Vera Capilé nasceu em Dourados – Mato Grosso do Sul e descende de família de cantores e músicos da velha guarda, das serestas e do chorinho. Vive em Cuiabá desde os 11 anos. Sua cultura musical é influenciada pela vivência com as fronteiras do Paraguai, elaborando a fusão melódica que construiu nosso rasqueado com o som das rezadeiras, com o siriri, a viola de cocho, o ganzá nas influencias da bacia pantaneira.
[blockquote align=”none” author=”ANDRÉ SANTANA”]Esse ponto de encontro de tantas culturas sanoras forjou voz e atitude que abrigam uma diversidade étnica e cultural de riqueza ímpar, transitando pela música sagrada e profana. Vera cantou em público pela primeira vez aos 5 anos já iniciada no piano, aos 11 anos começa a aprender a tocar acordeom, estudando com Dunga Rodrigues.[/blockquote]Casou-se muito cedo, deixando a carreira de cantora quando já havia recebido convite para gravação com produtor da RCA Victor. Aos 45 anos volta a cantar e entrega-se de corpo e alma ao trabalho musical, formando uma banda de acompanhamento e centrando forças na luta pela união dos artistas do Centro Oeste e da Amazônia numa rede batizada de “Nós do Mato”. Em 2004 foi selecionada para o Projeto Pixinguinha (referencia na cultura e na música brasileira) apresentando-se em shows desde Brasília a Roraima, junto com músicos como Juarez Moreira, Renato Braz, Nivaldo Ornellas e a cantora e compositora Simone Guimarães.
No ano seguinte participou em Paris, no Ano do Brasil na França. Apresenta-se também com orquestras como a Sinfônica de Mato Grosso e Sinfônica da UFMT. É cidadã cuiabana, tendo recebido vários outros títulos e condecorações pela sua contribuição na cultura e na música. Desenvolveu uma série extensa e crônicas intituladas “…pelos córregos da vida.”, defendendo o protagonismo na luta pela preservação ambiental e pela vida. É compositora, tendo musicas gravadas em seleções na diversidade de compositores de Mato Grosso. Sua verve artística acolhe nos palcos o encontro das artes exercendo com força e expressão amorosa sua fala e canto no encontro da língua portuguesa e espanhola.
Desenvolve parceria permanente com o músico e compositor Abel Santos, na identidade trazida dos sons primais da viola de cocho, da bruaca, do adufo e do ganzá. Ancorada na cultura dos Cerrados, Pantanal e Amazônia, interpreta músicas desde compositores regionais até concertos que incluem compositores como Villa Lobos, e o encontro predileto com cirandas. Seu canto é universalista.