José Bertoloto, de “Iconografia das Águas: o rio e suas imagens”

Professor, pintor e crítico de arte, José Serafim Bertoloto (Cuiabá-MT, 1956) frequentou o Atelier Livre da Fundação Cultural e participou de edições do Salão Jovem Arte Mato-grossense, tanto expondo suas peças, quanto como crítico. Hoje atua como um dos curadores no Museu de Arte e de Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP/UFMT), onde trabalhou por 28 anos como historiador/pesquisador e diretor. Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), possui graduação em Licenciatura e é bacharel em História pela Universidade Federal de Mato Grosso (1985); mestrado em Artes pela Universidade de São Paulo (1992), especialização em Museu de Arte pelo MAC-USP (1998) e doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2003). É também professor-colaborador no programa de Pós-graduação em Estudos de Cultura Contemporânea – Área Interdisciplinar / Mestrado e Doutorado. Com vasta experiência, é especialista em teoria e crítica, atuando principalmente nos seguintes temas: poética, artes visuais, cultura popular, patrimônio artístico cultural e semiótica da arte e do design em Mato Grosso. Sua principal publicação é “Iconografia das Águas: o rio e suas imagens”.
José Pereira: a arte e a estética das revistas em quadrinhos

Considerado como um dos representantes da pintura naif no Estado, José Pereira da Silva (Correntina – BA, 1969) chegou a Mato Grosso aos sete anos de idade. Após 14 anos em Cuiabá, passa a frequentar os ateliês livres da extinta Fundação Cultural e do Museu de Arte e Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP/UFMT). Teve orientação artística dos artistas Nilson Pimenta e Osvaldina dos Santos. A partir destas vivências participa de várias edições do Salão Jovem Arte, de 1991 a 1995. Integra também algumas edições da Bienal Naif do Brasil, em Piracicaba (SP), bem como vários outros eventos de arte em Limeira e Itapetininga (SP), além de Cuiabá e Chapada dos Guimarães (MT), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e também em Chicago, nos Estados Unidos. Por influência de Nilson suas obras apresentam elementos da modernidade, sendo inspiradas também pelo trabalho do pintor baiano Carybe. As obras são marcadas ainda pela estética das revistas em quadrinhos e retratam casarios, festas de santos e sua paixão pelo futebol. Sem limitar-se aos elementos concretos, ele dá expressividade às telas ao inserir o elemento humano com cores das cenas urbanas.
José Augusto: paisagem pantaneira e amazônica

O potiguar José Augusto (Carnaúba dos Dantas, Rio Grande do Norte – RN) está em Mato Grosso há 50 anos, tendo passado por Chapada dos Guimarães e Sorriso, onde reside atualmente. Começou a pintar ainda na infância, aos sete anos. Aos 12 anos, já experimenta pintar obras em aquarela. Três anos depois inicia seus primeiros trabalhos em tinta a óleo, com inspiração em obras de pintores renascentistas, principalmente por conta da luz e das cores. Autodidata, é um dos representantes do estilo naturalista no Estado, destacando em sua obra a riqueza da paisagem pantaneira e amazônica, recorrentemente utilizadas como fontes de inspiração para a composição dos quadros. Nos anos de 1980, ingressa na Polícia Militar de Mato Grosso (PM-MT), sem abandonar, contudo, sua paixão pelas artes plásticas. Ao longo de sua trajetória artística, José Augusto pinta retratos, paisagens, cavalos, índios, naturezas mortas e também algumas obras com inspiração surrealista, mas, após morar em Chapada dos Guimarães, passa a trabalhar com telas naturalistas. O artista já expôs em Cuiabá, Paranatinga, Chapada dos Guimarães, Rondonópolis, Tangará da Serra e Sorriso, onde mantém seu ateliê.
Jonas Barros: 3ª geração de artistas plásticos de MT

Artista autodidata, desenhista e objetista, Jonas Ferreira Barros (Cuiabá-MT, 1967), antes de se dedicar às artes plásticas era também atleta. Sua primeira exposição acontece em 1986, quando participa do Salão Jovem Arte Mato-grossense. Representante da terceira geração de artistas plásticos mato-grossenses, participou, em 1993, do Salão Nacional Contemporâneo de Ribeirão Preto. Em 2000, passa a dedicar-se à interação com o ambiente urbano. Nesse período, realiza a exposição “Grande Olhar 1 e 2”, na Estação Rodoviária e no Mercado Municipal de Cuiabá, a exposição “Artistas do Século”, no MACP, da UFMT, e o projeto “Arte em Trânsito”, também na Capital. Em 2003, representa o Brasil na exposição coletiva “El Amazonas”, no Museu Nazinale Di Castel Sant’angelo, em Roma, Itália. Mais recentemente, participa do “Circuito Cultural Lusófono”, do Palácio Cabral, em Lisboa. Além desses eventos, Jonas acumula uma série de prêmios, bem como participou de outras mostras coletivas e individuais em diversos estados do Brasil e em outros países. Ao longo dos mais de 30 anos de carreira, é conhecido pela constante busca por inovação, utilizando, para isto, diferentes tipos, formatos e materiais para suas criações que podem apresentar elementos do desenho, foto e pintura em acrílico, por exemplo.
João Sebastião, conhecido como “artista das onças”

Filho da artista Alexandra Barros da Costa, João Sebastião Francisco da Costa (Cuiabá – MT, 1949 – Cuiabá – MT, 2016) mostra interesse pelas artes plásticas desde os seis anos. Inicia seus estudos de pintura com Bartira de Mendonça em 1965, em Cuiabá. Em 1968 vai para o Rio de Janeiro (RJ), onde desenvolve conexões com importantes representantes das tendências modernas. No ano seguinte passa a frequentar o ateliê de Humberto Espíndola, em Campo Grande (MS). Na capital sul-mato-grossense atua, até 1972, junto ao movimento da Associação Mato-grossense de Artes (AMA). Retorna a Cuiabá em 1973, passando a desenvolver atividades no Museu de Arte e Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP/UFMT). A partir de 1974, participa de diversas bienais e exposições individuais e coletivas em Cuiabá, São Paulo e Campo Grande, dentre outras cidades do país. Conhecido como “artista das onças”, era pintor, desenhista, figurinista e professor. Seu trabalho, marcado pela recorrência de temáticas femininas, foi reconhecido com um dos prêmios do Salão Nacional do Rio de Janeiro, em 1981. Em 2015 o artista inicia um processo de intervenção urbana sobre Maria Taquara, personagem icônica da história cuiabana. Faleceu em 2016, vítima de um infarto.
Humberto Espíndola: Boi, boi, boi, boi da cara preta…

Nascido antes da divisão de Mato Grosso, Humberto Augusto Miranda Espíndola (1943, Campo Grande – MS) é conhecido pela valorização de temáticas regionais, inspiradas, sobretudo, na bovinocultura. Formado em Jornalismo pela Universidade Católica do Paraná, em 1965, organizou, em 1966, a I Exposição dos Artistas Mato-grossenses, em Campo Grande. No ano seguinte, funda a Associação Mato-Grossense de Arte. Considerado um dos artistas da primeira geração das artes no Estado, participa, a partir de 1969, de diversas bienais em São Paulo, Medellín, Veneza, México, Cuba, Cuenca e Caracas, entre outras mostras. Em 1974 cria o Museu de Arte e Cultura Popular da Universidade Federal de Mato Grosso (MACP/UFMT), sendo o primeiro a dirigi-lo. No mesmo ano, em Cuiabá, finaliza o mural no Palácio Paiaguás. Em 1982, deixa a direção do MACP e, em 1983, segue para Campo Grande, onde participa da fundação do Centro de Cultura Referencial do Mato Grosso do Sul. Em 1996, desenvolve o Monumento à Cabeça de Boi, de ferro e aço, instalado em uma praça de Cuiabá. Pioneiro, coleciona diversos prêmios e, em 2000, apresenta mostra retrospectiva, em Curitiba (PR), Campo Grande (MS) e em Cuiabá.