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O que houve com a cuiabania?

por Onofre Ribeiro Aí está. Saiu o resultado oficial da eleição de 1990, com enormes surpresas na composição da Assembléia Legislativa Estadual. Nós tivemos a oportunidade de lembrar nesta coluna o fenômeno da eleição vinculada do interior e da consequente renovação dos deputados estaduais, sob a influência de uma nova política praticada por migrantes residenciais em Mato Grosso. Dos 24 deputados estaduais eleitos, dois são genuinamente eleitos pela capital, Roberto França e Wilson Santos. Outros residentes em Cuiabá, Paulo Moura, e Amador Gonçalves, tiveram votos em várias regiões do Estado e não se pode dizer que serão representantes exclusivos da capital na Assembléia.  Serys Slhessarenko, também eleita com votação em Cuiabá, representa o magistério e tem votos em todo o Estado. O que se pode dizer definitivamente é que apenas Roberto França e Wilson Santos são de fato deputados, cuiabanos. Os 22 outros representam outras regiões também, além de Cuiabá, ou representam exclusivamente suas regiões. Este jornal trouxe ontem a relação dos eleitos com suas bases eleitorais e acho prudente repeti-la, para efeito de raciocínio. Vamos considerar Várzea Grande como município fora de Cuiabá, visto que os deputados eleitos por lá não se assumem como representantes da capital. Jaime Muraro, eleito por Tangará da Serra; Jorge Yanai, Sinop; Gonçalo de Barros, Várzea Grande; Jaime Gonçalves, Colíder; Ninomya Miguel, Cáceres; Moisés Feltrin, Rondonópolis; Nereu de Campos, Livra~ mérito; Benedito Pinto da Silva, Várzea Grande; Romualdo Baraczinski, Alta Floresta; Lincoln Saggin, Torixoreo; Dionir de Queiroz; Vila Bela da Santíssima Trindade; José Sardinha, Pontes e Lacerda; Geraldo Reis, Salto do Céu; Leonildo Menin, Alta Floresta; Jair Benedetti, Comodoro; Joemil Araújo, Rosário Oeste; Hermes Abreu, Rondonópolis; Antonio Porfírio de Brito, Tangará da Serra. Os deputados federais também não escaparam a eleição de representantes regionais, com Augustinho Freitas Martins, de Rondonópolis, João Teixeira, de Alta Floresta, Wellington Antonio Fagundes, de Rondonópolis e Wilmar Peres de Freitas, de Barra do Garças. A metade da bancada de deputados federais vem do interior do Estado. Esse fenômeno comporta inúmeras interpretações, entre elas a falência do atual sistema eleitoral, que deveria contemplar regiões distintas através do voto distrital. Em estados vastos como Mato Grosso, as regiões são isoladas e os representantes acabam representando mal sua região e o próprio Estado já que são vozes isoladas em áreas como a nossa, de 881 mil km². Mas analisando ainda a questão da representação estadual, do ponto de vista da expressão política de Cuiabá na Assembléia Legislativa, há ainda um fato curioso a considerar. É a questão da cuiabania.  Alguns candidatos pediram voto expressamente à cuiabania, argumentando que se Cuiabá não voltasse em candidatos próprios, fechando em torno deles como fazem os do interior, a capital acabaria tendo influência política cada vez menor dentro do Estado. O apelo foi dirigido de forma marcante aos segmentos mais ligados à cuiabania. Nenhum desses candidatos foi eleito. Cabe perguntar: acabou a cuiabania?  A cuiabania não representa número de votos capaz de eleger sequer um deputado estadual?  Ou a cuiabania está integrada num processo social maior e já não age em sintonia de origens sociológicas? De outro lado, os deputados eleitos por Cuiabá, Roberto França e Wilson Santos são muito parecidos no estilo de atuação. Ambos são bons denunciadores. Ambos tem conteúdo parlamentar pouco didático e tampouco ordenador, como no passado recente tinham, por exemplo, os deputados Oscar Ribeiro e Alves Ferraz. Esses dois deputados estarão muito preocupados com posições de crivo dentro da Assembléia e certamente não serão rigorosamente representantes de Cuiabá.  Não se admite que a capital de um Estado não seja eleitoralmente capaz de ter representantes próprios, porque ela é um centro urbano forte, é um centro administrativo irradiador, é um centro político central do Estado, e é o centro financeiro de Mato Grosso. Tem problemas que precisam ter solução própria.  Contudo, é o caso de se dizer: aí está o resultado da eleição.  Vejamos o amanhã.

Saudades do Fusca-motel

Gostaria de repassar uma injustiça. E corrigir a forma como foram postas certas informações. Há uma semana neste espaço critiquei severamente a volta da fabricação do Fusca. Recebi indignadas críticas. Não tenho qualquer sentimento pessoal contra o Fusca.  Ao contrário.  Os meus sentimentos pessoais são todos favoráveis ao carrinho que de uma ou de outra forma esteve ligado à minha adolescência.  Confesso que o sonho do primeiro carro sempre foi dirigido para o Fusca. Não comprei um. Na época revelou-se minha tendência para as camionetas e acabei comprando uma Vemaguete. Usada, naturalmente. Foi minha primeira paixão automobilística. Para quem não se lembra a Vemaguete era uma perua do tipo Belina. Mas o Fusca era vendido aos milhares e hoje senhores e senhoras cinquentões não podem separar as lembranças de sua juventude das traquinagens praticadas com ou dentro dele. Lá pelos anos 60 possuir carro era privilégio de pouquíssima gente. Mas os anos 70 já abriram as comportas dos financiamentos junto com o milagre brasileiro e as ruas se inundaram de automóveis. De Fusca, principalmente. Senhores e senhoras, hoje de cabelos embranquecidos, se recordam das aventuras que se praticavam dentro de um Fusca. Nos estacionamentos, nos pátios das escolas, das universidades, o Fusca revelava sua grande discrição porque sua suspensão muito dura não balançava como movimento das loucuras amorosas daqueles afoitos adolescentes. Quem não se lembra dos drive-in. Se a visibilidade de dentro para fora era ruim, no entanto, era uma beleza porque de fora para dentro ninguém via nada. E disso se aproveitavam os jovens que namoravam dentro dos carros de então.  Principalmente dentro do Fusca. Motel é coisa nova no Brasil. Surgiram lá pelo fim dos anos 70.  Até então, o fato de não existirem motéis não significava que a juventude se mantivesse casta e pura. Os carros funcionavam como moteis.  E o Fusca ganhava disparado, com sua discrição. Poucos cinquentões de hoje não começaram os amassos dentro de um Fusca. Curioso como o carrinho, apertadinho acabava sendo excelente justamente pelo pouco espaço. Começava se no banco da frente e tudo acabava no banco traseiro. O segredo, ainda se lembram aqueles ex-adolescentes, eram os bancos dianteiros que se dobravam para a frente e abriam um espaço incalculável para as manobras; sexuais. O espaço interno pequeno favorecia outro fenômeno da física. Rapidamente os vidros se embaçavam e, pronto estava pronta a cumplicidade. Em Brasília, existiam alguns espaços reservados aos namorados motorizados. A Praça da Torre de Televisão, bem no coração da cidade era um local consenti do. Um carro da polícia vagava por ali, para fiscalizar contra assaltos. Mas haviam regras: não se podia ficar inteiramente nu, nem abrir as portas do carro ou pôr os pés para fora pela janela. Fora isso, os amassos corriam tranquilos com a segurança policial garantindo aquelas dezenas de ilhas românticas. Como pano dê fundo uma fonte luminosa jorrava água colorida e música romântica. Mais tarde criou-se junto à segunda ponte do lago sul, outra ilha para namoros dentro do automóvel.  A Praça da Torre fora demolida. No novo pátio da ponte ainda é comum casais cinquentões recordarem o calor da juventude. Então, é impossível ignorar esse passado recente de todos nós que estamos próximos dos 40, 50 anos. O que não cabe mais é o Fusca nas rodovias com aquela sua pressa vagarosa dos anos 70. Mas isso não mata a saudade de menor motel do mundo que mais de uma geração experimentou e nunca se esqueceu.

Morte do último populista

A morte de Jânio Quadros deixa no ar deste Brasil tão incoerente, algumas interrogações. E, quando nada, muitas lições. Morreu o último populista autêntico. E não obstante, estabelecer-se entre Jânio Quadros e o atual presidente Fernando Collor laços de semelhança. Antes dele, morreram dois populistas eméritos.  Juscelino Kubistschek e antes desse, Getúlio Vargas. Antes de considerações sobre estilos, é bom recordar que na morte estes três promoveram manifestações de comoção popular. Outros ex-presidentes que morreram desde 1954 nem lágrimas arrancaram do povo. Tinha dez anos quando Getúlio morreu.  O rádio transmitia com intensidade emocional a crise do país.  O povo na rua chorando a perda do líder ou revoltado querendo punições.  O governo Vargas padecia de extremos. De um lado os apaixonados.  De outro a oposição violenta que-Indo a apuração da corrupção e dos crimes de que eram acusadas pessoas de sua confiança pessoal ou familiar. A Revista O Cruzeiro mostrava em fotos de página inteira o drama do velório, do enterro e os debates no Congresso .Nacional.  De um lado a emoção e de outro a discussão política. O enterro de Getúlio entrou para a História. Em 1976 morreu Juscelino Kubitschek, sucessor eleito de Getúlio.  Governou entre 1956 e 1961.  Morreu em 23 de agosto de 1976 num acidente automobilístico na rodovia entre São Paulo e Rio de Janeiro.  Velado no Rio e depois em Brasília, de novo o país verteu lágrimas por um ex-presidente da República. Em pleno governo Geisel, o ranço contra JK não morrera ainda entre os militares. De verdade, as relações dele com os militares nunca foram nota dez.  Haja vista que dois golpes frustrados, um em Jacareacanga, no Pará, e outro em Aragarças, Goiás, tentaram impedir sua posse.  Apesar da anistia aos rebeldes, os quartéis vieram se vingar em 1965, cassando-o senador eleito por Goiás. Geisel não pôde evitar o luto oficial.  E os militares não puderam evitar que o “pai dos candangos” construtores de Brasília buscassem seu corpo no aeroporto da cidade e percorressem a pé oito quilômetros entre a catedral, onde foi velado, e o cemitério. Brasília chorou e o país sentiu o peso no peito. Em 1985 morreu o presidente eleito Tancredo Neves. Apesar de eleito pelo voto indireto do Congresso, Tancredo vinha de uma cruzada pela redemocratização que lhe dera procuração popular: Lembrou JK.  Com a diferença que seu corpo foi velado no Palácio do Planalto. Agora morre Jânio Quadros, o sucessor de JK. Também eleito, embora tenha renunciado sete meses após sua posse, sua figura humana era um poço de contradições.  E uma fonte inesgotável de surpresas.  Como prefeito de São Paulo, anterior à atual prefeita Luiza Erundina, Jânio pendurou chuteiras, fez e desfez agrediu a imprensa, a sociedade, mas um certo ar de mistério indulgenciava suas loucuras. Mesmo fora da presidência há exatos 31 anos, sua morte e seu enterro repetiram o mesmo fenômeno emocional que só a representatividade popular consegue provocar.  Os 5 milhões de votos para presidente em 1961 ainda se seguram na memória popular.  Morreu o janismo dos anos 60, mas a morte mereceu a homenagem que só o mandato popular pode conferir. Depois de Tancredo Neves morreu o presidente Emílio Garrastazu Médice, que governou entre 1970 e 1975.  Morreu no anonimato.  O mero registro da mídia.  Sem emoção e nem compromissos políticos. A questão a se discutir é essa. Quando existe uma memória de mandato popular, o inconsciente coletivo cobre. Seja chorando a morte, seja cobrando a omissão. A renúncia de Jânio deixou de pertencer-lhe no dia 24 de agosto de 1961, quando renunciou. Virou fenômeno nacional e promoveu transformações gravíssimas na vida do país nos anos seguintes. Jânio sempre se sentiu perseguido por essa memória popular. E nunca pôde, em nome dela também, confessar que renunciou.  Mas que quis dar um golpe e tropeçou na pernada. Morreu junto com Jânio Quadros uma Considerável parcela ainda viva do Brasil dos coronéis da terra, dos capitães da indústria.  Eles continuam existindo, através dos seus herdeiros, mais modernos e com o mesmo poder de pressão.  Mas isso é -outra história.  Para Fernando Collor, talvez.

Ser ou não ser cuiabano

Este jornal publicou ontem nota de repúdio assinada pelo presidente da União Cuiabana da Associação de Moradores de Bairros, contestando o artigo publicado neste espaço no último dia 7.             Considero sempre que qualquer contestação indica sinal de vida. Além do aspecto democrático que assegura a ampla liberdade de expressão a quem se sentir ofendido por qualquer publicação . Mas não é para contestar a nota de repúdio que estou escrevendo este artigo em cujo final tratarei daquela nota. Mas é para aproveitar uma frase usada pelo presidente da Ucamb, onde ele diz: “Se esquece o sr. Onofre Ribeiro – que não sabemos se é cuiabano – que este movimento comunitário tem uma história de mais de 20 anos…”.             Essa velha questão de ser ou não ser cuiabano tem sido levantada sempre quando uma  pessoa não nascida em Cuiabá critica alguma coisa local. Imediatamente usa-se esta válvula de escape para apontar: fulano é ou não é cuiabano. Se não for cuiabano de nascimento não pode criticar.             Realmente, nos últimos 24 anos a migração modificou profundamente a composição sociológica de Cuiabá. Recordo-me nitidamente quando cheguei à cidade há 22 anos, que ser ou não ser cuiabano era muito importante porque a cultura local era essencialmente cuiabana.             Porém, de lá para cá, nenhuma família cuiabana, por mais tradicional que seja, pode dizer que não tenha um parente ligado a migrantes ou filhos de migrantes. E nenhuma família de migrantes pode dizer o contrário. Cuiabá cresceu e perdeu aquela divisão. É uma só. Pessoalmente confesso. Quando aportei em Cuiabá, vindo de Brasília, estranhei muito o modo de viver local. Pensei que jamais me adaptaria. Grande engano. E hoje, mesmo que um motivo superior me empurrasse para fora, não teria como perder os laços de meu filho mais velho, André, ser casado com Maria do Carmo, cuiabaníssima e mãe do Miguel e do Gabriel, ambos cuiabanos. Ou do Fábio, casado com Aline que mesmo sendo gaúcha viveu toda a infância em Cuiabá. Isso, sem contar que os 22 anos mais produtivos de minha vida e de minha mulher Carmem foram vividos aqui, onde construímos um inestimável patrimônio de amizades.             Na medida em que extrapolamos esse exemplo para tanta gente, realmente não dá mais para confinar Cuiabá e separar seus habitantes nas categorias dos nascidos e dos não-nascidos. Com todo o respeito, parece-me uma discussão muito superada. Vamos aos números. Em 1976, Cuiabá tinha menos de 100 mil habitantes. Hoje tem cerca de 500 mil. Cresceu quatro vezes, portanto. O crescimento veio da multiplicação vegetativa tradicional, da migratória e da vegetativa desses migrantes e agora da sua segunda geração que já nasce completamente cuiabana fora, portanto, daquela discussão de nascimento por tradição.             É muito positiva a miscigenação humana, porque ela produz miscigenações culturais e vivenciais. Fico felicíssimo por termos na família as misturas que temos. Aliás, nem que quiséssemos, se houvesse alguma razão para isso,  poderíamos desfazer esses laços que a ordem natural entrelaçou.             Deixa de importar exclusivamente o nascer. Prevalece mesmo o ser cuiabano. EM TEMPO:             Sobre a nota de repúdio assinada pelo presidente da Ucamb, sr. Adalberto Cavalcante, registro:             1- o assessor do ex-prefeito Meirelles a quem me referi, é claro que existe. Não citei seu nome porque não pedi sua autorização, além de que a Lei de Imprensa faculta ao jornalista omitir a sua fonte;             2- o movimento comunitário não pode negar que monopolizou a administração Meirelles. Se foi bom ou ruim, o tempo vai dizer;             3- quanto à divisão de Cuiabá entre a cidade do movimento comunitário e o restante, não cabe discussão porque todos vivenciaram. Se foi bom ou ruim, também é função do tempo julgar e,             4- quanto ao futuro do movimento na administração do prefeito Roberto França, é uma questão de competência envolvê-lo no seu espírito.

Aconteceu em 9 de novembro

1749 – Segundo Estêvão de Mendonça, em Datas Matogrossenses, João Antônio Vaz Morilhas chegou a Cuiabá em 9 de novembro de 1749, nomeado ouvidor da comarca, assumindo o cargo em 20 de novembro. Contudo, foi destituído por ordem régia, a pedido de D. Antônio Rolim de Moura, que nutria grande animosidade por ele. Vaz Morilhas foi suspenso em 20 de dezembro de 1755, já com sucessor e sindicante nomeados. Embora não fosse completamente inocente, sofreu a vingança de D. Antônio, motivada por antigos conflitos. Após a suspensão, foi levado para Vila Bela e, em seguida, para Lisboa, com seus bens sequestrados. 1921 – Neste ano, Cuiabá foi marcada pelo falecimento de Antônio Modesto de Mello, uma figura de grande relevância para a cidade. Alfaiate de profissão, Mello também se destacou no serviço público, atuando como porteiro da Secretaria do Governo e como chefe da Seção de Estatística do Tesouro do Estado. Além dessas funções, foi sócio fundador do Instituto Histórico de Mato Grosso, onde se empenhou na preservação e promoção da história do estado. Conforme registrado nos Annaes do Senado da Comarca de Cuiabá, sua trajetória e legado deixaram uma marca indelével, tanto na capital quanto em todo o Mato Grosso.

A Revista

A revista Almanaque Cuyabá é, sem dúvida, uma das publicações mais valiosas que temos por aqui. Parabéns aos editores pelo trabalho impecável de preservar e celebrar a história e a cultura de Cuiabá, proporcionando ao público uma verdadeira viagem no tempo. Sérgio Coenga, autônomo, via email

Coleção

As capas das edições do Almanaque Cuyabá são simplesmente extraordinárias! As imagens, junto com os textos, nos transportam para momentos inesquecíveis da velha Cuiabá. Estou ansiosa para adquirir a coleção completa, que, segundo me disseram, está chegando por aí. Será um verdadeiro tesouro de memórias! Anízia Lacerda, design e diagramadora, via whatsapp

Minha bica preferida

Outro dia, fui à procura das bicas da minha infância espalhadas pela cidade, curioso para saber se ainda existiam. A maioria desapareceu. Ufa! A minha preferida, no entanto, permanecia no mesmo lugar. Ela fica na Prainha, onde hoje foi construído um estacionamento privado. Era ali, naquele cantinho, que eu me sentia mais em paz quando criança. João Canário, aposentado, via telefone