Religioso, advogado e político (São Paulo-SP, 10/01/1798 – Cuiabá, 11/11/1876). Patrono da cadeira nove da Academia Mato-Grossense de Letras. Mulato, órfão de pai e mãe, teve infância e adolescência castigada pela pobreza absoluta, sem roupa, sem comida e sem cama para dormir, até que o Bispo de São Paulo, D. Mateus de Abreu Pereira descobriu seus dotes no curso de filosofia ministrado pelo Frei Francisco de Montalverne.
Na época em que tinha, presumivelmente, quinze anos de idade, foi nomeado sacristão na Catedral. Esse ambiente místico e religioso o atraiu para o sacerdócio, sendo ordenado padre depois de terminar os estudos de filosofia e de teologia, aos 23 anos de idade. Padre Reis estudou Ciências Jurídicas na recém criada Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, onde se formou em outubro de 1832, quando já havia sido nomeado, pelo Papa Gregório XVI, para Bispo da Diocese de Cuiabá, sendo o primeiro advogado a ser nomeado Bispo da Igreja Católica no Brasil. Logo que se estabeleceu na capital enfrentou um dos maiores morticínios que se tem notícia, a morte dos portugueses na noite de 30 de maio de 1834 – a Rusga.
O bispo não mediu esforços para tentar impedir a turba enlouquecida com o propósito de eliminar os portugueses, os quais chamavam “bicudos”. Dom Antônio dos Reis passou muito tempo sem querer ouvir a palavra “Rusga” pelo trauma sofrido pelas ações que desempenhou no episódio.
Foi deputado por duas legislaturas consecutivas e recebeu a Comenda da Ordem de Christo, por sua dedicação e préstimos à coroa imperial. Foi um benemérito, tendo fundado o Seminário da Conceição e incentivado a propaganda abolicionista. Por sua notável cultura e conhecimento era sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, além de outras instituições de caráter científico.