Cena Onze: Formação e expressão cultural de MT

A Associação Cultural Cena Onze, fundada em 1989 em Cuiabá, se consolidou como um importante pilar da cena artística da região. Ao longo de sua trajetória, o grupo encenou dezenas de espetáculos e formou mais de 2 mil alunos em diversas áreas, como teatro, dança, música, artesanato e pintura. Em 2016, o Cine Teatro Cuiabá passou a ser administrado pela Associação, por meio de um Termo de Colaboração firmado com a Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso, transformando-se em um espaço vital para a cultura local. Além de abrigar mostras de cinema, espetáculos de teatro, dança e música, o Cine Teatro Cuiabá é a sede da MT Escola de Teatro, um centro de excelência na formação das artes cênicas. Os cursos são realizados em parceria com a Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), reconhecida internacionalmente na América do Sul, tendo como diretor-executivo o renomado ator e dramaturgo Ivam Cabral, além da SP Escola de Teatro, e o Governo do Estado de Mato Grosso. Esse conjunto de esforços visa fortalecer e expandir as possibilidades de formação e expressão artística, consolidando ainda mais o Cine Teatro Cuiabá como um centro cultural de referência.
Senado aprova texto-base da reforma tributária

O Senado Federal aprovou, na tarde desta quinta-feira (12), o texto-base da regulamentação da reforma tributária. Foram 49 votos favoráveis e 19 contrários. A regulamentação da reforma trata das regras de incidência dos novos impostos sobre o consumo: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), em nível federal, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de nível estadual/municipal. Além disso, haverá o Imposto Seletivo (IS), o chamado “imposto do pecado”, que é uma sobretaxa aplicada sobre determinados produtos e serviços considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Pela manhã, o texto, relatado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), havia sido aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), antes de seguir para o plenário. Agora, os senadores seguem votando diversos destaques ao texto principal, que podem alterá-lo. Uma dessas alterações, por exemplo, foi a exclusão de armas de fogo e munições do Imposto Seletivo. A emenda com essa exclusão já havia passado na CCJ, mas uma outra foi reapresentada, em plenário, para que esses itens voltassem a ser sobretaxados. A medida era defendida pelo relator e senadores da base governista, mas não obteve os 41 votos necessários. Com isso, armas e munições não pagarão tributo adicional. Outro item excluído do “imposto do pecado” foram as bebidas açucaradas, como sucos e refrigerantes industrializados. Foi mantida no parecer de Braga, e confirmada em plenário, a isenção para 22 produtos da cesta básica, incluindo carnes e queijos. Os senadores seguem analisando os destaques. Ao final da votação, o projeto voltará à Câmara dos Deputados, que poderá manter ou retirar pontos aprovados pelos Senado, dando a palavra final sobre a regulamentação. (AB)
CNJ determina nova certidão de óbito para mortos pela ditadura

Parentes de pessoas mortas pela ditadura cívico-militar (1964-1985) no Brasil poderão pedir nova versão da certidão de óbito nos cartórios de registro civil. No novo documento deverá constar como causa mortis a seguinte informação: “morte não natural, violenta, causada pelo Estado a desaparecido no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política no regime ditatorial instaurado em 1964.” A determinação é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que tem, entre outras atribuições, a de regrar e fiscalizar o funcionamento dos cartórios que prestam serviço delegado pelo poder público. O ato normativo foi aprovado por todos os conselheiros do CNJ reunidos nesta terça-feira (10), data em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 76 anos. Para o presidente do CNJ e também presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, a medida “é um acerto de contas legítimo com o passado.” Segundo Barroso, “um período muito triste” e iniciado com um golpe de Estado. “As pessoas questionam o termo golpe, mas este é o nome que, em ciência política e na teoria constitucional, se dá à destituição do presidente da República por um mecanismo que não esteja previsto da Constituição”, explicou Barroso. O ministro aponta o caráter simbólico da decisão: “embora nunca tenha havido um pedido formal de desculpas, estamos tomando as providências possíveis para a reparação moral dessas pessoas.” A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, concorda com Barroso e diz: “esta é mais uma retomada pela dignidade daqueles que tiveram seus direitos negados, aviltados e forçosamente roubados.” Para Macaé, todos têm direito à verdade, e as instituições democráticas precisam ser sistematicamente defendidas. O reconhecimento da morte causada pelo Estado em época da ditadura foi proposto ao CNJ pela pasta chefiada por Macaé Evaristo. Têm direito a pedir uma nova versão da certidão de óbito familiares de 434 pessoas tidas como mortas ou desaparecidas, conforme o relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV). A CNV foi instituída no governo da presidenta Dilma Roussef e funcionou entre 18 de novembro de 2011 e 16 de dezembro de 2014. A comissão era formada por um colegiado de sete pessoas com a atribuição de investigar violações de direitos humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. Apesar do reconhecimento das mais de quatro centenas de mortes durante a ditadura cívico-militar, a CNV não avançou na identificação dos assassinatos dos indígenas. Entidades de direitos humanos estimam que podem ter ocorrido mais de 8 mil assassinatos nessa população. (Agência Brasil)
Morre Dalton Trevisan, lenda da literatura brasileira

Autor de mais de 50 livros, vencedor dos prêmios Camões, o mais importante da língua portuguesa, e Jabuti, morreu nesta segunda-feira (9) o escritor curitibano Dalton Trevisan, aos 99 anos de idade. O escritor também recebeu, em 2011, o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto da sua obra, a maior honraria em literatura nacional. Ao final da vida, Dalton Trevisan vivia recluso. Sempre foi avesso aos holofotes e não dava entrevistas desde os anos 70. Ele vivia em um apartamento no centro de Curitiba, cidade que era o tema principal de sua obra, que narra a vida cotidiana na capital paranaense numa linguagem concisa e direta, sempre retratando costumes e dramas psicológicos de seus personagens. Formado em Direito, iniciou a carreira com a novela Sonata ao Luar, quando ganhou destaque, mas sua obra mais conhecida foi o livro de contos O Vampiro de Curitiba, de 1965. Sua obra foi traduzida em diversos idiomas. Nos anos de 1946 a 1948, Dalton editou a revista Joaquim, publicação com a participação de Maria de Andrade e Carlos Drummond de Andrade. A residência onde morou em Curitiba, na esquina das ruas Ubaldino do Amaral e Amintas de Barros, no Alto da Glória, é um dos pontos turísticos de Curitiba visitada pelos amantes da literatura.
Índio Coxiponé Pescador

Localizada na Avenida Fernando Corrêa da Costa, em Cuiabá, a imponente estátua de um índio em uma canoa, segurando vários peixes, é um tributo à memória e à cultura da tribo Coxiponé, da etnia Bororo. Esta homenagem celebra os primeiros habitantes da região, cuja presença remonta a tempos anteriores à chegada dos bandeirantes, que desbravaram o território movidos pela busca do ouro. Os Coxiponés, hábeis navegadores do rio Coxipó, não apenas deram nome à região, mas também deixaram um legado cultural profundamente conectado com as águas e os recursos naturais que sustentavam sua existência. A canoa, símbolo de mobilidade e sobrevivência, e os peixes, representando abundância e harmonia com o meio ambiente, reforçam a ligação dos Bororo com o rio que moldou suas vidas. A estátua não apenas eterniza essa história, mas convida os transeuntes a refletirem sobre a rica herança indígena da região e sua importância na construção da identidade cuiabana. Em sua simplicidade e força, a escultura resgata um passado muitas vezes silenciado, mas fundamental para compreender a essência cultural e histórica de Cuiabá e de Mato Grosso.
Estudantes de escolas públicas não têm acesso a água tratada para consumo

Com Mariana Tokarnia – Repórter AB No Brasil, 1,4 milhão de estudantes de escolas públicas não têm acesso a água tratada para consumo. A maioria desses alunos é negra, segundo o estudo Água e Saneamento nas Escolas Brasileiras: Indicadores de Desigualdade Racial, que utilizou dados do Censo Escolar de 2023. A pesquisa destaca que alunos em escolas predominantemente negras têm sete vezes mais chances de não contar com água potável em comparação a escolas de predominância branca. Entre os 1,2 milhão de estudantes sem acesso básico à água, 768,6 mil estão em escolas predominantemente negras, 528,4 mil em escolas mistas e 75,2 mil em escolas brancas. Além da água, a análise abrange outros serviços de saneamento, como banheiros, coleta de lixo e esgoto. Mais da metade dos estudantes de escolas predominantemente negras enfrentam a falta de pelo menos um desses itens, enquanto nas escolas brancas, esse índice é de 16,3%. Outro dado alarmante revela que 440 mil estudantes frequentam escolas sem banheiros. Desses, 135,3 mil estão em escolas predominantemente negras. No que diz respeito à coleta de lixo, 2,15 milhões de alunos frequentam escolas sem o serviço, sendo a maioria em instituições de predominância negra. O estudo também chama atenção para a situação dos estudantes indígenas. Dos 360 mil matriculados na rede pública, 60% estão em escolas sem abastecimento de água e 81,8% em unidades sem esgoto. Por fim, o levantamento reforça a importância de políticas públicas que considerem as desigualdades raciais para garantir a equidade no acesso a saneamento, tanto nas escolas quanto fora delas. Atualmente, milhões de brasileiros ainda carecem de serviços básicos, como abastecimento de água e coleta de esgoto, afetando diretamente a dignidade e a qualidade de vida.
A aterrorizante lenda do Minhocão do Pari
Uma das lendas mais conhecidas em Cuiabá, o “Minhocão” aterrorizou ribeirinhos que acreditavam que a cobra gigante vivia nas profundezas do Rio Cuiabá e, vez ou outra, virava barcos para devorar os pescadores, levantava grandes ondas e desmoronava barrancos dos rios. A lenda teria surgido após o padre Ernesto Barreto comprar um grande terreno onde hoje está localizado a Barra do Pari, em 1880. Os moradores mais antigos das terras de padre Ernesto, nos fundos dos Bairros Santa Amália e Araçá, dizem que o Minhocão do Pari desapareceu da região durante a grande enchente de 1974. Reza uma das mais famosas lendas cuiabanas que não se pode reformar ou restaurar a igreja matriz da capital de Mato Grosso, já que o minhocão encontra-se preso pelos fios de cabelo de Nossa Senhora. Há ainda o “Minhocão de Baús”, “irmão do Minhocão do Pari”, e que teria surgido no século 19, que habitava a região da Guia e que destruía as casas da região, fazia muito rebojo nas águas e metia medo nos habitantes. A lenda é retratada no livro “Ana Bela e o Minhocão de Baús”, de autoria do historiador Pedro Félix. ‘Baús’ é uma comunidade de pequenos agricultores de milho, cana-de-açúcar, mandioca, extrativistas de pequi, que vivem em casas de pau a pique e sobrevivem culturalmente de lendas, rezas e plantas medicinais. “Em 1983 descobrimos um grande resgate da nossa cultura quando, ao conhecer a comunidade de Baús, nos deparamos com as estórias dos moradores. Conforme a lenda, o minhocão teria devorado a casa de um senhor que dormia com a escrava e que teria sido alertado por ela sobre a existência de algum bicho que rondava o local”, conta Pedro Félix. O livro é direcionado a alunos do ensino infantil e fundamental das escolas públicas e particulares de Cuiabá, para a cuiabania em geral ou quem tiver interesse em saber mais sobre essa lenda.
Inauguração da BR-163

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