Nico e Lau: muito humor e essência do linguajar cuiabano

Lioniê Vitório, o Nico é formado em Artes pela Universidade de Cuiabá (Unic) e pós-graduado em Patrimônio Cultural. Começou a carreira de ator em 1986, no Grupo Ânima. Já Justino Astrevo de Aguiar, o Lau, é formado em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e pós-graduado em Planejamento e Gestão Cultural pela Unic. Autor, diretor e ator, iniciou a carreira em 1980, quando fundou a Cia Folhas Produções. Em 1989, Vitório recebeu convite do diretor J. Astrevo para participar do espetáculo Último Baile de Verão de sua autoria. A parceria deu certo e desde então Lioniê e Astrevo passaram a atuar juntos em diversos espetáculos teatrais. Em 1995 recebem convite do Grupo Gazeta de Comunicação para participarem do programa Revista da Manhã. Lá criaram Nico e Lau, que comandavam o quadro Porteira Aberta. Em 1996 levaram pela primeira vez os personagens aos palcos. O trabalho teve ótima repercussão e inaugurou uma série de espetáculos entre os anos 90 e 2000. Em 2003, comemorando oito anos de carreira, trouxeram a Cuiabá Chico Anysio. A dupla lançou ainda quatro CDs e, desde 2005, veiculam o programa MINUTO DO HUMOR na TV Centro América. O mesmo quadro roda desde 2007 na TV Morena, em Mato Grosso do Sul.
Maurício Ricardo: Diretor do musical ‘Desutilidade Poética’

Formado em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Maurício Ricardo é ator profissional desde 1999. Fundador da Cia Porrada de Teatro, onde atua hoje, tem seu nome marcado em produções relevantes para a história do teatro mato-grossense. Além disso, também desempenha o trabalho de professor de Literatura e Artes em Cuiabá. Já montou e dirigiu espetáculos infantis de grande sucesso estadual como: O Cavalinho Azul, O Rei Leão e O Patinho Feio. Com o público adulto chamou a atenção pela direção da comédia Zobaidas e pelo musical Desutilidade Poética. Como ator participou do espetáculo infantil A Menina e o Vento, Muito Barulho Por Nada e Auto da Estrela Guia, todos produzidos pelo Teatro Mosaico. No passado integrou a equipe do renomado grupo Ânima, participando de espetáculos como O Inspetor Geral e Evoé. Em seu último trabalho junto à companhia, desenvolveu juntamente com o ator Luciano Paullo o projeto de comédia Dupla Demência, que permaneceu em cartaz por dois anos na capital, interior e até mesmo em outros estados do Brasil.
Luiz Carlos Ribeiro, referência do teatro mato-grossense

Dramaturgo, advogado, educador e escritor Luiz Carlos é considerado um dos expoentes do teatro mato-grossense. É fundador da Federação Mato-grossense de Teatro (FEMATA) e da Confederação Nacional de Teatro (CONFENATA), tendo sido um dos seus diretores. Em um de seus trabalhos mais recentes, fez parte do elenco do longa Bala Perdida, com Justino Astreno e Lionê Vitório, dirigido por Luiz Marquetti. Autodidata, chegou a estudar fora de Mato Grosso, em estados como Rio de Janeiro e São Paulo, onde teve contato com grandes nomes de sua área como Niete de Lima, Jesus Chediak e João Brites, do grupo O Bando, de Portugal. Em meados da década de 1970, militou no movimento federativo para a reorganização do movimento teatral nacional e mato-grossense. Reforçava sempre sentir-se confortável em sua área de trabalho, especialmente pelas infinitas possibilidades de experimentação social oferecidas por ela. Além disso, o dramaturgo não escondia que sua grande paixão era a direção teatral. Também envolvido com a produção audiovisual, Luiz Carlos Ribeiro faleceu em Cuiabá, no dia 12 de janeiro de 2018.
Ivan Belém: A comédia que exprime a cultura cuiabana

Nascido em Barão de Melgaço, Ivan Belém chegou a Cuiabá ainda recém-nascido, estabelecendo-se no bairro da Lixeira. Foi ali, na infância, que teve seu primeiro contato com o teatro, de maneira improvisada nos quintais dos vizinhos. Na adolescência, ingressou no grupo de teatro do SESI, sob a direção de Camilo Ramos dos Santos. Posteriormente, fundou o Grupo Gambiarra, dedicado ao teatro infantil, que, com o tempo, passou a ter uma abordagem política, tornando-se o primeiro grupo de teatro de rua de Mato Grosso. Após a dissolução do grupo, Ivan formou uma dupla com Liu Arruda, apresentando-se em bares, quintais e outros espaços alternativos. Foi nesse contexto que surgiram as icônicas personagens Nhara e Creonice, criando uma comédia com forte identidade cuiabana. Em 1999, retornou à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde se dedicou à pesquisa acadêmica. Formado em História, obteve mestrado e doutorado em Educação. Publicou dois livros: A Baía de Tchá Mariana: Mitopoéticas Africana e Pantaneira nos círculos de aprendizagens ambientais e Liu Arruda: a Travessia de um Bufão. Além do teatro, atua em circo, vídeo, rádio, TV e cinema.
Corsíndio Monteiro: Direito e Cultura em perspectiva

Bacharel em Ciências e Letras e em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade do Rio de Janeiro, Corsíndio Monteiro (Cuiabá –MT, abril de 1919, Brasília – DF, 2007) atuou como magistrado em Mato Grosso e integrou, a partir de 1961, o Serviço Jurídico da União, em Brasília (DF). Para além do cargo na Secretaria de Planejamento da Presidência da República, assinou vasta obra literária versando, sobretudo, acerca do Direito e da cultura mato-grossense. Sob estes nortes publicou, dentre outros: Joaquim Ribeiro e a Folk-lore of Américas (1943); Acumulação de cargos (1965); Cultura mato-grossense (evocação sentimental 1972); O Escolhido (1984); O Arcebispo e as Flores (1986) e Menestréis da beleza, da liberdade, do Direito e da Justiça (1990). Pela notável produção, ocupou a cadeira de nº 10 da Academia Mato-grossense de Letras (AML). Também foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Estado de Mato Grosso (IHGMT), da Academia de Letras de Brasília (ALB) e da Associação Nacional de Escritores (ANE), além de ter sido condecorado pelas Forças Armadas. Ao longo desta trajetória criou expressiva biblioteca particular, que, por vontade sua, foi doada à Casa Barão de Melgaço após seu falecimento.
Wlademir Dias Pino: Intensivismo e poesia concreta

O poeta e artista Wlademir Dias Pino (Rio de Janeiro – RJ, 24/04/1927 – Rio de Janeiro – RJ, 30/08/2018) chega com a família a Cuiabá em 1936, onde passa a juventude. Em 1939 edita, na gráfica de seu pai, seu primeiro livro: Os Corcundas. Poeta, artista visual e gráfico, funda, em 1948, o Intesivismo, movimento literário carregado de fortes inovações que antecipariam as tendências mais radicais da poesia visual e das artes plásticas das décadas de 1950 e 1960 no Brasil. De volta ao Rio de Janeiro, em 1952, passa a participar dos movimentos de vanguarda política e cultural da época. Torna-se ainda um dos seis fundadores do movimento da poesia concreta no país, ao lado de Décio Pignatari, Ferreira Gullar, Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Ronaldo Azeredo. Na sequência, participa da I Exposição Nacional de Arte Concreta, em 1956. Ao propor uma leitura do mundo a partir das figuras, sua prática desafia a relação entre imagem e linguagem. Desta busca, por uma espécie de metáfora pura, surgiu o poema/processo (1967). Dias Pino foi também o primeiro autor a elaborar o conceito de “livro-poema”, com A Ave, tendo publicado dois outros livros fundamentais da literatura brasileira: Solida (1956-1962) e Numéricos. Wlademir faleceu em 2018.