Aleixo Cortez: fauna e elementos sacros

Integrante da terceira geração de artistas plásticos do Estado, o artista plástico Aleixo Cortez (Poconé-MT, 1965)  passa a frequentar o Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, em 1982, aos 17 anos. Lá, é orientado por Dalva de Barros e Nilson Pimenta. De traço surrealista, inspirado principalmente por Salvador Dalí, mistura temáticas universais a elementos tipicamente pantaneiros, como tuiuiús e peixes. Conhecido por fabricar os próprios bastidores, integra a terceira geração de artistas plásticos do Estado, tendo participado de diversas exposições coletivas do Museu de Arte e de Cultura Popular da (MACP/UFMT) e do III Salão Paulista de Arte Contemporânea em São Paulo, em 1990.   No início dos anos 2000 foi premiado no Salão de Pequenos Formatos e o 5º colocado no Salão Livre da Associação Cuiabana Belas-Artes. Embora seja dono de vastíssima produção, Aleixo não possui nada catalogado. Sua obra, marcada pela constante representação da fauna local, dialoga também com o mato, os bichos, as águas e o homem. Interage ainda, eventualmente, com elementos sacros, condensando um imaginário rico e colorido, caracterizado cromaticamente pelo uso das cores azul e vermelha.

Alcides Pereira: livre inventor de formas

Fixando residência em Rondonópolis, Alcides Pereira dos Santos (Rui Barbosa – BA, 1932 – São Paulo- SP, 2007) chega a Mato Grosso em 1950, fixando residência em Rondonópolis. Aos 18 anos muda-se para Cuiabá, onde desenvolve diversas atividades manuais. Pintor, barbeiro, sapateiro e pedreiro, começa a expressar-se artisticamente nos anos de 1970, quando passa a frequentar o Atelier Livre da Fundação Cultural de Mato Grosso. A partir daí participa de uma série de exposições coletivas e realiza outras individuais, como em 1973, no atelier de Augusto Rodrigues, Rio de Janeiro (RJ), e em 2007 na Galeria Estação, em São Paulo (SP), além de diversas outras cidades do Brasil. Possui ainda acervo no Museu Afrobrasil (SP), Museu de Arte de Goiânia (GO) e no Museu de Arte Popular do Centro Cultural de São Francisco, em João Pessoa (PB). Representante do estilo naif, o artista leva para as telas a desconstrução na medida em que os meios de criação tornam-se fins, fazendo com que sua imagem produza um mimetismo que destrói o modelo, ao invés de preservá-lo. Na década de 1990 passa a viver em São Paulo (SP), onde falece em 2009. Alcides é considerado um inventor de formas e um dos mais importantes pintores primitivos brasileiros.

Adão Domiciano, dedicado artista da pintura naif

O artista começa sua trajetória artística no início da década de 1980, quando chega a Cuiabá.  Em 1982, conhece o Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e, influenciado por Nilson Pimenta, Adão Domiciniano (Ecoporanga – ES, 1969) passa a participar de exposições coletivas e do Salão Jovem Arte Mato-grossense. À época a produção remete às lavouras que fizeram parte de sua infância. Na década de 1990 rompe com a simbologia do campo e volta-se para a temática ambiental. É também neste período que conquista seu primeiro prêmio nacional. Embora produza obras de tamanhos diversos, o artista demonstra preferência pelas telas pequenas, nas quais predominam as cores quentes e a utilização de pincéis finos, com traços e contornos bem detalhados. Dedicando-se à pintura primitiva ou naif, o aquarelista é um dos principais representantes do estilo no Estado, sendo considerado também membro da terceira geração das artes plásticas mato-grossenses. O trabalho de Adão foi reconhecido por diferentes premiações e já foi exibido em diversos estados do Brasil, além de ter integrado exposições coletivas no exterior.

Adir Sodré, pintura com erotismo e irreverência

Sob orientação de Humberto Espíndola e Dalva de Barros, Adir Sodré (Rondonópolis –MT, 1962 – Cuiabá –MT, 2020) começa sua trajetória artística aos 15 anos, no Ateliê Livre da Fundação Cultural de Mato Grosso. À época inspira-se na vida cotidiana dos bairros de Cuiabá e na paisagem regional. No final da década de 1970, integra um movimento conhecido como o dos artistas da segunda geração das artes plásticas mato-grossenses. A partir daí consolida estilo próprio, fazendo do erotismo e da irreverência suas principais marcas. Integrando estes elementos à simbologia sacra, passa ainda por uma fase inspirada por turistas e pela cantora alemã Nina Hagen. Também desenhista, Adir dialoga em suas obras com consagrados artistas internacionais, como Henri Matisse, Vincent van Gogh, Frida Kahlo e Diego Velázquez. Ao longo da carreira participa de inúmeras exposições pelo país e pelo mundo, sendo, em 2016, o único mato-grossense a possuir três telas expostas simultaneamente no Museu de Arte de São Paulo (Masp). Participou de mostras no Museu de Arte e Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (Macp/UFMT), na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e no Museu de Arte Moderna de Paris.

Adriano Figueiredo, intervenções com contornos sinuosos

Artista plástico, desenhista e artista gráfico, Adriano Figueiredo (Cuiabá-MT, 1974) cresceu sob forte influência da cultura cuiabana. Autodidata, começa a desenhar ainda na infância e, aos 15 anos, passa a atuar profissionalmente, criando painéis para uma loja de decoração e a participar de produções artísticas para festas. Depois de participar de importantes mostras na Capital, Adriano ganhou ainda mais notoriedade ao expor na Art Lab Galery, em São Paulo, e em países da Europa. As cores vibrantes dão vida às telas e alinham-se às tendências contemporâneas, estendendo-se ao universo da internet. Hoje, para além das galerias, é também conhecido pelas frequentes intervenções urbanas. Suas obras, marcadas pelo abuso das curvas, apostam em movimentos sinuosos para retratar elementos de religiosidade, música, cotidiano e culinária regional. Em consonância com o traço marcante, as cores vibrantes dão vida às telas e alinham-se às tendências contemporâneas, estendendo-se ao universo da internet, onde o trabalho tornou-se popular. Além disso, integrou duas exposições coletivas na galeria House of Art, em Miami (EUA). Atualmente, possui obras espalhadas por diversos lugares, como Argentina, Noruega, Portugal, Espanha e França.