Eduardo Butakka: Reflexão crítica através da comédia

Ator, diretor e roteirista, o cuiabano Eduardo Butakka envolveu-se com o teatro ainda na adolescência, em 2003. Já em seu primeiro festival ganhou dois prêmios: no júri popular e outro pela criatividade. Formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal de Mato Groso (UFMT), o comediante, um dos mais conhecidos dos Estado, consagrou-se com personagens como a sexóloga Penélope e a professora Geisa. Integrante da companhia “Pessoal do Ânima”, Eduardo rodou o país com a peça “Segredos de Liquidificador”. Dentre seus papéis mais conhecidos vale destacar ainda Janaiara, Bebela e ao Espantalho na peça “O Mágico de OZ”. Seu trabalho o levou a participar dos realities “Prêmio Multishow de Humor”, pelo canal fechado Multishow, e do “Jogo de Panelas”, na Rede Globo. Além disso, foi premiado com o Golden Fox Award por sua atuação no curta “Quem é Vanessa? ”, vencedor na categoria de melhor filme para web e novas mídias no Calcutta International Cult Film Festival, na Índia, em 2019. Atualmente, em suas redes sociais, o ator divulga uma série de vídeos em que coloca suas personagens em situações bastante inusitadas, com humor sarcástico e por muitas vezes de acidez política.

André de Lucca, renomado ator de ‘Segredos de Almerinda’

Ator desde que se entende por gente, o cuiabano André D’Lucca chegou a graduar-se em Direito. Foi na adolescência, contudo, que viu seu amor pelos palcos aflorar. À época, aluno da antiga Escola Técnica, ingressa em seu primeiro grupo de teatro, o Ânima. Já na década de 1990 passa a atuar profissionalmente, e hoje acumula em seu currículo dezenas de peças em várias capitais do Brasil e na Europa. Dentre seus espetáculos, destaca-se “Segredos de Almerinda”. Com direção de Ingrid Guimarães e Heloísa Périssé, comédia ficou em cartaz por 11 anos, reunindo mais 200 mil expectadores. Além disso, gravou mais de quarenta comerciais para TV sendo premiado em duas campanhas: Contadores de Vantagens do Supermercado Modelo e a Campanha de Natal do Detran. Na maior emissora do país, a Rede Globo, André chegou a participar de novelas como Da Cor do Pecado, Mulheres Apaixonadas, Malhação, Beleza Pura e Pé na Jaca. Da lista, há que se mencionar ainda seu trabalho em Sete Pecados, quando interpretou o sequestrador Carlão. O artista também passou pelos humorísticos A Grande Família, Guerra e Paz e Sob Nova Direção.  

Alicce Oliveira: a mestra da Narrativa e do Faz de Conta

Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Alicce Oliveira iniciou sua carreira nos palcos em 1994, sendo reconhecida, após dois anos de trabalho, com uma indicação para o prêmio de melhor atriz no Festival Mato-grossense de Teatro. Depois de passar também por TV e cinema, começa a dedicar-se, em 2005, à pesquisa sobre a arte de contas histórias. Como narradora tem projetos aprovados em diversos editais, recebendo convites para participar de eventos culturais pelo Brasil, ofertando cursos, palestras e espetáculos relacionados ao tema. Em 2009 recebeu o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, com o projeto de circulação ‘Contos do Mato’. Música, literatura e as histórias criam a atmosfera do ambiente ideal para uma viagem ao seu mundo do faz de conta. Idealizadora do “Contos do Mato-Encontro Nacional de Contadores de Histórias I e II/MT”, ‘Seja Um Contador de Histórias’ entre outros, obteve destaque nos Sesc, Sesi, Feiras Literárias, Seminários, Encontros, Faculdades, Bibliotecas, Simpósios e Livrarias. Suas narrativas permeiam o universo lúdico dos contos da literatura oral e escrita e para compor suas apresentações tem como base a pesquisa de objetos sonoros.

Vera Capilé: Voz do Centro-Oeste e da Amazônia

Vera Capilé, natural de Dourados (MS), cresceu em uma família de músicos da velha guarda, influenciada pela cultura musical das fronteiras do Paraguai e pela rica tradição do rasqueado, siriri, viola de cocho e ganzá. Aos 5 anos, começou sua trajetória musical, iniciando no piano, e aos 11 anos aprendeu a tocar acordeom com Dunga Rodrigues. Após uma pausa na carreira devido ao casamento, retornou aos 45 anos, formando uma banda e lutando pela união dos artistas do Centro-Oeste e da Amazônia com a rede “Nós do Mato”. Em 2004, foi selecionada para o Projeto Pixinguinha, realizando shows em várias regiões do Brasil. No ano seguinte, participou do Ano do Brasil na França e apresentou-se com orquestras renomadas. Cidadã cuiabana, Vera é reconhecida por sua contribuição à cultura e à música, além de desenvolver crônicas sobre preservação ambiental. Compositora e parceira do músico Abel Santos, Vera Capilé celebra a cultura dos Cerrados, Pantanal e Amazônia, unindo influências regionais e universais em seu canto, que inclui desde compositores locais até clássicos como Villa Lobos.

Liu Arruda: O Falar Cuiabano como inspiração

Cuiabá, *30/5/1957 – +24/10/1999 O intérprete de personagens como Comadre Nhara, Juca, Gladstone, Ramona, entre tantos outros, nasceu em 30 de maio de 1957, em Cuiabá. Criado na Rua 24 de Outubro, Elonil de Arruda era o caçula em uma família de 10 irmãos. A paixão pelo teatro começou cedo, ainda na adolescência, quando entrou para um grupo de apresentação do Sesi, denominado “Pequenos Gigantes”. Nos anos 1970 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde cursou a Faculdade de Comunicação Social na Universidade Gama Filho. Posteriormente fez sucesso como garoto propaganda do antigo supermercado Trento Junior. Liu também participou das novelas O Campeão, da TV Bandeirantes e A Lenda, da extinta TV Manchete. Também fez uma breve participação na novela da TV Globo, Suave Veneno. Em mais de 25 anos de carreira, sua galeria tem quase 40 personagens e centenas de apresentações teatrais. Seu humor era reconhecido pela valorização do linguajar cuiabano. Além de ter participado em novelas, manteve colunas em jornais e lançou o CD, “Ocê qué vê, escuta”, com catorze faixas, sete músicas e sete piadas. Liu Arruda faleceu no dia 24 de outubro de 1999, com 42 anos.

Adão Domiciano, dedicado artista da pintura naif

O artista começa sua trajetória artística no início da década de 1980, quando chega a Cuiabá.  Em 1982, conhece o Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e, influenciado por Nilson Pimenta, Adão Domiciniano (Ecoporanga – ES, 1969) passa a participar de exposições coletivas e do Salão Jovem Arte Mato-grossense. À época a produção remete às lavouras que fizeram parte de sua infância. Na década de 1990 rompe com a simbologia do campo e volta-se para a temática ambiental. É também neste período que conquista seu primeiro prêmio nacional. Embora produza obras de tamanhos diversos, o artista demonstra preferência pelas telas pequenas, nas quais predominam as cores quentes e a utilização de pincéis finos, com traços e contornos bem detalhados. Dedicando-se à pintura primitiva ou naif, o aquarelista é um dos principais representantes do estilo no Estado, sendo considerado também membro da terceira geração das artes plásticas mato-grossenses. O trabalho de Adão foi reconhecido por diferentes premiações e já foi exibido em diversos estados do Brasil, além de ter integrado exposições coletivas no exterior.