Cuiabano que é cuiabano ‘até tchora’ em dar apelidos às pessoas

Dar apelidos é uma mania secular dos cuiabanos.  Com raras exceções, os apelidos não eram pejorativos e acompanhavam as famílias como uma indicação carinhosa. Caso famoso foi o do doutor Sebastião de Oliveira, advogado, que ganhou o apelido de doutor Paraná (seo paraná), pai de Dante de Oliveira. Durante toda a vida, ficou mais conhecido pelo apelido do que pelo nome.

Além do escritor João Moreira de Barros, o Almanaque Cuyabá, inspirado também no livro do escritor Zeca Tenuta relembra do lendário Tufica, que costumava contar histórias para as crianças que se dirigiam ao cine teatro Cuiabá, onde era sempre encontrado, estendendo o seu chapéu objetivando pequenas contribuições financeiras.

Tinha o Michidinha, fanático torcedor do Dom Bosco que ia aos jogos com as cores do clube, detalhes azul e branco no vestuário e costumava requebrar ao escutar o seu apelido.

Quem não se lembra do Juvenal Capador, figura popular que quando chamado pelo apelido, se irritava e ameaçava as pessoas.

E o Plínio Rait? simpático garçom que se trajava impecavelmente e costumava cumprimentar as pessoas com a expressão “all rait”.

Outra figura era João Cuíca, ator principal das peças dirigidas pelo padre Pombo no colégio dos padres ( São Gonçalo ) e durante a sua vida sempre festejou o seu tradicional “ São João de João Cuíca “.

Deixar de lembrar de Maria perna grossa, famosa cartomante e benzedeira que tinha esse apelido por sofrer de elefantíase, é impossível. Muitos famosos dizem ter sido ‘curados’ por Maria.

Ah! e o lunático Chico Alicate? este criou uma mulher fantasia em seu consciente de nome “Lourdes” e costumava se deslocar para qualquer ponto da cidade quando recebia informações de que “Lourdes” se encontrava em determinado local.

Como em toda cidade sempre tem um informante, em Cuiabá podemos destacar Guaporé. Tipo popular de pequena estatura que era sempre encontrado sentado à porta da antiga agência do banco do Brasil com um cigarro a boca (palheiro). Era guarda noturno do antigo hotel Pécora e costumava informar as moças sobre os aviadores viajantes que chegavam à cidade.


MANIA ESTÁ NA VEIA CUIABANA
Várias publicações registram apelidos cuiabanos muitos pitorescos e aceitos pelas famílias, outros repudiados. Vejamos alguns deles:

– Abobrinha e Abobrão
– Alexandre Ferrador
– Antonio Cu d’Água
– Antonio Peteté
– Ary Gasolina
– As Friagens
– Augusto Porco em Pé
– Avestruz
– Ba e Loló
– Barnabé
– Batinga
– Bebé Gorda
– Bebé Magra
– Beê
– Bêga
– Benedito Bundeta
– Benedito Risonho
– Bentoca
– Bibelô de Nhana
– Bilu
– Bolo Flor
– Breca Avião
– Bugre e Bugrinho
– Burro Mestre
– Cabo Boi
– Caçamé
– Calinho
– Capitão Titi
– Carabina
– Careca
– Catita
– Chico Calafate
– Chico Goteira
– Chico Jacaré
– Chico Jorge (o nome era Arthur)
– Chico Matraca, o filho herdou o apelido de Nhô Matraca
– Chico Traçaia
– Chupapaia
– Colete de Aço
– Daí
– Décio Pata Choca
– Dedo de Bola
– Didi
– Dito Calcinha
– Dito Corta-Papo
– Dito Cumbaru
– Dito Curiangu
– Dito Marimbondo
– Dito Pão Mole
– Dito Sapo
– Dito Shá Onça
– Dom Feitiço-Fôrma de Pote
– Dona Pomba
– Dona Sinhorita
– Dona Vidinha e Dona Vidona
– Dunga
– Eloy Coceira
– Espinho de Cobra
– Febrinha
– Filhinha
– Foguete de três Arrancos
– General Saco
– Gito
– Gugu
– Hélio Carrapato
– Hélio Goiaba
– Jabuti de Gravata
– Jeco (pai de João de Jeco)
– Jejé
– Jéti
– Jiló
– Joana Pé Grande
– João Banana
– João Boca d’Àgua
– João Bocage
– João Bocó
– João Butu
– João Cartola
– João da Branca
– João de Nhá Dina
– João Galinha
– João Garoa
– João Gato
– João Grangolim
– João Pampa
– João Papa Vela
– João Tapuia
– Joaquim Coisa Ruim
– Joaquim Painha
– Joça
– Jorge Fiteiro
– Jota
– Juvená Capadô
– Juvenal Morreu
– Laranjada
– Lebrinha
– Liça
– Lili
– Limonada
– Lôlo
– Macaca Prenha
– Mãe de Praça
– Maria Cachorra
– Maria Cumbica
– Maria Perna Grossa
– Maria Taquara
– Mário Capim
– Mário Chaté
– Mariquinha Lacraia
– Marron Cascudo
– Massada
– Maxixinho e Maxixão
– Milhomens (pai e avô de muitos homens)
– Miloca
– Milton Cabecinha
– Naní-Sinhá
– Nenen Grande
– Nenenzinha
– Nhá Chixa
– Nhá Tê
– Nhá Vitu
– Nhanhá
– Nharinha Culote
– Nhonho
– Nhô Gonça
– Nho Toti
– Nhô Vete
– Nhoja
– Nhonhô de Manduca
– Nhonhô Tamarineiro
– Nina
– Nini
– Paizomé
– Pão Crioulo
– Pão de Virar Tripa
– Papagaio de Fraque
– Pé de Bola
– Pé de Chumbo
– Pedro Gambá
– Pedro Jaú
– Pedro Miséria
– Pedro Porco
– Pedro Vaca
– Petrópolis
– Picucha Petita
– Pindu
– Quincutas
– Rabo Teso
– Sea Porca
– Sea Viça
– Seu Né
– Seu Tatá
– Shá Filicidade
– Sho Né
– Sinjão e Carola
– Tchau
– To Veio
– Totó Bem-te-vi
– Totó Canário
– Totó Carijó
– Tuta
– Tutica
– Vicente Tocanguira
– Vidu
– Viva
– Xande
– Xaxis
– Xenxa
– Xexê
– Xinóca
– Zé Aranha
– Zé Bolinha
– Zé Bolo Flor
– Zé Cão
– Zé Pinto Morto
– Zico
– Zigne
– Zizi
– 7 Gatas (7 irmãs – professoras)
Almanaque

Almanaque

O Almanaque Cuyabá é um verdadeiro armazém da memória cuiabana, capaz de promover uma viagem pela história em temas como música, artes, literatura, dramaturgia, fatos inusitados e curiosidades de Mato Grosso. Marcam presença as personalidades que moldaram a cara da cultura local.

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