Em 1968 o então padre Pedro Casaldáliga (* Balsareny, Barcelona, 16/2/1928 + 8 de agosto de 2020) muda-se para o Brasil para fundar uma missão claretiana no estado de Mato Grosso, região com um alto grau de analfabetismo, marginalização social e concentração fundiária. Foi nomeado administrador apostólico da prelazia de São Félix do Araguaia no dia 27 de abril de 1970. No ano seguinte o papa João Paulo VI o nomeia bispo prelado do mesmo município.
Sua atividade pastoral está diretamente vinculada à defesa dos direitos humanos e às causas camponesas e dos mais pobres. Ainda na década 1970, ajudou a fundar o Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Adepto da teologia da libertação, adotou como lema: “Nada possuir, nada carregar, nada pedir, nada calar e, sobretudo, nada matar”. Por estes posicionamentos foi, incontáveis vezes, ameaçado de morte.
Foi poeta, autor de várias obras sobre antropologia, sociologia e ecologia, além de ter inspirado a produção de livros e filmes sobre sua vida. Em 2000, foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Acometido por mal de Parkinson, apresentou, em 2005, sua renúncia à Prelazia, não deixando de lado a combatividade, a franqueza e as convicções as quais defendeu até sua morte.