as nossas crianças sejam lembradas. Tomara que Cuiabá ganhe mais museus. Tomara!

Almanaque

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O Almanaque Cuyabá é um verdadeiro armazém da memória cuiabana, capaz de promover uma viagem pela história em temas como música, artes, literatura, dramaturgia, fatos inusitados e curiosidades de Mato Grosso. Marcam presença as personalidades que moldaram a cara da cultura local.

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