Gabriel Novis Neves, filho do Bugre do bar homônimo

O filho do comerciante seo Olintho Neves (o Bugre do Bar homônimo) e neto do doutor Alberto Novis Neves, considerado o primeiro otorrinolaringologista de Mato Grosso, Gabriel Novis Neves (Cuiabá – MT, 6/06/1935) é bacharel em Medicina, com especialidade em Psicologia Médica e Obstetrícia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A partir de 1967, quando inicia a carreira de professor e administrador, desempenha importante papel nas áreas de saúde e educação. Pela vasta publicação de trabalhos pertinentes ao setor, é nome recorrente em conferências, congressos e simpósios. Além da reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), foi secretário de Educação (1968-1970); secretário de Trabalho e Desenvolvimento Social do Governo do Estado de Mato Grosso (1983); secretário Chefe da Casa Civil do Governo do Estado de Mato Grosso (1984); secretário de Saúde do Governo do Estado de Mato Grosso (1984-1985). Foi, também, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Cuiabá (Unic). Por notável contribuição social recebe homenagens como a de Professor “Honoris Causa” da Universidade do Maranhão (UFM), em 1981; Diploma de Honra ao Mérito como Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa-CNPQ) em 1979; e Medalha do Mérito Universitário UFMT em 1995. Segue atendendo como médico e é cronista do cotidiano com trabalhos publicados periodicamente em jornais e sites.

Fernando Tadeu: cenário econômico, político e social

Atuante pesquisador de História e Literatura, Fernando Tadeu de Miranda Borges (Cuiabá –MT, 1958) se difere em sua trajetória profissional e pessoal pela afeição às causas cuiabanas e mato-grossenses. Professor e escritor, formou-se em Ciências Econômicas na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em 1980. É mestre em economia pela Universidade de São Paulo (USP) e doutorando em História Social pela mesma instituição. Em seus trabalhos viaja através do tempo, debruçando-se sobre fatos importantes para a constituição do cenário econômico, político e social local. São de sua autoria: Economia Brasileira: Posições Extremas (1991); Esperando o Trem: Sonhos e Esperanças de Cuiabá (2005); Prosas com Governadores de Mato Grosso (2007) e Do Extrativismo à Pecuária: algumas observações sobre a História Econômica de Mato Grosso (2010). É membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT) e da Academia Mato-grossense de Letras (AML). Na UFMT ocupou os cargos de coordenador da Editora Universitária (EdUFMT) entre 1992-1998 e de primeiro diretor da Faculdade de Economia, entre 2008 e 2012.  É pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência da Universidade (PRCEV/UFMT) desde outubro de 2016.

Estêvão de Mendonça, auto de ‘Datas Mato-grossenses’

Nascido em Santo Antônio da Barra, distrito de Barão de Melgaço, Estêvão de Mendonça (Barão de Melgaço –MT, 25/12/1869 – Cuiabá – MT, 2/12/1949) era autodidata. Topógrafo, professor, advogado, historiador e escritor, não chegou a graduar-se formalmente em nenhuma universidade. A fome pelo conhecimento, contudo, o alçou a incontestável status de intelectual, um dos mais relevantes e conhecidos de Mato Grosso. Membro fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT), foi também o primeiro autor didático de História do Estado, tendo publicado Quadro Chorographico de Matto Grosso (1906) e Datas Mato-grossenses (1919). Suas habilidades foram elogiadas por Monteiro Lobato, de quem chamou a atenção pela grafia. O escritor o descreveu como um “diamante descoberto no coração do Brasil”. Estêvão de Mendonca faleceu em Cuiabá no dia 2 de dezembro de 1949 e hoje empresta seu nome à maior biblioteca mato-grossense, na Capital. Grande parte de sua produção, assim como a de seu filho, Rubens de Mendonça, foi doada pela família ao Arquivo da Casa Barão de Melgaço. Os documentos estão catalogados, digitalizados e à disposição de pesquisadores.

Elizabeth Madureira: notável historiadora do Brasil

Considerada como uma das mais notáveis historiadoras do Brasil na atualidade, Elizabeth Madureira Siqueira (Franca – SP, 16/08/1947) chega a Cuiabá em 1975, trazendo na bagagem o recém-obtido diploma em História, pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Ingressa como professora e pesquisadora no Departamento de História da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), atuando ali por 27 anos. Em 1992, defendeu o mestrado e, em 1999, o doutorado. Sócia efetiva do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT) desde 1983, foi a primeira mulher a presidir a instituição. Além disso, tem assento na cadeira 29 da Academia Mato-Grossense de Letras (ABL), e, ao longo de sua carreira como historiadora, foi agraciada com inúmeros diplomas, medalhas e comendas. Levam sua assinatura obras como Revivendo Mato Grosso (1997) e 300 Anos de Cuiabá (2019). Pela notável relevância de sua produção, Elizabeth é reconhecida como cidadã cuiabana e mato-grossense, títulos conferidos pela Câmara Municipal de Cuiabá e pela Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (ALMT), respectivamente. No campo da pesquisa se dedica, há mais de 25 anos, ao arranjo de acervos, a exemplo do Arquivo da Casa Barão de Melgaço, onde atualmente é curadora.

Dunga Rodrigues, autora de ‘Reminiscência de Cuiabá’

A professora, musicista, historiadora e escritora Maria Benedita Deschamps Rodrigues (Cuiabá-MT, 1908 – Santos – SP, 2006) ficou conhecida como Dunga. Sob orientação da professora polonesa Helena Müller, aprendeu a extrair a intensidade do som do piano logo cedo. Sinônimo de cultura, foi uma das mulheres mais notáveis em Mato Grosso no século passado. Livros como Reminiscência de Cuiabá (1969); Marphysa (1981) e Colcha de Retalhos (2000) lhe renderam a cadeira de nº 39 na Academia Mato-grossense de Letras (AML), espaço até então reservado majoritariamente aos homens. Foi também membro da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg) e do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT). Além das diversas publicações sobre a cultura e história da Capital e do Estado, a ela são atribuídos memoráveis recitais e a formação de incontáveis músicos. Não poderia ser diferente. Lecionou durante 52 anos em escolas públicas e conservatórios de Cuiabá, onde ensinava também língua francesa. Lembrada pela irreverência e simpatia, faleceu em janeiro de 2006, deixando inestimável legado.

Dom Aquino Corrêa, o nosso ‘Chiquinho da Rua Nova’

Popularmente conhecido por dom Aquino ou ainda ‘Chiquinho da rua nova’, dom Francisco de Aquino Corrêa (Cuiabá -MT, 2/04/1985 – São Paulo – SP, 22/03/1956) chamou a atenção desde muito cedo pela inteligência, educação e carisma. Ainda na adolescência ingressou no sacerdócio católico, deixando a casa dos pais em 1902.Entre 1904 e 1909, estudou Filosofia e Teologia em Roma-Itália, concluindo o doutorado em ambas as ciências aos 23 anos de idade. Ordenado sacerdote, reza sua primeira missa na Catedral de São Pedro, no Vaticano, e finalmente, em julho de 1910, regressa à sua cidade natal. O então padre assume funções de direção no Colégio São Gonçalo até 1914, sendo, na sequência, nomeado bispo. Permaneceu nesta condição por sete anos, até se tornar arcebispo de Cuiabá. Em 1918, por conclamação do presidente do Brasil, Wenceslau Brás, assume o governo do Estado. Ao deixar a administração estadual, voltando à condição de arcebispo, dom Aquino passa a se dedicar integralmente à Igreja e à cultura. Fundou então a Academia Mato-grossense de Letras (AML) e, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT) chegando, em 1926, à Academia Brasileira de Letras (ABL). Intelectual e poeta, é lembrado como “orador maior de Mato Grosso”, de “espírito grandioso e elegância moral. ”