“Seu” FIOTE é recebido festivamente no Céu

Abraçados, ambos se dirigiram à Terra assim: “Sentimos muito pela tristeza das nossas famílias, mas lembramos a eles que, aqui, encontramos a paz, cercados por belos jardins e belas flores, de um coral de anjos, e do mais calmo rio da paz de águas puras e salutares”.

“Aqui – prosseguiram – as lides do campo nos tornarão o espírito mais forte e rijo para não nos deixar abater diante dos insucessos e das derrotas naturais que fazem parte da vida do homem público e pelos quais muitos terão que passar”.
“Dessa Terra guardaremos as mais ternas lembranças e saudades, desde os meus prezados confrades até o mais humilde servidor”. “Confessamos que, se por acaso, involuntariamente, causamos mal a alguém, que nos perdoem humildemente.

Pelos pecados que cometemos, pelos erros que praticamos, pelas falhas em que incorremos, pelos deslizes e senões deixados, nós lhes imploramos o esquecimento, pedimos compreensão e suplicamos desculpas”.“ Estamos em um novo lar, uma nova e última morada, em volta com os nossos afazeres domésticos, labutando a terra, como vocês já sabem agora azul, estrelada e com um imenso pantanal claro e caudaloso”. “Ao cair da tarde, vamos ouvir juntos os gemidos da Jaó e o cantarolar das perdizes ariscas, ao sopro da brisa que vem do Pantanal”.

“Assim, ao nos despedir, queremos volver a mente para cada um dos nossos familiares, para cada um dos afilhados, para cada um dos amigos que por aí deixamos, e imploramos ao bom Deus para que os protejam e lhes recompensem pelo bem que nos fizeram no decorrer dos anos de convivência. Até breve!” Seu Fiote (Júlio Domingos de Campos) , assim como Licínio (Monteiro da Silva), deixou a vida pública e retornou ao lar, partindo depois para uma viagem infinita e pessoal devidamente programada por Deus.

Deixaram a vida, mas levaram grandes saudades dos familiares, dos afilhados e dos amigos que ficaram, e que sempre procuraram conquistar e conservar, pois amizade não se compra, conquista-se, e vaidades para eles são sentimentos utilizados por homens e mulheres inseguros que não confiam em si próprios.

Almanaque

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O Almanaque Cuyabá é um verdadeiro armazém da memória cuiabana, capaz de promover uma viagem pela história em temas como música, artes, literatura, dramaturgia, fatos inusitados e curiosidades de Mato Grosso. Marcam presença as personalidades que moldaram a cara da cultura local.