domingo, 1 dezembro, 2024
Cuiabanômetro

Cerveja Rosa, primeira a ser consumida em Cuiabá

Há registro de que a primeira Cervejaria cuiabana pertenceu a seo Almeida, proprietário da empresa Almeida & Cia, cuja sede funcionou às margens do rio Cuiabá, no bairro do Porto (não confundir este local com a Companhia Cervejaria Cuiabana, fundada por seo Archimedes Pereira Lima).

Este primeiro empreendimento entrou em operação em 1896, produzindo e engarrafando a Cerveja Rosa, protegida com embalagem de palha e comercializada no valor de 1$200 (mil e duzentos réis) a garrafa.

A Indústria gerava a própria energia elétrica, o que lhe permitia produzir e engarrafar automaticamente mil litros da bebida por dia, além de fabricar gelo, uma inovação para a época. Com atendimento diário, o local passou a ser o ‘point’ da cidade, principalmente nos finais de semana, por causa da sala de cinema que ficava no pavimento superior do antigo sobrado.

Neste período o acesso do Centro ao Porto de Cuiabá se dava pelos bondinhos sobre trilhos puxados por burros, porém esse tipo de transporte não chegava até a fábrica. Ao explorar o serviço na cidade, a empresa Almeida & Cia logo construiu, com recursos próprios, uma ponte de 37 metros sobre o riacho Engole Cobra/Mané Pinto (hoje canalizado), estendendo os trilhos dos bondinhos até a indústria.

CARACTERÍSTICAS MARCANTES

O casarão ao lado da Cervejaria ainda preserva o piso de ladrilho hidráulico, o motor gerador de energia, o tacho usado para fermentação da bebida e algo interessante: ali foi encontrado o primeiro vaso sanitário da cidade e a grade do portão de entrada, que ainda resiste, foi fabricada com parte dos trilhos da linha dos bondinhos cuiabanos. Neste local residiu seo Gabriel Júlio de Mattos Müller, que ali morou até a sua morte em 2009, aos 84 anos.

Quando os irmãos Fenelon Müller e Júlio Strubing Müller, tios de Gabriel Müller, adquiriram a Granja Santa Rita, às margens do rio Cuiabá, em 1930, a Cervejaria já tinha sido desativada. O terreno pertence à família Müller. O arquiteto Moacyr Freitas defende o tombamento do local para visitação popular.

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